--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

sábado, 15 de agosto de 2015

Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo urbano

Em uma região que falta água pra beber, ar pra respirar e solo pra se plantar, morar e se deslocar esse texto vem incendiar o blog que há tempos não era atualizado.

Será que é mesmo só amor que não existe em SP?

Boa leitura.

@alvarodiogo
Numa eterna reflexão de amor e ódio sobre SP

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Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo urbano

Por Ariovaldo Nuvolari¹

Estamos no inverno e tivemos 4 dias de chuva e frio. De repente, que beleza, um dia de sol. Gosto do inverno, mas só daqueles dias de sol, nos quais, posso andar tranquilamente pelas ruas do meu bairro, nas minhas horas de folga, me aquecendo e olhando as novidades. Pra mim, os dias de chuva e frio são tristes, porém, como estamos precisando de muita chuva, devemos agradecer a Deus, por ter se lembrado de nós. Que remédio ...

Eu já estou com 65 anos de idade, aposentado há dois anos, porém continuo trabalhando, não tanto quanto antes, mas continuo, porque após 42 anos de contribuição para o INSS, ainda não consigo viver com o salário que me pagam, em parte por causa do plano de saúde que está cada vez mais caro e subindo sempre acima da inflação. Quem se preocupa com isso ? Quem fiscaliza ? Parece que ninguém.

Mas, voltando a comentar o meu passeio pelo bairro, percebi que, nos últimos tempos, há muita novidade por aqui. Casas construídas na década de 1950-1970 estão sendo derrubadas, para construção de novos prédios, num ritmo alucinante e numa ganância muito grande dos empresários do setor. Com tanta construção no bairro, a caminhada já não é tão agradável como antes; as calçadas e ruas estão esburacadas, montes de areia e de terra, cocô de cachorro, lama e restos de concreto. Os caminhões que transportam terra escavada saem derrubando a terra e sujando as ruas do bairro, gerando pó em dias secos e lama quando chove. Já flagrei motoristas lavando os seus caminhões de concreto no meio fio e jogando os restos na sarjeta. Quem se preocupa com isso ? Quem fiscaliza ? Parece que ninguém. Tais sujeitos fazem o que querem e ninguém diz ou faz nada.

Passando por um desses locais, eu me espantei e me perguntei: Nossa ! A casa que aqui existia era tão bonita, bem cuidada, com jardins, flores e agora se resume a esse amontoado de entulhos; para onde será que foram essas pessoas ?  Para onde está sendo levado tanto entulho ? Fiquei sabendo que, usando terrenos de 10mx50m, um sujeito está construindo, só no bairro em que moro, 8 prédios exatamente iguais: 2 andares, 12 apartamentos de 40 m² cada; a meu ver um verdadeiro sarcófago (sem iluminação e ventilação adequadas). Mas quem se preocupa com isso ? Quem aprova tais projetos ? Parece que ninguém.

Godzilla x Especulação Imobiliária
Fonte: Mercado Popular
Continuo a minha caminhada, passo numa determinada rua e de repente fico ainda mais triste; a maior parte das casas daquele quarteirão está à venda, e então eu me faço a seguinte pergunta: por que será ? Logo percebo o motivo; do outro lado da rua, em frente delas, lá estão 3 torres de um novo condomínio residencial. Taí a razão; roubaram-lhes o sol. Caramba ! Mas o sol não nasceu pra todos ? Sim, mas para os moradores dessas casas, não mais. Principalmente no inverno terão que conviver com o frio e o cheiro de mofo.

Desculpe-me o eventual leitor, mas hoje estou mais chato do que de costume e cheio de perguntas: será que as redes elétricas, redes de água e de esgoto serão suficientes para mudanças tão bruscas ? Será que as ruas estreitas comportarão tantos carros entrando e saindo ? Afinal de contas, num só local onde antes havia 3 ou 4 casas, nas quais moravam no máximo 20 pessoas, agora temos três edifícios com 20 andares cada um, e 4 apartamentos por andar. Faço as contas e constato; puxa vida ! agora são 80 apartamentos em cada edifício,  e um total de 240 apartamentos, onde passarão a viver cerca de 1.000 pessoas, e naquele mesmo espaço. E a tão decantada “qualidade de vida”, onde é que fica ? Quem se preocupa com isso ? Quem aprova tais projetos ? O plano diretor, se é que ele existe, está sendo cumprido ? Quem fiscaliza isso ? Parece que ninguém.

