--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

sábado, 27 de março de 2010

Enfim só

Máquina do tempo: Já falamos sobre isso!

Fica aqui um assunto que me identifiquei muito. Sinto falta de ficar sozinho e reorganizar as ideias, pensamento e costumes. Quanto mais a gente se afoga na rotina, menos temos tempo para isso, sendo que deveria ser o contrário =X. Fica um texto para adicionarem às suas prioridades.

Algumas pessoas têm horror de ficar sozinhas. E esse temor é reforçado o tempo inteiro, cada vez mais. Vivemos num mundo totalmente projetado para fora, para os outros, para as relações. Há uma profusão de redes sociais, twitter, blogs e todo o tipo de incentivo para nos mantermos conectados, nos comunicando, interagindo, compartilhando, nos fazendo presentes.

Não há o que questionar quanto ao aspecto saudável e fundamental das amizades, das celebrações, das interações sociais e dos relacionamentos amorosos. O problema começa quando passamos a depender dos outros para construirmos nossa própria identidade, ou sofremos por carência, necessidade de atenção e falta de companhia. Outro risco que corremos também é sermos tragados pela infinidade de informações, tarefas e compromissos a que somos submetidos diariamente, as posturas que temos que assumir e os papeis que precisamos representar.

Então, chega um momento em que precisamos de uma pausa para podermos nos reencontrar no meio disso tudo. Para relembrar quem somos e o que desejamos realmente, quais os nossos anseios mais profundos, onde queremos chegar, o que esperamos dos outros e de nós mesmos. E para isso precisamos ficar à sós, fazer silêncio, nos recolher um pouco.

Conquistar intimidade consigo mesmo é uma das coisas mais preciosas que se pode desenvolver ao longo da vida. Trocar a sensação de ausência do outro pela presença de si mesmo. E isso não tem nada a ver com fobias sociais, reclusão dentro de casa ou isolamento nas montanhas, como os antigos eremitas, pelo contrário. Podemos fazê-lo até em doses homeopáticas, um pouquinho a cada dia, minutos que sejam, até que o desconforto desapareça e o silêncio se torne uma verdadeira fonte de autoconhecimento, nos proporcionando um incrível bem estar.

Silenciar nos permite ouvir nossos pensamentos, dialogar com eles, identificar o que são desejos genuínos de simples condicionamentos impostos a nós, tomar decisões, buscar soluções, cultivar idéias, confrontar dúvidas e medos, descobrir certezas, descartar o que já não nos serve mais, tentar saber, bem lá no fundo, do que é que precisamos fazer para satisfazer nossa alma.

Depois de um dia ou um período agitados, a necessidade de falar compulsivamente, trocar idéias, desabafar, pode até fornecer um alívio momentâneo, mas o estado de inquietação permanece e exaure a mente e as emoções. Portanto, nada como recolher-se um pouco e permitir que os últimos acontecimentos sejam processados cuidadosamente, para que os aborrecimentos e experiências difíceis possam simplesmente ser liberados, curados e descartados e as lições plenamente compreendidas e internalizadas.

Com o tempo, a mágica acontece: à medida em que nos permitimos, vez ou outra, nos recolher em nossa concha, mais nos conectamos com nosso próprio centro, nossa essência e, conseqüentemente, adquirimos uma visão mais abrangente do nosso mundo interior e, ao mesmo tempo, de nossa conexão com tudo o que é externo a nós. E essa consciência de estarmos interligados a tudo e a todos, joga fora de uma vez por todas qualquer carência de atenção e necessidade de companhia. A partir disso, nosso relacionamento com os outros e com a vida só tem a ganhar, pois se torna mais verdadeiro e maduro. Quanto mais preenchidos nos sentimos, mais temos a oferecer. E quanto mais oferecemos, mais recebemos em troca.

Fonte do texto: Yahoo

George H. S. Ruchlejmer
"Sua ideia é IdeiaNossa.blogspot.com"

sexta-feira, 26 de março de 2010

Crônica - Reciclagem da crítica

Reciclagem da crítica

Marx não pensou na possibilidade de a maioria das pessoas não se interessar pela coisa pública
Por: Renato Pompeu


