Por Paola Corassini e Felipe Cruz
Nosso colaborador, professor e cidadão, Felipe Cruz saiu às ruas hoje no Dia dos Professores, 15 de outubro de 2013, não para se ferir, ou ferir alguém, Felipe só estava lutando por melhores condições aos da sua classe, quais se dedicam e se empenham pelo futuro de todos.
O ato legitimo busca pautas importantes:
1 - Reajuste de 36,74% salarial para os professores da rede estadual.
2 - Cumprimento de jornada estabelecida pela lei do Piso: no mínimo 33% do piso da jornada de trabalho para atividades de formação e preparação de aulas.
3 - DIRETAS JÁ NA USP!
4 - Explicações por parte do governo estadual sobre a contaminação no terreno da USP Leste.
5 - Fim da progressão continuada ou “Aprovação Automática”, pedimos a intervenção da lei federal , pelo Estado de São Paulo.
Como todos vimos, mais uma vez a polícia arbitrária de Alckmin destratou e reprimiu o direito de manifestação de nossos professores, tratando-os à gás de efeito "moral" e muita violência.
Abaixo, o relato do nosso colaborador:
"Estive na manifestação em frente ao metrô Faria Lima.
Caminhamos pela Eusébio Matoso e fomos para a Marginal Pinheiros. Onde Caminhávamos rumo ao Palácio dos Bandeirantes...
Em frente a loja da Tok & Stok em plena Marginal, um grupo de policiais fez uma barreira no sentido que caminhávamos, e outra barreira foi feita no sentido contrário, ou seja atrás de nós. Ficamos num "quadrado". Logo, cercados não tivemos pra onde correr! E sofremos com as bombas explodindo ao nosso lado e os efeitos dos gases. (Graças aos Black blocs) Pulamos o cercado da loja, e os funcionários deixaram que atravessássemos para a rua de trás, onde podíamos voltar em direção a USP.
Não satisfeitos, os policiais armaram outra emboscada naquela rua, o Resultado vocês podem conferir na foto ao lado.
Vale ressaltar que manifestantes do grupo Black Blocs fizeram uma linha de frente para atrasar os policiais que avançavam ensandecidamente jogando bombas de efeito moral no que restou dos militantes.
Se não fossem os Black Blocs, poderia ser pior.
O que dói mais, é saber que haverá impunidade, pois o MELIANTE era eu.
O que dói menos, é saber que balas e bombas não destroem ideias!
Peço que compartilhem! Parece pouco, mas a dor é TERRÍVEL!"
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"
Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa
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Um comentário:
Tenho uma visão muito diferente do que é o Black Bloc, mas em especial na atuação deles, ontem, no ato em defesa da educação.
Sou do coletivo Juntos e estou inserido no âmbito da organização dos protestos, em junho, participamos ativamente dos protestos contra o aumento da tarifa, não só em São Paulo, como em várias outras cidades e estados, eu mesmo cheguei a participar de reuniões com o MPL, para discutir a forma como se dariam os atos, enfim, falo tudo isso para mostrar que tenho certa experiência e posso fazer uma analise um pouco profunda sobre o que aconteceu.
Antes que me julguem por criticar o Black Bloc, gostaria de dizer que sempre o defendi, como postura ideológica, que tem por objetivo deixar claro o descontentamento da população, dar um choque no sistema capitalista, radicalizando nas ruas, sempre achei legítimo isso, mas é válido analisar que o Black Bloc não se trata de um coletivo organizado, mas sim de uma ideologia, logo, atrairá muitos indivíduos que deturpam essa ideologia e praticam atos inconsequentes, pois não há nenhum tipo de diálogo em coletivo para avaliá-los, sendo que tais atos, em grande parte dos casos, geram consequências violentas ao conjunto dos manifestantes, como foi o caso de ontem, na Marginal Pinheiros.
O ato de ontem, em defesa da educação, foi deliberado em assembleia na USP e UNICAMP, entre milhares de estudantes, que nesse momento ocupam suas retorias, por mais democracia e contra o aparelho repressivo na universidade, além disso, houve uma adesão grande de professores, que organizaram aula publica antes da passeata, afim e politizar o ato e dar uma legitimidade maior a ele. O DCE da USP protagonizou a construção de tudo isso e estava conduzindo a passeata para o Palácio dos Bandeirantes, que se dava sem nenhum problema com a polícia, estes, inclusive, abriam caminho para a passeata passar. Quero deixar claro, que como foi visto, o efetivo policial era muito grande e muito bem equipado, poderiam dispersar os 2500 manifestantes a hora que quisessem, inclusive quando tentássemos tomar a Marginal Pinheiros (se esse fosse o problema), o que não ocorreu, pois ainda andamos por algum tempo pela Marginal. Obviamente não devemos ter a ilusão de que realmente chegaríamos ao Palácio do governador, o enfrentamento se daria em algum momento, mas não ali e não daquela forma.
Então qual foi o problema?
O problema foi justamente a postura inconsequente e completamente negativa do Black Bloc, que tencionou a passeata do começo ao fim, desde a sua partida, no Largo da Batata, até o término, na Marginal Pinheiros, mesmo nos momentos de maior tranquilidade do trajeto, vidraças eram quebradas, policiais e manifestantes eram provocados, passaram por cima da direção do ato, feita pelo DCE da USP e tomaram a frente da faixa que deveria conduzir a passeata. No ponto citado, em frente a Tok&Stok, a polícia truculenta de Alckmin fez o que sabe fazer melhor, reprimir. Cercaram os manifestantes – que não tinham para onde correr, pois de um lado havia o Rio Pinheiros e do outros as grades da Tok&Stok – e bombardearam (literalmente) os manifestantes com bombas de gás, e se engana o caro amigo quando diz que foram os membros do Black Bloc que quebraram as grades – um ou outro, certamente, mas não o conjunto – pois quando a coisa começou a pegar a primeira ação deles foi a de se meter no meio da faixa do DCE e se protegerem entre os outros manifestantes, alguns, mais rápidos, foram os primeiros a pularem as grades e se evadirem pelos fundos, seguindo à risca o ditado “cada um por si”, quem soube conduzir e organizar os manifestantes, criando rotas de fugas, através das grades e prestando socorro aos que passaram mal, foram os coletivos que já possuíam experiência para lidar com essas situações, posso afirmar com certeza, que a grande maioria dos Black Blocs em nada nos ajudaram, apenas contribuíram para que a nossa passeata terminasse mais cedo e da pior maneira possível.
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