Verticalização e o preço da especulação imobiliária
Fonte: Belém Debates
À noite chego em casa e minha filha me liga desesperada, dizendo: Pai, acabei de chegar do serviço, fui tomar banho, mas acabou a água, o que é que eu faço ? Bingo ! Tais transtornos já eram esperados, e apenas começaram. Ela mora num prédio de 2 andares e, neste caso, a pressão da água deveria vencer, no mínimo 15 metros de altura para chegar à caixa d’água que fica na laje superior. Como os prédios maiores tem caixa d´água inferior, isto é, recebem a água nas suas caixas situadas nos subsolos para depois fazer o bombeamento para a caixa d´água superior, conclui-se que os prédios maiores vão receber a água, já as casas térreas, sobrados e os prédios menores ficarão sem ela, pois a pressão passou a não ser suficiente para a demanda. Quem está preocupado com isso ? Acho que ninguém. E nesse ritmo, que belo cenário para o futuro.

Ligo a TV e sou informado pela repórter que o nível do Sistema Cantareira, que era responsável por produzir 33.000 litros de água por segundo é só de 19,6% já considerando o volume morto. Que o nível do Alto Tietê era de 28% e assim por diante. Um cenário nada animador. Eu me lembrei que há pouco tempo atrás um colega de trabalho (sou professor na área de saneamento e meio ambiente) me convidou para um desses debates sobre a crise hídrica. Naquela época eu disse a ele: eu não vou participar porque nem sei o que dizer; já que a busca de novos mananciais está cada vez mais difícil; a água necessária para abastecer os quase 22 milhões de pessoas da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) não está tão próxima da capital. Como então aumentar a produção com tantas limitações ?

Situação atual do sistema Cantareira: -12%
Fonte: Mananciais.tk
Comecei então a pensar no assunto. O que fazer ? Por um lado a população aumentando dia a dia em ritmo acelerado, necessitando cada vez mais água. Por outro, os mananciais mais próximos e que já estão sendo utilizados, continuam os mesmos e ainda por cima passamos a conviver com esse período de baixas precipitações nas bacias que alimentam esses mananciais, ou seja, a situação é bastante crítica e só tende a piorar ainda mais.

Fui buscar alento na Bíblia Sagrada, livro esse do qual sou leitor assíduo. Pensei comigo: o Criador deve ter a solução. Eu me deparei então com um texto registrado no livro de Gênesis 1.27 e 28, que diz: E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra ...

Eu fiquei meditando sobre esse texto e pensei: bom, o homem obedeceu a Deus quando frutificou, multiplicou (somos mais de 7 bilhões em toda a terra), mas logo me lembrei também que; quando o homem quis construir a torre de Babel (ver Gênesis 11.4), Deus não se agradou disso, confundiu as línguas e os fez parar com aquele projeto. Deus realmente quer que enchamos a terra, usando os seus espaços e não nos aglomerando num só local. A aglomeração não faz bem. Quanto se gasta com mobilidade urbana ? Quanto tempo em média leva o trabalhador da sua casa ao serviço e vice-versa ? Quanto tempo e dinheiro se gasta no trânsito ? Porém, nós teimosamente nos acotovelamos nas cidades, desobedecendo às ordens divinas. E é claro que estou me incluindo entre os rebeldes.
Mas, você leitor, deve estar pensando: o que fazer então, seria correto proibir as pessoas de morar nas cidades ? Os mais afoitos vão dizer: isso não é democrático. Realmente não é, concordo, mas alguma coisa precisa ser feita. Porque não incentivar aqueles que querem outro tipo de vida, a sair das cidades. Temos visto tantos protestos em busca de moradias, terras, etc, sempre atrapalhando o trânsito e complicando a vida dos demais cidadãos; e sempre também sem uma resposta adequada das autoridades; que me parecem perdidas em meio a tantos problemas. Acho que cada cidade deveria estudar e fixar qual a população em que ela poderia ser considerada sustentável. Eu acho que as grandes cidades não são sustentáveis. Posso garantir que a RMSP não é sustentável.   No caso do esgoto sanitário, você sabia  que hoje são tratados menos de 45% dos esgotos coletados e nem todo esgoto é coletado ?  E o pior é que,  mesmo que num passe de mágica, conseguíssemos coletar e tratar todo o esgoto gerado, ao nível atual de 90% de remoção da carga orgânica, ainda assim mataríamos os rios que cortam nossa cidade, pois os 10% de carga orgânica restantes são suficientes para deixá-lo com concentração zero de oxigênio dissolvido. Sem contar as questões: da já citada falta d´água, do lixo, do trânsito, da poluição do ar. A concentração de população nas cidades grandes já é absurda e só tende a piorar com o crescimento populacional. Alguma coisa tem que ser feita, estamos perto ou dentro do caos.