Interessante como o tempo é lento e rápido... ao mesmo tempo. Da redação da Crítica ao Programa de Gotha, em 1875, pelo pensador alemão Karl Marx, nos separam 135 anos, o que parece muito, mas eu tenho 68, metade disso, então a mim, hoje, me parece que essa crítica foi escrita há não muito tempo. E a cada dia me parece mais claro que ela deva ser mais conhecida do que jamais foi e deve ser pelo menos tão divulgada quanto o Manifesto Comunista.
Afinal, Marx tinha menos de 30 anos quando escreveu com Friedrich Engels o Manifesto e estava perto dos 60, muito mais experiente, quando escreveu a carta que Engels publicou depois como a Crítica ao Programa de Gotha. Esse programa estava sendo discutido pelas duas facções que depois se fundiriam para criar o Partido Socialdemocrata alemão, até hoje existente. Marx fez várias observações sobre o programa, mas elas não foram levadas em conta pelos fundadores do novo partido.
Quatro coisas me chamam a atenção na crítica de Marx. Em primeiro lugar, ele me parece dar menos ênfase ao caminho insurrecional e mais ênfase ao caminho eleitoral para o socialismo do que, por exemplo, no Manifesto. Em segundo lugar, prega a necessidade absoluta da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa. Aqui temos de levar em conta que, em sua época, a imprensa era muito mais crítica dos poderes vigentes do que é hoje em dia. Não sabemos se, hoje em dia, Marx defenderia a liberdade de expressão dos racistas, dos nazistas, permitida nos Estados Unidos, ou se a proibiria, como no Brasil e na Alemanha.
Terceiro, Marx defende a necessidade absoluta da educação pública e gratuita. Entretanto, para Marx, o “público” não se confunde com o “estatal”. O caráter público da educação pública, e por extensão da saúde pública e da empresa pública, não se trata de serviços proporcionados e administrados por órgãos estatais, e sim proporcionados e administrados por todos os membros do público, da sociedade em geral. Marx estava longe de imaginar que o socialismo seria, como acabou sendo no extinto socialismo real, regido por aparelhos, órgãos e empresas estatais sob a direção de corpos de burocratas. Ao contrário, achava que toda a sociedade, composta por indivíduos livres e iguais, é que deveria ir assumindo as funções que vinham sendo executadas pelo Estado.
Do mesmo modo que Marx não pensou na possibilidade de, no processo eleitoral, a maioria da população não querer a implantação do socialismo, ou de essa maioria se voltar contra o socialismo após sua implantação, também não pensou na possibilidade de a maioria da população não se interessar pela administração da coisa pública, seja no socialismo, seja no capitalismo, seja no regime que for.Para Engels, a diminuição da jornada de trabalho implicaria mais intensa participação política por parte de cada trabalhador, que teria tempo cada vez maior para fazer política. No entanto, notamos que a grande maioria das pessoas prefere dedicar ao lazer, e não à atividade pública, a maior parte do seu tempo livre.
Em quarto lugar, finalmente, quando Marx fala em “ditadura do proletariado”, como fase transitória da passagem do capitalismo para o socialismo, ele não se refere a um regime autoritário, mas a um regime com plena liberdade de expressão e de organização, exatamente como acontece nos regimes capitalistas mais avançados, as chamadas democracias burguesas, em que para Marx prevalece a “ditadura da burguesia”. Podemos dizer que, nessa crítica efetuada por Marx, a “ditadura do proletariado” difere da “ditadura da burguesia” exatamente por ir progressivamente democratizando o controle dos órgãos e empresas estatais por parte da sociedade.
Se isso é ou não uma utopia, é outra conversa. É importante discutir como os seres humanos poderiam viver melhor, mas isso não deve eliminar a necessidade de verificar concretamente como as pessoas vivem e como gostariam de viver. Para mim, o mais impressionante é que apenas o tempo equivalente a duas vidas minhas até agora nos separa dessas cogitações de Marx.

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do romance ensaio O Mundo como Obra de Arte criada pelo Brasil (Casa Amarela)

sábado, 20 de março de 2010

Preconceitos e realidades do vegetarianismo


Preconceito: Os vegetarianos(em especial os vegans) não consomem cálcio suficiente.
Realidade: Os vegetarianos e vegans consomem cálcio suficiente porque absorvem melhor o cálcio dos alimentos. Nas dietas convencionais, os excessos de proteínas dificultam a boa absorção de cálcio.

Preconceito: Os vegetarianos comem aves e peixes.
Realidade: Não comem. Para muitas pessoas que estão trabalhando no sentido de se tornarem vegetarianas, aves, peixes, ovo s e laticínios podem ser alimentos de transição, mas não são alimentos vegetarianos. Ser um vegetariano significa, no mínimo, não comer nenhum tipo de carne.

Preconceito: Todos os vegetarianos são ativistas ecológicos ou de proteção aos animais.
Realidade: A maioria das pessoas que se tornam vegetarianas são unicamente por motivos de saúde. O segundo motivo mais comum é o respeito aos animais. Não são todos os vegetarianos que assumem uma postura ativa contra as crueldades cometidas contra os animais, mas a dieta vegetariana em si mesma já é um enorme ato de compaixão para com eles.

Preconceito: Vegetarianismo é coisa de mulher.
Realidade: De fato, há mais mulheres do que homens vegetarianos. Mas isso acontece porque, numa sociedade machista, comer carne muitas vezes é um símbolo de masculinidade e virilidade. Valores como a não-violência e a compaixão são percebidos como símbolos de feminilidade, e são depreciados ou temidos pelos homens, numa sociedade machista.

Preconceito: Os vegetarianos são esquerdistas.
Realidade: Há vegetarianos em todas as correntes políticas, filosóficas e religiosas, sendo correto dizer que existe uma tendência mais reformista do que conservadora entre eles.

