Texto: Luciana Bender/
Fotos: Divulgação
Três horas. É assim que começo o post de hoje. Pode parecer
muito tempo, e de fato em alguns momentos é mesmo, mas é essa a duração da nova
adaptação para o cinema do tão aguardado O
Hobbit – Uma jornada inesperada, de J. R. R. Tolkien.
Nunca fui grande fã do Senhor
dos Anéis, o que não quer dizer que eu não admire a grandiosidade da sua
produção. No entanto, cada capítulo dessa obra de Tolkien merece as longas
horas que lhe foram destinados, afinal são mais de 1200 páginas. Já não podemos dizer o mesmo do Hobbit,
que conta com apenas 328 páginas.
Talvez seja essa a minha grande decepção. A qualidade
gráfica é sensacional, novamente impressionando com aquele 3D maduro que tanto
tenho falado em meus posts. Mas devo admitir que é bastante frustrante ficar
todo esse tempo, sentada em cadeiras desconfortáveis (vale destacar que as
poltronas do IMAX não são das mais espaçosas) e pensar que é apenas a primeira
parte de uma saga, que teremos que esperar mais alguns anos para conferir a
continuação (13 de dezembro de 2013 e 18 de julho de 2014).




E é aqui que meu post segue um novo rumo. Podem ficar
tranquilos, ainda não terminei de contar minhas impressões sobre esse
super-longa. Fui ao cinema na última quinta-feira na esperança de ver a beleza de
que tanto falavam, não que eu tenha saído desapontada, mas achei que estava
normal de mais, afinal, o que se falava era de uma nova tecnologia que poderia
mudar os rumos do cinema. O 3D é sensacional, mas dizer que era algo inovador é
um exagero, afinal já vemos a Pixar adotar essa técnica com maestria em suas novas animações.

Enfim, na sexta-feira comecei a pesquisar sobre o filme para
conhecer um pouco mais sobre as filmagens e essa nova técnica, muito bem
desenvolvida pelo diretor Peter Jackson. Acabei descobrindo que com as novas
câmeras Red Epic, é possível filmar filmes a 48 quadros por segundo, o dobro do
que já estamos acostumados. O que isso muda? Muita coisa! A qualidade visual do
filme, os detalhes são melhores enxergados e, a princípio, parece que o filme
está sendo rodado de forma mais acelerado, resultado do dobro de informações.
Minha frustração teve início quando descobri que essa tecnologia só estava
disponível em algumas telonas e que, na que assisti, não estava.

Pesquisei mais a fundo e achei um dos últimos remanescentes
que ainda exibiam essa versão e arrastei meu namorado para o cinema de novo
para conferir O Hobbit HFR (sigla que
se refere ao “High Frame Rate” – 48 quadros por segundo – e que foi adotada por
todos os cinemas para sinalizar as sessões diferenciadas). Odeio assistir
películas dubladas, mas tive que abrir mão da legenda para conhecer o novo. E não
me arrependo. De fato, no início parece que tudo está sendo rodado em câmera
acelerada, os detalhes chegam a ser exagerados, fazendo com que você perca o
foco da narrativa e preste atenção em uma barba emaranhada ou na fumaça emitida
pelo cachimbo de Bilbo, nosso personagem principal.

Nessa película conhecemos o que posso chamar de prólogo do Senhor dos Anéis, Bilbo Bolseiro, tio de
Frodo, é convidado por Gandalf a participar de uma aventura. E é aí que toda a
história começa, o pequeno Hobbit será mais um dos membros do grupo de anões
que perdeu seu território para um dragão e agora, depois de anos buscando um
lar para morar, acredita ser o momento de reconquistar o território perdido. Liderados
por Thorin Escudo-de-Carvalho essa equipe terá que enfrentar orcs com sede de
vingança e tantos outros seres estranhos que só a Terra Média pode oferecer.
“A coragem não está em saber quando tirar uma vida, mas em saber quando você deve poupar uma.”
Deixando de lado a qualidade técnica, devo admitir que em
alguns casos chegam a ser muito exaustivas as longas conversas dos personagens
e o momento de aparição do Gollum ("My precious") me pareceu longo demais, feito para agradar
os grandes fãs da primeira trilogia.
Termino meu texto dizendo que, para aqueles que acham que o
cinema está estagnado, vocês estão muito enganados. Novas câmeras e técnicas
nos mostram que tudo é possível. E mesmo que minha cadeira não tenha se mexido
ou que nenhuma gota de água tenha sido jorrada em meu rosto, saí mais uma vez
com aquela sensação de criança brincando com algo novo. Espero que essa
evolução não pare por aqui e que a sétima arte encante-nos cada dia mais.