Rio Tietê: pouca água, muito esgoto
Fonte: Envolverde
Garanto também que muita gente não sai das cidades por pura falta de opção. No entanto, se tivéssemos um projeto ao nível dos governos: federal, estadual e municipal, envolvendo cabeças pensantes das universidades, além de empresários que se dispusessem a participar desse projeto, contanto que houvesse um sério respaldo político, administrativo, financeiro e técnico.

E que tipo de projeto poderia ser ? Eu pensei em algo como Agrovilas, espalhadas por todo país; nas quais houvesse a preocupação de se plantar, de acordo com a vocação agrícola local, amparada tecnicamente por órgãos tipo EMBRAPA, a nível federal, secretarias de agricultura, etc. Além disso, que a essa produção agrícola fosse agregado valor, através de industrialização no próprio local. Parte da população que aderisse ao programa, se dispondo a deixar as cidades, poderia trabalhar meio período na indústria, e meio período na sua propriedade agrícola. Outra parte da família ficaria apenas na produção agrícola, de modo que, em cada família sempre houvesse quem trabalhasse tanto na indústria quanto na produção agrícola, mantendo um razoável nível de vida.

População urbana e rual no Brasil de 1940 a 2010
Fonte: Mundo Agrário
Claro que tudo isso precisaria ser melhor pensado, mas acredito nessa fórmula e penso que poderia dar certo se todos os envolvidos no projeto trabalhassem em prol do sucesso de todos e que gente idônea fosse encarregada do gerenciamento desses projetos. Com isso, de forma voluntária, poderíamos incentivar a volta ao campo e cada vez mais ir diminuindo a população das cidades a níveis aceitáveis. Seria o reverso do êxodo rural, uma espécie de êxodo urbano.

EU JÁ ESTOU VELHO, CANSADO, MAS PREOCUPADO: QUEM PUDER QUE FAÇA ALGUMA COISA.
E OBRIGADO SE VOCÊ TEVE PACIÊNCIA DE LER ESSE MANIFESTO ATÉ O FIM...

¹ARIOVALDO NUVOLARI
Cidadão andreense - professor universitário
Mestre e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento pela UNICAMP
nuvolari@fatecsp.br

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Blogueiro: tornar a ser

Por Álvaro Diogo

Há momentos que simplesmente resolvemos realizar todas aquelas pendências que estavam inchando o check-list do bloco de notas. Para algumas pessoas acontece na virada do ano novo, para outras no mês do aniversário, mas para mim sempre acontece no final de novembro/começo de dezembro. É sério, pode reparar: a Coluna do Talainho é sempre mais movimentada nessa época do ano. Bom... a pendência a ser realizada hoje é tornar a ser um blogueiro e manter viva as páginas deste recanto tão querido que é o Blog Ideia Nossa. Portanto, aperta o play e não deixe de comentar, curtir, compartilhar ou qualquer outro verbo de ação que comece com "C" e faça feliz eu e todos os colaboradores do Coletivo Ideia Nossa.

Lançamento imperdível do mês de novembro. Baixe o álbum aqui.

Não fiz pauta, não elaborei roteiro e até agora não sei como será esse post. A única coisa que sei é que pretendo escrever a cada 10 dias aqui no blog e escolhi hoje para começar.