Preconceito: É um desastre convidar um vegetariano para jantar fora porque ele é muito complicado.
Realidade: É claro que não vai dar certo convidar um vegetariano para um lanche no McDonald’s(o melhor é boicotar o McDonald´s) ou um churrasco, mas almoçar ou jantar com um vegetariano não representa o menor problema. Em muitos restaurantes há pratos que um vegetariano comeria. Na maioria das culturas há sempre pratos feitos exclusivamente com produtos vegetais.

Preconceito: Os vegetarianos adoecem mais facilmente.
Realidade: Assim como qualquer pessoa que tem uma dieta comum, há vegetarianos que adoecem facilmente e outros que nunca ou quase nunca adoecem. O que ocorre é que os vegetarianos são normalmente muito menos propensos a ataques do coração, câncer de mama, osteoporose e outras doenças relacionadas com excesso de consumo de proteínas e gorduras saturadas.

Fonte: Vida Vegetariana



George H. S. Ruchlejmer
"Sua ideia é IdeiaNossa.blogspot.com"

sexta-feira, 19 de março de 2010

20 de março - Dia mundial sem carne

















O Dia Mundial sem Carne é um evento internacional, promovido pela FARM (Farm Animal Reform Movement), e seu objetivo é mostrar para a população em geral que é possível viver de forma saudável e prazerosa sem fazer uso de alimentos de origem animal. E que esta opção oferece inúmeras vantagens, tanto para o indivíduo quanto para o planeta. Veja:

Saúde
Quem não come carne corre menos riscos de sofrer distúrbios do coração, de contrair câncer (especialmente de cólon e do intestino) e de enfrentar problemas como obesidade, hipertensão e diabetes. E também fica livre das doenças diretamente relacionadas ao consumo da carne, tais como a salmonela, a toxoplasmose, a gripe do frango e a doença da vaca louca, que já fizeram milhares de vítimas no mundo todo.

Meio ambiente
Florestas inteiras são devastadas para darem lugar a pastos. A emissão de gás metano, expelido pelo gado bovino, é uma das principais causas de poluição do ar e da destruição da camada de ozônio. Além disso, a indústria da carne é a maior poluidora das águas e destruidora do solo. Essa devastação pode comprometer de maneira irreversível a sobrevivência das gerações futuras!

Fome mundial
A maior parte dos grãos e da soja produzidos hoje no planeta destina-se à produção de rações utilizadas na engorda dos animais de corte. Se estes grãos fossem usados diretamente na alimentação humana, haveria comida mais do que suficiente para todas pessoas do mundo. Parece utopia, mas não é: acabar com a fome é possível!

Respeito aos animais
Porcos, vacas, galinhas, perus, peixes, coelhos, cabritos... Todos estes animais, destinados majoritariamente ao abate, são sensíveis e inteligentes. Estudos científicos recentes comprovam: eles experimentam emoções como o medo e a angústia e sentem dor exatamente como nós, seres humanos. Ainda assim, todos os anos, a indústria da carne submete bilhões de animais a maus tratos, confinamento, manejo brutal e morte cruel. Será que isso está certo?

Por Dr George Guimarães - Nutricionista especializado em dietas vegetarianas - Fonte:
Nutriveg


George H. S. Ruchlejmer
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quarta-feira, 17 de março de 2010

Por que ser homem feminista

Post resposta/complemento ao Abecedário Extraordinário: Mulher

Semana passada foi dia internacional da mulher e ainda está em tempo de parabenizá-las pela constante luta para se livrar das amarras da nossa sociedade machista! E a luta continua! Não sei se é uma posição unânime aqui no blog, mas da minha parte sou totalmente anti-sexismo, anti-racismo e anti-especismo. ;)

Bom, separei duas canções e um texto para reflexão retirado do site 300 "O Início de uma Multidão".

Boa leitura e boa curtição!

Álvaro Diogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com/ - http://www.twitter.com/alvarodiogo

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Por que ser homem feminista

texto inspirado pelo post Sobre o Aborto do blog da minha noiva. visitem, vale a pena

