--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

domingo, 22 de maio de 2011

O AMOR VENCEU PARA MIM E PARA VOCÊ TAMBÉM

O AMOR VENCEU PARA MIM E PARA VOCÊ TAMBÉM
Por Wanderley Bressan*

A aprovação da união estável pelos ministros do Supremo Tribunal Federal por 10 votos a zero, pegou na sociedade como final de novela das oito. A intensa cobertura midiática em torno desta importante problemática, que durante anos o movimento LGBT tem pautado nas suas discussões, fez com que a sociedade, mesmo aqueles que nunca se interessaram pelo tema, estivesse esclarecida do que havia acontecido. O mesmo acontece nos últimos capítulos de novelas, por onde quer que você passe você escuta um comentário.
Este acontecimento aponta uma diretriz muito positiva para o movimento LGBT. Eu, pessoalmente, já defendia há algum tempo a teoria de que apesar do alto grau de preconceito que ainda está presente e enraizado na nossa sociedade a temática LGBT sempre aguçou, no mínimo, curiosidade nas pessoas, o que facilita muito o diálogo que o movimento LGBT se propõe a fazer com a sociedade afim de esclarecer as muitas dúvidas sobre a curiosa vida homosexual.

Em 1988, o Brasil, de forma até que inovadora para a época, aprovou a união estável para homem e mulher. Ainda, e especialmente, reconheceu o direito a igualdade entre os cidadãos, o respeito à dignidade, entre outros. À partir destas premissas, durante muito tempo os tribunais no Brasil receberam diversos pedidos de rconhecimento de uniões estáveis, comprovando claramente a imensa demanda existente no Brasil.

Wanderley Bressan na Parada do Orgulho LGBT de Taboão da Serra ao lado de drags da região.

A aprovação do STF representa um avanço fantástico para a luta pela conquista da plena cidadania LGBT, pois provoca a reflexão nos demais poderes politicos e na própria sociedade. Agora falando de humano para humano, esse direito que nos era negado, assim como centenas de outros que ainda são negados, se consolidava nas nossas vidas como uma dor social e humana indescritível. Por mais que tentássemos, baseados nos princípios de cidadania, estabelecer uma família, ter residência fixa, pagar nossos impostos, muitas vezes adotando crianças abandonadas por outras pessoas, e outras infinidades de tarefas afim de desenvolver o amor humano em uma sociedade, não éramos considerados como família. É, isto mesmo, por mais que tentássemos, o fato de amar diferente privava o direito se constituir como uma, o que nos colocava em uma situação de marginalidade extrema.

Aos que ainda hoje enxergam estes avanços com maus olhos, gostaria de propor uma reflexão. Vivemos ou não vivemos em uma sociedade democrática onde a liberdade deve ser respeitada e garantida? Por mais que tenhamos uma cultura religiosa, que considera a homossexualidade como pecado, esta mesma cultura religiosa não dissemina a salvação individual e o livre árbitrio? Partindo desta linha de pensamento, que mal é feito à sociedade o desejo de poder amar outra pessoa e usufruir dos mesmos direitos de qualquer cidadão sem correr o risco de ser marginalizado?

Aos que ainda se manteem nesta injusta e retrocessa linha de pensamento sugiro esta reflexão. A todos os outros, resta-nos comemorar essa grande vitória, a vitória do amor. Como presidente da ONG DIVERSITAS – Diversidade em Taboão da Serra, divido minha alegria com todos os LGBT's de Taboão da Serra, que de forma corajosa tem ido as ruas dialogar e provar que amar não é um problema, e que o amor faz bem à todos, contribuindo diretamente para que este e outros avanços que virão sejam conquistados.

*Wanderley Bressan, Graduado em Relações Públicas, Pós-graduando em Gestão Pública, é presidente da ONG Diversitas - Diversidade em Taboão da Serra.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pequeno manual de verbetes LGBT para você jornalista lindo nunca mais falar O TRANSEXUAL ROBERTA CLOSE

Estes dias comecei a acompanhar o blog do João Márcio e achei este post extremamente informativo e esclarecedor :)
Beijos, queridos!
Maguita
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Pequeno manual de verbetes LGBT para você jornalista lindo nunca mais falar O TRANSEXUAL ROBERTA CLOSE
Olá lindas e lindos, hoje vou ensinar em poucas lições como redigir um texto sem ofender a comunidade LGBT e explicar o porque do uso destes termos. O objetivo desse post não é, em absoluto, ofender a classe jornalistica, mas elucidar algumas questões que ficam pendentes sobre os termos a serem utilizados. Assim como negros, judeus, mulheres e outras minorias pedem alterações de alguns termos para se sentirem contemplados (e hoje muitos deles foram aderidos), com o debate sobre os direitos LGBTs em polvorosa achei interessante pôr em pratos limpos algumas expressões para que nossos textos sejam mais coerentes com todos.