Bom, como não tenho pauta para me alongar e não pretendo demorar mais de 30 minutos para escrever esse post irei compartilhar algumas coisas que li e vi na web no último mês.

"Não há nada pior do que os preconceitos de quem acha que não tem preconceitos." 

"Ideologia é como espinafre no dente: a gente só vê o dos outros." 

"A gente não acredita no que quer. A gente não acredita no que é logicamente dedutível. A gente não acredita nas evidências dos nossos sentidos. A gente acredita no que pode, do jeito que dá, segundo as limitações da nossa biografia, da nossa educação, do nosso temperamento."


Esse texto do link acima está fresquinho, saiu ontem do forno. Ainda não li a versão final, mas li a primeira versão preliminar enviada pelo Alex no e-mail e vale muito a pena ser lido, como todos os textos da série Prisão, aliás, como todos os textos que o Alex Castro escreve.

Em breve pretendo colaborar como mecenas do trabalho dele.



O mecenato do mês foi para o novo trabalho musical do Leoni, intitulado "Notícias de Mim", quem quiser mais informações, ou também quiser colaborar é só clicar aqui.

E pra encerrar eu deixo este vídeo da Honey Bee. Uma gatinha portadora de necessidades especiais que foi adotado por um mochileiro e agora vive a vida fazendo trilhas com seu tutor humano-guia. Impossível não se emocionar.


Em breve o Coletivo Ideia Nossa virá com novas ações. Nos bastidores há muita coisa sendo discutida e planejada e 2015 promete ser um ano melhor e maios do que foi o tão esplêndido ano de 2013 para nós.

PS I: a parte da coluna ser mais movimentada nessa época do ano era uma brincadeira, mas se alguém teve curiosidade de conferir, por favor me informe se é verdade.

PS II: escrevi o post em exatos 24 minutos, contando o tempo que atendi o Flávio aqui no trabalho. Flávio é aluno no laboratório onde trabalho e baixista na banda Antioxidante, que será alvo desta coluna em breve.

PS II.a: ...e mais 11 minutos para formatar e inserir as referências no post =)

PS III: em 2015 a tão reforma do layout do blog sai, pode acreditar!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

2º Festival de Artes de Rua da Praça Elis Regina

Por Jonatham Adam / Fotos: Álvaro Diogo

Equilibrismo
O festival foi fantástico, lindo. No início fiquei tão emocionado ao ver as pessoas ali, com a música e chorei. Sério ! Não aguentei, explodi. Mas foram lágrimas de alegria ! Fiquei muito contente em ver de perto tanta gente ali : vivendo o momento, se divertindo, contribuindo com tudo. Com o Festival em si, lógico, e com a organização. Muitíssimo obrigado por este dia. Agradeço  ao  Álvaro, ao  Coletivo  Ideia  Nossa, aos  músicos  e  aos  artistas  circenses ! Nunca tinha  vivido  algo semelhante  a este  evento ! Tive  felicidade  de  ver  as crianças aproveitando lá no  Escambo  o filme do superman, do batman ... vi um rapaz presenteando uma moça (amiga, ou namorada) com o livro "uma breve história do tempo" do Hawking - sei lá deu uma sensação de gosto, sabe ?  Pois  estes  títulos  coloquei  no  escambo  logo  quando  cheguei.  E  nós  sabemos, quando  agimos  de  boa  fé,  como  é  bom  despertar  o  sorriso  e  a  alegria  nas  outras  pessoas  com  nossas  ações. Nunca  fiz  nada  parecido.
Escambo promovido pelo Coletivo Ideia Nossa

Como  disse-me  um  amigo : “as  pessoas  podem  voltar  ocupar  o  espaço  público ; que  é  delas”. E  só  o  fato  de  saber  que  a  ideia  do  festival partiu  de  uma  iniciativa  de  um  grupo  das  pessoas - os  músicos  “Cabarés”, “Ideia  Nossa”  e demais - já  é  de  grande  significância. Poxa, é  uma  iniciativa  e  tanto !