aos 17 anos, ignorante do que significa a palavra clitóris, laís perde a carícia que eu poderia fazer-lhe com os dentes; eu, incapaz de seduzi-la para o feminismo que, homem que sou, tanto bem me faria, privo-me assim da alegria de vê-la sair das amarras de sua educação repressora, privo me também da alegria de acordar a seu lado e desfrutar o revigorante sexo da manhã, que a qualquer um anima para o café da manhã, manga ou outra coisa leve que dê energia suficiente para escalar a cama, o corpo amigo, energia para encher o peito e dizer aos amigos e amigas que a vida sexual anda deliciosa e que não há nada de errado nisso.
considero o sexo uma dimensão essencial do meu dia e do meu ser, e entristeço pelas milhares de laíses educadas todos os dias para a impossível tarefa de ser mãe e ser virgem, ser mulher e ser autômata, fria executora das tarefas da casa, proibida de descobrir seu corpo como eu pude, incentivado pelos meus colegas de escola, masturbação pouco discreta na sala de aula.
aos 13 anos meus, quando a menina demonstrava seu desejo, riam meus amigos de um escárnio surpreso, então ela também deseja, porque diabos temos nós que nos oferecer e insistir tanto, algo que ela também quer, deve desejar ansiosa como cada um de nós, rimos e sonhamos com aquele desejo no nosso ouvido, na nossa nuca, descendo pelo nosso peito e barriga e indo diretamente aonde nossa puberdade reina.
puta é a palavra que proíbe a menina de ser mulher cheia de desejo, que a faz procurar homem que algo mais espere dela e daqueles passos primeiros na descoberta do corpo e do prazer. puta é a palavra que faz dos meninos homens, a mão cheia de dinheiro, a mulher que se faz menina para subjugar-se ao homem que paga pela redução do seu prazer à rotina infernal do trabalho, obrigação que vinga a puta mãe que paga o futuro puto filho.
tinha vinte e poucos anos quando ouvi essa história da boca de uma mulher feita, daquelas que de outro jeito nasceu mas mulher virou porque quis e só encontrava espaço pra usar seu corpo no mercado onde podia vendê-lo. me enchi de raiva da confusão na minha cabeça, que de pequeno gostaria de vender meu corpo também para quem cheio de desejo quisesse, que eu não queria fingir ser o único a querer a mulher que finge que não me quer. então era normal se vender, mas era de se esperar um pagante homem, mulher alguma tem o direito de aproveitar um puto que seja, se puder deve ser escondido, deve ser daqueles bombados ou daqueles barbudos ou daqueles com cara de criança e eu já era gordo ainda por cima. dizem que sou novo, mas na verdade ando bem usado.
não sei se tirei essa vontade feminista das minhas aulas, das leituras, ou se simplesmente brotou como resposta óbvia à frustração do meu desejo: toda mulher cujo desejo eu zombo, escondo de mim mesmo esse desejo, procuro loucamente depois por ele, e deve haver alguma mágoa que o faz fugir e que me deixa a noite toda na mão. sempre pensei que num mundo onde muitos se masturbam, muitos poderiam colaborar, que eu sei que meu pau se parece mais com um pau do que qualquer dedo, todos meus dedos fechados ao redor do meu pau não lembram em nada buceta alguma (nem desde a escola onde minha criatividade era mais fantasiosa).
aí me lembro também que sexo findo, gozadas bem gozadas, eu posso chegar em casa contente e ler um livro, talvez um feminista ou uma ficção científica qualquer, enquanto laís teria que checar se nada na roupa dela melou, medo do pai bravo, e se nada dentro dela ficou, imagina, mais medo do pai bravo, e uma incerteza absoluta do que eu faria, se largaria foucault ou o nintendo wii pra ter um filho ou se iria jogar longe dela pra me livrar da responsabilidade. é verdade que seria grande, e que me daria medo, e eu nem tenho pai bravo e nem teria que ouvir puta palavra a respeito, mas pra entender me falta ser feminista do tipo que faz filhos, coisa pra que me falta idade, sorte e filho. talvez em maio.

Pedro Mariano - Superwoman



Letra traduzida aqui.

Ana Cañas - Super Mulher



Letra aqui.

Apesar de repressão, ciclistas de SP celebram “cardume pacifista”

Violência atrapalha desfecho da terceira edição da Pedalada Pelada e manifestantes pedem investigação de policiais

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

Apesar de repressão, ciclistas de SP celebram “cardume pacifista” Violência atrapalha desfecho da terceira edição da Pedalada Pelada e manifestantes pedem investigação de policiais
A repressão contra ciclistas na terceira edição da Pedalada Pelada em São Paulo não eliminou o lado positivo do evento, garantem os participantes. A detenção de ao menos quatro pessoas ocorreu no fim da versão nacional da World Naked Bike Ride.
Antes disso, os ciclistas haviam transformado a tensão pela presença de policiais em uma brincadeira de gato e rato. Dar o famoso “perdido” nos PMs foi a diversão maior do encontro, que reuniu 500 pessoas na capital paulista no último sábado (13).

A PM foi motivo de diversão para os ciclistas, que se dividiram em vários grupos para dar "perdido", mas no fim houve repressão ao ato (Foto: Thiago Beleza)

André Pasqualini, diretor do Instituto CicloBR, aponta que, como a divulgação foi menor este ano, apareceram menos curiosos e estiveram na Pedalada os ciclistas que realmente conhecem os problemas do dia-a-dia e a real finalidade do evento. Ele lembra que aqueles que têm o hábito de pedalar estão acostumados a formar uma espécie de cardume em que um protege o outro. “A interação com as pessoas nas ruas foi fantástica. A energia foi muito boa, um protesto muito bem humorado e totalmente pacífico”, afirma.
A fotógrafa Laura Sobenes, que foi autuada ao fim da manifestação, entende que há um equívoco em não focar o lado positivo da Pedalada Pelada, que é a grande afinidade entre os participantes e o crescimento da adesão ao seminu. “Os policiais não têm de ir contra a gente. Por que vão ficar com arma na mão? Vamos fazer o que com nossas bicicletas? É óbvio que é uma atitude para mostrar serviço”, aponta.