ORIENTAÇÃO SEXUAL, POR FAVOR.
Lindos, nunca usem o termo "opção sexual". Ofende profundamente o movimento LGBT. Uma vez que não fazemos escolhas sobre nosso desejo sexual (ou alguém se lembra quando escolheu ser hetero?), o termo “opção” torna-se pejorativo quando falamos sobre lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. O termo correto para falar sobre sexualidade é “orientação sexual”, uma vez que desejo sexual nos orienta a essa ou aquela forma.

LGBT IS THE NEW GLS
Algumas pessoas ainda usam o termo “GLS”, datado da década de 70, quando não existia um questionamento mais profundo sobre os direitos homoafetivos. O termo LGBT contempla lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Outros preferem utilizar LGBTT para dar voz a travestis e transexuais separadamente e não @s aglomerando num grupo “transgênero”. A ordem L-G-B-T é em respeito ao movimento feminista, uma das bases do movimento LGBT, portanto, além de homenagear as mulheres que lutaram pelos seus direitos, a sigla L vem a frente por questões de visibilidade lésbica. E lembre-se: GLS pode ser usada apenas para fins comerciais, como lojas, hotéis, boates, bares e clubes chamados “gay friendly”. Em geral o termo tem caído em desuso, mas sua conotação hoje é muito mais comercial do que política.

HOMOSSEXUALIDADE SIM, HOMOSSEXUALISMO NUNCA.
Judeus lutaram por muito tempo para o desuso da palavra “judiar”, que era algo que tornava ofensivo para os praticantes de tal religião. O mesmo se aplica a expressão “homossexualismo”, que remete coisas terríveis aos LGBTs. O termo “homossexualismo” foi criado durante o nazismo para denotar que o comportamento pederasta era uma doença. Em 1990, quando a OMS retirou a homoafetividade do seu catálogo de doenças, entendendo que é uma expressão da sexualidade, passou-se a usar o termo “homossexualidade”, uma vez que todo ser humano tem uma sexualidade, sendo ela homo, hetero, bi, pan ou assexuada. Então, em respeito a todos os homossexuais que sofreram por conta do nazismo, abortou-se o sufixo “ismo” e adotou-se “homossexualidade”, ou “homoafetividade”, ou em outros casos, “homoerótico”.

TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NÃO SÃO HOMOSSEXUAIS
Essa parte parece complicada, mas não é. A sexualidade humana não é dada pelo sexo biológico (aquele que você nasceu), mas pela identidade de gênero (como você se identifica sexualmente). Ou seja, se você nasceu homem, se identifica como homem e tem atração por mulheres, você é heterossexual. Se você é mulher, se identifica como mulher, mas sente atração sexual por outras mulheres, você é homossexual. No caso de uma travesti que nasceu homem, mas se identifica como mulher e tem atração por homens ela é considerada heterossexual. Como a identificação dela é feminina, então ela é hetero. Inclusive se você conversar com muitas travestis, elas não se identificam como gays, simplesmente por que não são. São mulheres que nasceram em corpos masculinos. Porém, se a travesti (nascida homem e com identidade de gênero feminina) se envolve afetivo/sexualmente com outra travesti ou uma mulher, aí sim ela é homossexual. Pode parecer impossível, mas sim, existem travestis e transexuais homossexuais.

O TRAVESTI E A TRAVESTI SÃO BEM DIFERENTES
Um ponto que fere profundamente o movimento transgenero é a questão do recorte de gênero, como elas e eles são tratad@s. Bem, se é uma travesti/transexual MTF (male to female, ou seja, nasceu homem e identifica-se como mulher), sempre a trataremos no feminino. A travesti Luisa Marilac, por exemplo. Ou a transexual Ariadna Arantes (para citar as mais recentes). Utilizamos o gênero masculino em casos de transgeneros FTM (female to male, tão logo, mulheres que se identificam como homens), como por exemplo o filho da cantora Cher. Por uma questão, primeiramente, de respeito, devemos utilizar o tratamento correto. É agressivo demais a uma travesti ser chamada pelo nome de registro e ser tratada o tempo todo no masculino. Causa constrangimento e tristeza.

HERMAFRODITAS NÃO EXISTEM
Muita gente exemplifica Roberta Close como hermafrodita. Péssima notícia: não existem hermafroditas na espécie humana. Para um animal ser considerado hermafrodita deve ter em sua estrutura tanto o sistema reprodutivo feminino quanto masculino. Exemplo disso são as minhocas. O mesmo se aplicaria a espécie humana. Até hoje não foi registrado nenhum caso parecido na literatura médica. O que existe em nossa espécie é a “intersexualidade”, ou seja, pessoas que nascem com os dois sexos, mas sem a capacidade reprodutiva de ambos. Normalmente são crianças com um micro-pênis e uma vulva formada. Porém não podemos determinar na hora do parto se é evidentemente um homem ou uma mulher, e registra-se a criança com um dos dois sexos e num futuro descobre-se, como no caso de Roberta Close, que houve um erro. A estrutura física, psicológica e emocional é toda voltada pro feminino e seu registo é masculino. Além disso, o micro-pênis (que em muitas vezes não é capaz de ficar ereto, devido aos hormonios femininos) incomoda profundamente a intersexual.