Essa  coisa  da  aproximação  das  pessoas, creio, é  essencial  para  haver  uma  convivência  mais  fraterna  entre  nós. Era  possível  ver  muitas  pessoas  que  vinham  do  serviço  e  paravam  para  ver  o  festival. Umas  paravam  alguns minutos  para  apreciar ; já  muitas  outras  simplesmente  jogavam  a  bolsa  na  grama  e  ali  restavam. Sabemos  que  elas  poderiam  simplesmente  ignorar  e  ir ver  TV  ou  ir  ao  shopping, mas  elas  quiseram  estar  ali : se  divertindo, interagindo, se  alegrando  em  conjunto!

Paraciclo produzido pelo Coletivo Ideia Nossa
Mau  vejo  a  hora  de  surgir  o  próximo  festival  que, na  esperança, será  maior  ainda.
Só  de  lembrar, dá  uma  saudade  daquele  sábado. Com  certeza  o  mais especial  do  ano. Pois  as  experiências  que  podemos  adquirir  num  evento  destes  é  impagável, até  indescritível  com  simples  palavras. É  preciso  viver o  Festival  e  senti-lo  em  sua  totalidade : observar  as  cordas  do  violão  ondularem, as  crianças  brincando  com  os  jogos, os  rapazes  e  moças  dançando
e  bebendo, os  artistas  e  músicos  nos  empolgando  com  seu  magno  ofício, enfim, dos  mais  jovens  aos  mais  idosos  sendo  felizes  naquele  dia !

Coletivo Ideia Nossa

sábado, 20 de setembro de 2014

Feira das Profissões

Texto: Álvaro Diogo, Felipe Cruz, Paulo Fonda e Rodrigo Martins / Fotos: Bianka Azevedo e Rodrigo Martins

Coletivo Ideia Nossa realiza palestra para cerca de 100 jovens na Escola Estadual Professora Neide Aparecida Sollitto.

Se você pudesse, tivesse tempo um dia desses, de voltar a sua escola? Visitar onde você aprendeu a ler e escrever. Entrar na sala de aula onde você estudou quando criança, andar novamente no pátio da escola. Olhar e ver nos olhos de cada criança e pensar: "Eu já estive aqui, e hoje me sinto feliz de voltar e dizer a cada um deles sobre minha profissão e despertar nesses jovens o interesse na música".

Paulo Fonda e seu violão

O Coletivo Ideia Nossa realizou na ultima quinta feira (18), palestra intitulada “Feira de Profissões” aos estudantes da Escola Estadual Professora Neide Aparecida Sollitto. Na ocasião, os representantes do coletivo palestraram sobre suas experiência de vida e carreira profissional.

Com o objetivo de despertar o interesse dos estudantes para entrarem na faculdade e minimizar as dúvidas quanto à carreira. Os representantes animaram a manhã dos estudantes, que com entusiasmo e curiosidade, não pouparam perguntas e questionamentos.

Bianka Azevedo respondendo às perguntas sobre o que ser fotógrafa
O evento contou com a participação do Músico Paulo Fonda PauloFonda, do sanitarista Álvaro Diogo, da fotógrafa Bianka Azevedo e do jornalista Rodrigo Martins.

“É muito gratificando poder despertar a essa juventude o interesse em continuar em busca dos seus sonhos” relata o representante do Ideia Nossa, Alvaro Diogo.

 As palestras "Feira de Profissões" continuam e serão ampliadas a outras escolas, ONGs, empresas, comunidades interessadas. Siga www.ideianossa.blogspot.com e Coletivo Ideia Nossa nas redes sociais.

Álvaro Diogo (sanitarista), Paulo Fonda (músico), Rodrigo Martins (jornalista) e Felipe Cruz (geógrafo). Todos colaboradores do Coletivo Ideia Nossa


domingo, 13 de julho de 2014

Vandalismo x Protesto

Por Felipe Cruz

Pessoas que gritam aos sete ventos que foram nas manifestações do ano passado. Pergunto, em qual delas você foi??? Na segunda-feira mágica, em que houve uma mobilização social enorme, com pessoas gritando "sem partido", ou "sem violência"? Pessoas que nunca sofreram as reais mazelas de manifestações passadas? Pessoas que claramente, não tinham um saber político, por ser a primeira vez que se rebelaram contra um sistema? (Não que elas não possam ter aprendido, afinal, credito a ida às ruas para desenvolver esse saber, desde que não se conforme com apenas esse evento mágico).