Detidos

Os participantes relatam que, ao longo do trajeto, os policiais faziam provocações, muitas vezes tentando forçar a queda de algum ciclista. Quando um deles reagiu, acabou detido. Na sequência, um rapaz foi tentar falar com os policiais que, de acordo com os manifestantes, rasgaram sua bermuda e fizeram a detenção por ato obsceno.
“Foram arrastando ele até o camburão. É uma truculência absurda por parte da polícia. Deixou bastante claro que a gente não está protegido de forma alguma”, relata a estudante Talita Noguchi. Ela, em companhia de Laura, foi até o 4º Distrito Policial, para onde foram levados os outros manifestantes. As duas esperavam do lado de fora da delegacia quando souberam que o delegado queria conversar. Foram então informadas que seriam autuadas por ato obsceno – durante o protesto, foram vistas sem roupa.
“Foi uma situação totalmente ridícula por parte da polícia. Um contingente enorme para tentar coibir a nudez e que em nenhum momento protegeu os ciclistas”, afirma André Pasqualini, que destaca que os policiais afirmaram que apenas a nudez artística, como a do Carnaval, seria permitida. “O Brasil é muito hipócrita nessa situação. Não aceita esse tipo de nudismo por causa de um protesto, mas aceita Mulher Melancia. Se você vê TV aberta no domingo à tarde, é só baixaria”, complementa Laura Sobenes.

Nudez

A nudez surgiu como uma necessidade de chamar atenção para os problemas dos ciclistas. A ideia é que, ao menos naquele dia, os cidadãos em geral voltem os olhos para os riscos aos quais está submetido aquele que decide trocar o transporte motorizado pela força das pernas. “É um sentimento que está sempre com a gente. A gente está sempre pelado no trânsito, sem proteção alguma de nada nem de ninguém”, aponta Talita Noguchi.
Essa questão motivou a criação do calendário “Como nus sentimos”, que está à venda na internet e começa a ser entregue esta semana. Cada mês traz a foto de um ou uma modelo, anônimos ou famosos. Entre as mais conhecidas estão a subprefeita da Lapa, Soninha Francine, a apresentadora da ESPN, Renata Falzoni, e a ex-jogadora de vôlei Ida.
André Pasqualini entende que o calendário só é possível por conta das edições anteriores da Pedalada Pelada, que foram abrindo espaço para essa discussão: “O legal do calendário é que tem uma explicação detalhada do que é o movimento. O pessoal vai ter o ano inteiro para ver as imagens e ir entendendo a questão”.
O calendário tem custo de R$ 45 e o preço cai de acordo com o tamanho da encomenda. As entregas dentro da cidade de São Paulo serão feitas por ciclistas.

domingo, 14 de março de 2010

O Homem é Carnivoro? Não!

Em meio a tantas pessoas comentando em minha vida sobre eu deixar de comer carne, vieram várias opiniões interessantes, e em meio a estas, aqui fica a resolução de uma. Aproveitem o texto =]

"Hoje pela manhã fui surpreendido por uma frase um tanto quanto curiosa. “Os seres humanos são carnívoros por natureza, por que temos caninos”. Não me convenci muito e resolvi pesquisar um pouco. Então tá, vamos aos fatos.

CARACTERíSTICAS ANATÔMICAS DOS CARNíVOROS E HERBíVOROS

O homem é biologicamente mais próximo dos herbívoros (os que se alimentam de vegetais) do que dos carnívoros (os que se alimentam de carne).Os humanos não possuem dentes como os carnívoros para triturar ossos ou rasgar a carne. Vinte dos nossos trinta e dois dentes servem para mastigar grãos e nozes.
Outra importante diferença é o comprimento do trato intestinal. O intestino humano é longo (6 vezes o comprimento do corpo), de forma que ele não consegue eliminar a carne rapidamente. Carne em decomposição libera toxinas como o ácido úrico, uréia e amônia, que passam através da parede intestinal. Essas toxinas afetam as juntas, causando inflamação, reumatismo, artrite e causando danos aos rins e ao fígado.

CARNíVOROS

  • Tem garras.
  • Não tem poros na pele, respiram através da língua para esfriar o corpo.
  • Bebem lambendo.
  • Dentes afiados, ponteagudos, para rasgar a carne e triturar os ossos; maxilar movimenta-se verticalmente.
  • Glândulas salivares pequenas; saliva ácida; não possuem enzimas para a digestão de grãos.
  • Forte ácido hidroclórico no estômago para digerir tecido animal rijo, ossos, etc.
  • O trato intestinal é 3 vezes o comprimento do corpo; a carne decomposta passa através dos intestinos dentro de poucas horas.

