Ontem (24 de outubro), eu e a Paola, estivemos representando o Coletivo Ideia Nossa ao lado dos colegas da Ciclocidade, Gabriel e Matias, na reunião da Frente Parlamentar de Mobilidade Humana onde o subprefeito do Butantã, Luís Felipe, iria prestar estar esclarecimentos sobre a atual situação da ciclovia prevista desde 2004 para a Avenida Eliseu de Almeida.
Os boatos que circulavam de que o projeto apresentado pela JBA Engenharia havia sido rejeitado pela CET, que além de não ser um projeto executivo, mal atendia as exigências normativas minímas para sinalização, eram verdadeiros.
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Manifestação pela ciclovia da Eliseu no dia primeiro de dezembro de 2012. Fonte: Taboão em Foco. |
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Da esq. para a dir.: Álvaro (Coletivo Ideia Nossa), Sofia (Colégio Ítaca) e Gabriel (Ciclocidade) em reunião na Câmara Municipal de São Paulo sobre a ciclovia. Fonte: Ciclocidade |
O subprefeito continua mantendo o discurso de que a ciclovia será entregue esse ano. Agora vamos ao novo discurso oficial.
Uma empresa - Tecnotrans - irá executar a ciclovia sem projeto (sendo realizado posteriormente um "as built" [sic!]) onde o traçado contempla o trecho que vai do Shopping Butantã até o final da Av. Eliseu de Almeida. Trecho bem menor do que seria contemplado anteriormente que iria de Taboão da Serra ao metrô Butantã.
Para este trecho será usada a emenda parlamentar de R$150.000,00 destinadas e já disponibilizadas para utilização pelo Vereador Nabil Bonduki e com a emenda do Aurélio Miguel que deverá ser autorizada para uso neste sábado via decreto no diário oficial. Totalizando R$1.350.000,00 disponíveis semana que vem, estando a subprefeitura apta a iniciar as obras.
A interligação do final da Eliseu até o metrô já está em fase de projetos, pela mesma empresa, mas sem previsão de início e muito menos de entrega.
Há ainda as seguintes promessas, sem nenhum prazo para conclusão:
- a continuação da ciclovia até o Taboão;
- um braço da ciclovia até a futura estação de metrô Morumbi;
- ciclorotas até a Ponte Eusébio Matoso;
- interligação até o Portão 1 da USP;
- interligação com o bairro do Caxingui.
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Placas utilizadas nos protestos. Fonte: Mobilize |
Em uma das reuniões no Estúdio do Morro entre ciclistas da região pegamos o projeto da ciclovia e comentamos todas as folhas, indicando nossas alterações, críticas e sugestões. Tudo a troco de quê?
Ainda batemos na tecla de soluções emergenciais desde o ano passado para aqueles ciclistas que usam a avenida diariamente em seus deslocamentos e nenhuma delas nunca foi contemplada. Sinalização horizontal e vertical de ciclistas na via, redução e/ou controle de velocidade na via, campanhas de educação no trânsito, implantação de ciclorotas. Para quê? São ações desnecessárias, não é mesmo?
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Adesivo distribuído nos protestos. É comum encontrar bicicletas e carros com esse pedido na região. Fonte: Vá de Bike |
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Bicicleta do ciclista Lauro Neri, atropelado e morto em 2012 na avenida. Fonte: Via Trolebus |
Os ciclistas presentes na reunião consideram clara a necessidade de manutenção, ampliação e intensificação dos protestos pela ciclovia na Eliseu. Não podemos nos contentar com o que "sobra para fazer" imposta pela prefeitura. Uma reunião com o secretário de subprefeituras, Chico Macena, já está sendo agendada e caso não resolva solicitaremos mais uma vez uma reunião com o prefeito Fernando Haddad.
Queremos a ciclovia da Eliseu, não mais uma ciclocoisa na cidade. Muitos poderão exclamar: "mas pelo menos vão fazer alguma coisa!". E eu deixo a seguinte pergunta para reflexão: "até quando iremos nos contentar com migalhas do poder público e suas obras com projetos imperfeitos ou mesmo sem projetos?"