Ou você esteve nas anteriores que contou com a máquina de opressão, chamada PM? Falo daquelas manifestações que desencadearam essa segunda feira mágica, que muitos irão contar para os netos que já participaram de uma "manifestação" e que NEM usaram máscaras. Nossa que pessoas incríveis (ironia mode on).



É preciso entender a diferença entre vandalismo e um protesto, um grito de uma ação direta contra o capital. (Ainda que possa vir a não concordar).

Enquanto houverem mascarados que protegem pessoas dos danos físicos contra a polícia que legitima o aparelho do estado, e que concomitantemente atacam os símbolos do grande capital, por "n" motivos que não vou lhes cansar, mas por exemplo, o que simbolicamente mostra às pessoas que elas não precisam ser dominadas por nada, e que grandes prédios e etc... não representam nada. Estarei do lado deles.

Mais vale um banco quebrado, ainda que assuste essa ingênua parcela da população, do que o sumiço do Amarildo dentre outros que nem ouvimos falar, e que a mesma população que se amedronta com o banco, não dá a mínima pra mais um pobre favelado morto.


E quando for ofender o movimento, sugiro que evite a palavra "marginal". Como você sabe que essas pessoas estão às margens??? E se realmente estão, é válido o argumento "cadeia neles"? Então a resposta é que continue a excluí-los da sociedade?

Parabéns, com mais muros e grades que pretende construir um Brasil melhor?

domingo, 20 de abril de 2014

Clareza nas ideias...

Por Rodrigo Martins

A dificuldade de compreender a mudança de atitude da sociedade atual está fazendo o governo e a elite enfiar os pés pelas mãos. Grande parte das pessoas aprenderam a questionar,  não aceitar tudo "garganta a baixo". O jovem de hoje não é mais como o jovem de antigamente, a música de hoje não é mais como a de antes, o rolê de hoje também não. 

A negação de aceitar que um jovem faz parte de protesto, debates e questionamentos por ideologia e não necessariamente por fazer parte do partido X ou Y. Aceitar que a mídia não derruba mais governo e ao contrário, chegou a vez do povo de escolher quem derrubar, desde o ministro do primeiro escalão por um simples caseiro,  à grandes e fervorosos líderes por ministros do STF. 

Ver uma mídia que assume publicamente que tem lado, quando a morte de um cinegrafista causa clamor público e outro cinegrafista também morto em trabalho e desta vez por um tiro de fuzil pela polícia e o que se tem na mídia é um silêncio fúnebre. 

Quando táticas e álibis são direcionados a busca de um culpado usando a incompetência moral de um advogado, que aciona o estagiário que ouviu do papagaio que tinha a ligação com um deputado. 

Uma justiça que julga a morte de acordo com a conta bancária do réu e a decisão será direcionada perpétua ou trabalhos sociais. Viva o místico e heroico Thor.

Aí vem o Apocalipse e passa a ser a única referência nos seus 40 dias de sol e escassez de água e alimentos,  tirando a responsabilidade do ser humano que adora ser politicamente correto e sustentável. 

Tudo é riso, tudo é bunda e festa. Mas lembre-se não pode bater, quando se nasce para apanhar, não se brinca com a verdade ou sua vida corre risco de vida! Me lembrei de uma piada: "aqui é um lugar onde o humor é levado a sério e o que é sério é levado no humor". Por isso, entre sempre pela porta dos fundos. 

Vamos... que bradam os "sininhos", queimem todos em praça pública. Vamos... queimem todos, gays,  negros, pobres, putas. Toda essa raça que só atrasa os avanços padrão FIFA. Viva o discurso dos parlamentares que nos representam.

Neste país de generosidade, onde dorme-se pouco e trabalha-se muito. Com ônibus lotado, trânsito caótico e mesmo assim recebe seu salário mínimo. E pela força das idéias contribui com as vaquinhas dos pobres e inocentes presos políticos. 