HERBÍVOROS

  • Não tem garras.
  • Respiram através de poros na pele
  • Bebem através de sucção
  • Não possuem dentes afiados; molares chatos para .moer a comida; maxilar movimenta-se horizontal e verticalmente.
  • Glândulas salivares bem desenvolvidas; saliva alcalina com enzimas amílase para pré-digerir carboidratos.
  • o ácido do estômago é 20 vezes mais fraco que o dos carnívoros.
  • O trato intestinal tem de 10 a 12 vezes o comprimento do corpo; a comida passa através dele vagarosamente.

SER HUMANO

  • Não tem garras.
  • Respiram através de poros na pele
  • Bebem através de sucção
  • Não possuem dentes afiados; molares chatos para .moer a comida; maxilar movimenta-se horizontal e verticalmente.
  • Glândulas salivares bem desenvolvidas; saliva alcalina com enzimas amílase para pré-digerir carboidratos.
  • o ácido do estômago é 20 vezes mais fraco que o dos carnívoros.
  • O trato intestinal tem 6 vezes o comprimento do corpo; a comida passa através dele vagarosamente.

Outro detalhe importante é os seres humanos têm de cozinhar a carne para torná-la palatável e para que não fiquemos violentamente doentes. Em relação aos peixes, em algumas culturas são consumidos crus como a japonesa, mas geralmente são acompanhados de bebidas digestivas como banchá ou chá verde nas refeições.

Para finalizar a minha linha de pensamento, o ser humano acabou se adaptando a dieta mais carnívora ainda nos primórdios do mundo para sobreviver a tempos difíceis. A época em questão é na idade da pedra, onde ainda não possuiam a cultura de plantio e cultivo.

Hoje não necessitamos mais depender de fontes animais como antes para nos alimentar. Principalmente porque temos uma variadade infinitamente maior de vegetais do que espécies de animais para consumo humano.

A consciência é de cada um.

Do Livro: “Fatos sobre a dieta vegetariana e Nutrição."

Do blog do Rafael Koiso



George H. S. Ruchlejmer
"Sua ideia é IdeiaNossa.blogspot.com"

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sem liberdade não há socialismo

Meu interesse por política surgiu após a leitura da Autobiografia do Mahatma Gandhi, juntamente com outros interesses agora íntrisecos em mim como a paz e não-violência e o vegetarianismo.

Ontem à noite em uma das ligeiras conversas que tenho com o Ge (aniversariante do dia \o/) na calçada de sua casa ao retornar da faculdade abordamos modelos políticos-econômicos e se há solução para o que vivemos e se ao menos há esperança.
Prometi há um tempo escrever um pequeno resumo explicativo sobre política que agora com algumas mudanças na minha rotina talvez consiga concluir. Por enquanto, quero deixar para leitura de vocês um texto retirado da Revista Fórum com uns trechos da participação do Paul Singer no Fórum Social Mundial.
Há tempos tenho me alinhado à esquerda e vejo um caminho mais promissor por esse lado do que ao avesso. Mas como no texto, tenho a mesma ideia de que é necessário um novo modelo, pensarmos em um novo sistema político-econômico para alcançarmos equilíbrio político, econômico, social e ambiental.
Não vou me estender muito pois o texto já é longo e já deixa diversas reflexões no leitor. Um dia desses podemos marcar uma conversa pra discutirmos mais o tema, o que acham?

Abraços e boa leitura!

Álvaro Diogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com - http://www.twitter.com/alvarodiogo

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Sem liberdade não há socialismo

Prestes a completar 78 anos, o economista e titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, afirma com orgulho que, dentro da sua vasta formação cultural, a característica da qual mais se orgulha é o fato de ser um convicto socialista. Mesmo assim, se engana quem acha que isso o obrigue a ser dogmático ou defender regimes de esquerda que, no seu entender, não refletem de fato os valores em que acredita. “Sem democracia, sem liberdade, não há socialismo. Portanto, o desafio que temos hoje, se queremos o socialismo – e eu quero – é redefini-lo”. Confira abaixo trechos de uma das suas participações durante o Fórum Social Mundial, em Canoas (RS).

O valor da democracia A democracia foi uma conquista gradativa de lutas de várias gerações, que começa ainda na Revolução Francesa em 1789 e vai até hoje. Pela primeira vez, acredito eu, na história da humanidade, a grande maioria dos países é razoavelmente democrática. O interessante é que essa conquista foi feita em nome do socialismo.

Pois bem, mas quando os socialistas finalmente conquistaram o poder político, na unha, na luta, jogaram a democracia fora, tratou-se como uma conquista provisória, o que é um absurdo. E isso foi feito na Rússia, em Cuba... Aliás, quero deixar claro aqui que tenho a maior admiração pela Revolução Cubana, fui um dos primeiros membros do comitê em defesa de Cuba e não temos que nos arrepender nem um pouco. Mas Cuba é uma contradição em marcha, agora, é uma ditadura, e os que discordam não têm o menor direito, são vistos como inimigos da sociedade, presos, e não podem sair já que a imigração é ilegal.

Uma vez tentei fazer uma reunião de economistas no país para descobrir como é que eles tomam as decisões econômicas. O presidente da federação dos economistas de Cuba não soube me dizer e eu fiquei insistindo, questionando em que instâncias alguém tem a possibilidade de dizer: “Não, eu vou fazer de outro jeito”. Ele simplesmente não sabia. Sinceramente, isso não é socialismo em lugar nenhum. Em Cuba, atingiu-se um grau de avanço educacional e de saúde admiráveis, mas ao mesmo tempo se convive com um grande atraso econômico. Os cubanos são muito pobres, o trabalhador ganha muito pouco, tem direito a uma cesta de alimentos e sempre isso é explicado pelo cerco capitalista, porque os norte-americanos não querem fazer comércio com Cuba. Isso é uma desculpa esfarrapada porque o mundo é muito maior que os Estados Unidos e todos os outros países podem conversar com Cuba.

O capitalismo e o socialismo real Cuba não conseguiu desenvolver uma economia nem parecida com a capitalista. Ela é injusta, concentradora, mas traz benefícios à humanidade, e isto é importantíssimo de lembrar. Ou o computador, por exemplo, não serve para nada, a internet não tem importância nenhuma? A internet foi criada pelos Estados Unidos e hoje é uma arma para nós, para lutarmos por mais democracia, por mais economia solidária, e por mais direitos.

Ontem, um companheiro que estava lá no Acampamento da Juventude, em Novo Hamburgo, falava em destruir o capitalismo. Eu falei, bom, destruir o capitalismo é ótimo desde que a gente consiga colocar em seu lugar, algo no mínimo tão bom ou melhor. Eu diria a vocês que o socialismo real foi um retrocesso e a prova histórica disso é que ele foi derrubado na Rússia, em vários países europeus e assim por diante, sem guerra nenhuma. Ou alguém acha que os Estados Unidos derrubaram o chamado socialismo real? Não foi assim. Este foi simplesmente deposto e em seu lugar veio um capitalismo horrível – pelo menos é o que dizem na Rússia –, surgiu uma burguesia ávida, egoísta e por isso os trabalhadores agora têm que se organizar e voltar a lutar, mas basicamente se criou um capitalismo democrático e há espaço para as lutas que já estão acontecendo.

O exemplo chinês Acredito que em nenhum desses países, nem na Rússia, nem na Polônia, entre esses outros, alguém imagine voltar à era do socialismo real. Hoje ninguém mais quer falar em socialismos porque o confundem com o regime cubano ou com o regime chinês. A China é diferente de Cuba, porque abriu a sua economia aos capitais estrangeiros. Atualmente os capitais privados chineses estão absolutamente permitidos e o Partido Comunista Chinês, que era um partido operário e tinha orgulho disso, já que só operários entravam no partido, abriu suas portas aos empresários porque eles ajudam a desenvolver o socialismo como eles o imaginam. Não estou achando isso nada de muito escandaloso, mas o fato é que, graças a essa, digamos assim, conciliação com o capitalismo, a China está crescendo muito rapidamente e a pobreza está sendo reduzida como em nenhum outro lugar.

Venho colocando isso sem pretender encerrar discussão, ao contrário, estou levantando essa discussão porque os países do chamado socialismo real, que se mantiveram “íntegros”, são paupérrimos, não conseguem incorporar nem os avanços tecnológicos que o próprio capitalismo produz. Aliás, essa foi a razão da queda do socialismo real na Europa, não conseguiram acompanhar o restante do continente.

Qual socialismo? Quero dizer que sem democracia, sem liberdade, não há socialismo. Portanto, o desafio que temos hoje, se queremos o socialismo – e eu quero – é redefini-lo. É o problema central, o que nós entendemos sobre a sociedade socialista? Entendo como uma sociedade em que o povo tem a liberdade de experimentar tipos diferentes de socialismo em cada estado, município, bairro ou comunidade, como nós estamos fazendo com a economia solidária.

A economia solidária é um ensaio para uma possível sociedade socialista. Esse ensaio está se revelando multiforme, estamos recenseando o máximo de empreendimentos da economia solidária e revisitando os que já cadastramos em 2007, e vamos poder descobrir os que desapareceram , os que se fundiram, os que dobraram de tamanho... Pra mim, traçar uma utopia agora é fácil demais, e o que insisto é que, ou o socialismo será construído por uma humanidade inteira, ou não será socialismo. O socialismo no Brasil vai ser construído por 200 milhões de brasileiros e brasileiras, com os quilombolas, os indígenas, os pescadores, os mais pobres e até os multi-milionários, se existirem. Interagindo politicamente, brigando politicamente, fazendo experiências...