Mas aqui é Brasil.  O país em que em época de eleição faz-se chover se necessário for,  aprendermos que o sistema só existe para fortalecer o próprio sistema, mas vamos e lutemos, sem armas, sem máscaras, sem medo e quando vierem os cassetetes,  diremos por quê? E eles, dirão por que não?!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Parabéns pra você!

Por Rodrigo Martins

Parabéns pra você, nestes 50 anos queridos! 

A festa está marcada, muitos convidados, o bolo é uma bola de futebol, assim poderemos saborear com muitos gritos de gol na hora de apagar as velinhas!

O convite é destes da última geração, onde as imagens do fantástico mostravam polícia junto com o exército, marinha, aeronáutica tomando a comunidade da Maré, e após a mágica tomada - em 15 minutos acabaram com uma história de anos de crime - então, eles levaram as crianças para conhecer dentro dos “caveirões” e andar a cavalo, usando as boinas policiais. Confesso que tive a impressão de ter voltado na história e estar observando os Jesuítas catequizando os índios.

E então a festa começou...

Primeiro a chegar foi a polícia. Eles queriam saber se estava tudo em ordem e progresso. E então começaram recolhendo os CDs e DVDs piratas, após prenderem uns usuários de maconha que tinha por lá. Em seguida acharam uns ladrões de carros e limparam geral, até um negro ator da globo saiu algemado, para provar a ação, o helicóptero cheio de drogas foi apreendidos, mas não tinha dono.

Em seguida chegou a mídia, cheia de pompa, já chegou falando, primeiro deixou claro que as manifestações na festa não daria certo, para provar que estava certa repetiu diversas vezes o foguete que matou o cinegrafista. Como sempre bem vestida, mostrou os avanços. Eike Batista que foi o apresentador. O Mc Donald´s e a Coca Cola tentou entrar junto mas não passaram na porta, o filho de Eike passou direto, não deu tempo de frear. 

Quem chegou em seguida foi o governo. Chegou na Hillux nova da PM e deixou claro que as ações estão corretas e que a maconha é proibida, isso que é vendido na porta da sua casa é uma ilusão de ótica. Ao entrar não fez questão de cumprimentar a Educação, disse que é “Um bando de vagabundos” e se encher o saco, falando de saúde, transporte, cultura, esporte, etc. já ia chamar quem resolvesse o problema: cassetetes novos, carros com jato d´aguá e a nova lei anti terrorismo. E esse papo de moradias já, já vamos dar um jeito, com toda a licença, mas a democracia precisa de estacionamento para a copa.

Saltitantes chegaram os Políticos. Os carros era todos importados, as fichas criminais também, prometeram uma nova democracia, esta estava velha. Discursaram por horas, mostraram imagens e depoimentos que pensamos estar na festa errada. Promessas de reforma eleitoral, reforma no judiciário, leis mais duras, e melhores salários para eles. (O último eles cumpriram)

Tarda mais não falha! Chegou a madame justiça, essa chegou por último (como sempre) escolheu quem cumprimentar, deu habeas corpus para uns, liminar para outros e uns mais especiais tiveram habeas corpus preventivo, mas saíram muitas liminares determinando entrar em todas as casas suspeitas da comunidade da Maré (O que seria uma casa suspeita?!). Não contente, julgou em tempo Record presos em protestos. Prendendo a todos, determinando uma limpeza étnica na sociedade, em especial a comunidade do Pinheirinho.

E então lá vem o povo, quando chegou na porta não pôde entrar, já estava cheio...  E então, uns ficaram amarrados nos postes e não conseguiram se soltar a tempo, outros estavam batendo em quem bateu em alguém e as mulheres estavam vestidas “pedindo para serem estupradas”. Foi então que começaram a acabar com os 3´Ps (Pobre, Preto e Puta), assim, ficaria mais fácil de lidar com a sociedade. 

Bom, mesmo ao lado de fora o parabéns saiu...

O bolo acabou rápido, só foi para os convidados! 

E hoje é o dia de dizer parabéns, afinal não se faz 50 anos todos os dias. Então lá vai...

“Parabéns coronéis vocês venceram outra vez, o congresso continua a serviço de vocês...”

O golpe de 64, em resumo. Por Carlos Latuff
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