Nós nunca conseguimos aprender através de teorias, o velho Marx dizia isso e eu não entendia nada, em boa parte da minha vida fiz teorias e achava ótimo, maravilhoso. Lênin tinha uma frase que hoje acredito ser totalmente falsa, mas na época repetia com enorme fervor: “Não há ação revolucionária sem teoria revolucionária”. Bom, acho que teoria é uma coisa passageira, geralmente ela é superada e não passa de uma generalização das práticas. Ninguém é capaz de prever o futuro, o que seria maravilhoso, teoria deveria servir para isso.

As teorias e as práticas Todas as teorias que foram feitas serviram para alguma coisa inclusive a contribuição teórica de Marx, serviram para conquistar a democracia, para levantar o movimento operário, para fomentar hoje em dia a economia solidária. Mas não acredito que nós tenhamos capacidade teórica para prever o tipo de sociedade que nossos netos vão querer e a única coisa que eu quero é que eles democraticamente possam decidir que sociedade querem. O único jeito de se fazer isso não é por dedução, mas sim por indução, examinar – como nós estamos fazendo no mapeamento da Economia Solidária – o que realmente está acontecendo. Com muita modéstia, muita humildade, para aprender com a prática e, através deste aprendizado, melhorar a prática.

O capitalismo, estritamente o modo de produção capitalista, as empresas, os trabalhadores assalariados, têm uma capacidade tecnológica que nossos empreendimentos hoje não têm, genericamente falando. Na agricultura, em particular, provavelmente teremos igualdade e talvez até avanços sobre eles porque a agricultura ecológica é muito superior à agricultura industrial – que foi um vasto erro que nos custou pesadamente no mundo inteiro. E a agro-ecologia é hoje praticada por camponeses e muitos deles têm sua economia solidária.

Então é possível que neste campo da produção dos alimentos, na questão da segurança alimentar, da soberania alimentar, a Via Campesina particularmente nos mostre caminhos. Acredito nisso. Isso é um caminho para o socialismo? É. Resolver a questão alimentar, acabar com a fome no mundo, conseguir conviver de forma não destrutiva com a natureza é um enorme passo e é um desafio científico, tecnológico, e humano também. Então o que digo é que, se você quiser lutar pelo socialismo, vamos lutar na frente ambiental, vamos mostrar que nós somos melhores que os capitalistas no sentido de preservar o futuro dos nossos netos. Aí podemos competir.

Agora, podemos competir em informática? É interessante perguntar isso, hoje estamos dando para nossos jovens desempregados a oportunidade de trabalhar em informática. Está acontecendo no Brasil inteiro, em cooperativas, é uma das coisas que sinceramente me empolgam: ver os jovens pobres, com baixa escolaridade, indo para a fronteira, fazendo software. Embora neste momento meu julgamento seja de que nós estejamos muito atrasados em relação aos empreendimentos capitalistas no que se refere à corrida tecnológica, acho que há boas razões para sermos relativamente otimistas. É bem possível que criemos novos avanços tecnológicos que sirvam para a humanidade inteira, e se servirem para a humanidade inteira vão servir para os socialistas certamente.

A importância da educação popular Hoje nós, socialistas da Economia Solidária, estamos fazendo avanços extremamente importantes na área da educação popular. A educação que as nossas crianças recebem nas escolas públicas é extremamente alienante. Basicamente a criança entra para receber um conhecimento que a família nunca poderia dar, que para ela é totalmente estranho, ou seja, é uma violação. Que criança nossa das classes populares aos seis, sete anos, quer aprender a ler e escrever? Garanto que nenhuma. É uma “chatura”, uma violação. Acho que é, sem querer, uma tortura, e fico com dó dessas crianças. Os meus netos aprenderam a escrever, a ler, sozinhos, sem ninguém obrigar, usando o meu computador, antes de ir para a escola. Isso é maravilhoso.

Por que não transformar a educação escolar em alguma coisa autogestionável, em que as crianças tenham voz e voto? É para elas, não é para nós. Isso se chama educação democrática e isso existe, há escolas democráticas no mundo inteiro e no Brasil também. O meu neto mais velho foi educado em uma escola em que ele era parte de uma autogestão, de uma assembleia em que as crianças, todas juntas, participavam das decisões. Não tem classe por idade e os adultos não são professores, mas ajudantes das crianças para que elas possam aprender, elas mesmas decidem o seu programa de trabalho. E, por incrível que pareça, as crianças são terrivelmente curiosas, mas não porque nós decidimos o que elas têm que saber, a sua curiosidade parte do que eles aprenderam e nós aprendemos desde que nascemos, desde que saímos do ventre materno. Por isso não vamos deixar de aprender nunca.

A ideia de que você só aprende na escola é um erro, você aprende na vida. Quando a criança vai para a escola, já aprendeu muita coisa, a falar, a controlar suas necessidades, a correr, pular, se comunicar, viver em sociedade com outras crianças. Ela não é um quadro limpo em que você vai desenhar o que quiser. A educação democrática é irmã gêmea da economia solidária.

Essa matéria é parte integrante da edição impressa da Fórum 83. Nas bancas.
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