TRAVESTI É UMA COISA, TRANSEXUAL É OUTRA
Travestis e transexuais são diferentes. Travestis e transexuais têm em comum a inversão de identidade de gênero (sentem-se como o sexo oposto), mas apenas as transexuais tem ojeriza ao próprio órgão genital ou sofrem do distúrbio de identidade de gênero. Em geral as transexuais tem um processo de aceitação interna muito mais doloroso e para isso enfrentam todo o processo da mudança de sexo. As transexuais podem realizar a vaginoplastia para acabar com o pesadelo do corpo errado, enquanto as travestis não sentem-se incomodadas com o sexo que nasceram. Por conta dos problemas de aceitação, muitas transexuais cometem suicídio por se sentirem aprisionadas num corpo que não as pertence. A cirurgia de mudança de sexo feminino para masculino ainda é bastante experimental e de efeito meramente estético, enquanto a transexualização masculina para feminina é um procedimento relativamente comum e mantém estrutura complexa para que a transexual tenha prazer em suas relações futuras. Como qualquer outra cirurgia podem haver falhas e a operada não sentir mais prazer com a penetração, mas não é uma regra. Muitas transexuais sentem muito mais prazer após a cirurgia.

A PALAVRA É: HOMOFOBIA
A palavra está na moda, mas muita gente não sabe exatamente o que significa. Identifica-se como homofobia o tratamento hostil, agressivo, chulo, discriminatório, preconceituoso, antipático e/ou aversivo a homossexuais, bissexuais e transgêneros (esses, em alguns casos, pedindo o uso do termo transfobia, por não se sentirem contempladas no termo homofobia, como expliquei lá em cima sobre a identidade de gênero trans). Em suma, é o mesmo que o racismo, porém com LGBTs. Por isso o apelo ao fim da homofobia no Brasil e a aprovação de leis, como aquelas criadas em prol dos negros, para criminalização da homofobia. No Brasil a cada dois dias um homossexual é assassinado. Segundo levantamento feito em abril de 2011, 60% das empresas não gostariam de ter funcionários homossexuais em seu quadro. Em escolas de todo o país, mais da metade dos alunos dizem-se não ser favoravel a homossexuais e transgêneros dentro de salas de aulas. No Brasil mais de 90% dos transgêneros evadem das escolas por conta da transfobia. A homofobia, assim como o racismo, é uma forma de bullying ainda muito recorrente no Brasil. Não é considerado homofobia a pregação religiosa sobre a homossexualidade que algumas religiões praticam, porém, caso o discurso tenha cunho agressivo e incitação a violência, pode-se considerar homofobia. O projeto de lei complementar que criminaliza a homofobia no Brasil (PL 122), prevê que agressores de homossexuais poderão ser presos com penas de até 5 anos. O mesmo projeto de lei, revisitado recentemente, deixa bem claro que a liberdade religiosa não poderá ser afetada mediante tal projeto de lei.

Espero ter contribuído com todos para revisões e esclarecimentos. Acredito que muitos redatores e jornalistas usam os termos errados não por preconceito, mas por pura falta de conhecimento no assunto. Não é má vontade. É pura desorganização do movimento LGBT em deixar claras as questões que nos atingem. Qualquer dúvida, podem deixar comentários que vou atualizando o post.

Foto: minha :)

domingo, 8 de maio de 2011

Criança, entre livros e TV

Criança, entre livros e TV
Pro Frei Betto para o Correio da Cidadania

Foi o psicanalista José Ângelo Gaiarsa, um dos mestres de meu irmão Léo, também terapeuta, que me despertou para as obras de Glenn e Janet Doman, do Instituto de Desenvolvimento Humano de Filadélfia. O casal é especialista no aprimoramento do cérebro humano.
Os bichos homem e mulher nascem com cérebros incompletos. Graças ao aleitamento, em três meses as proteínas dão acabamento a este órgão que controla os nossos mínimos movimentos e faz o nosso organismo secretar substâncias químicas que asseguram o nosso bem-estar. Ele é a base de nossa mente e dele emana a nossa consciência. Todo o nosso conhecimento, consciente e inconsciente, fica arquivado no cérebro.
Ao nascer, nossa malha cerebral é tecida por cerca de 100 bilhões de neurônios. Aos seis anos, metade desses neurônios desaparecem como folhas que, no outono, se desprendem dos galhos. Por isso, a fase entre zero e 6 anos é chamada de "idade do gênio". Não há exagero na expressão, basta constatar que 90% de tudo que sabemos de importante à nossa condição humana foram aprendidos até os 6 anos: andar, falar, discernir relações de parentesco, distância e proporção; intuir situações de conforto ou risco, distinguir sabores etc.
Ninguém precisa insistir para que seu bebê se torne um novo Mozart que, aos 5 anos, já compunha. Mas é bom saber que a inteligência de uma pessoa pode ser ampliada desde a vida intra-uterina. Alimentos que a mãe ingere ou rejeita na fase da gestação tendem a influir, mais tarde, na preferência nutricional do filho. O mais importante, contudo, é suscitar as sinapses cerebrais. E um excelente recurso chama-se leitura.
Ler para o bebê acelera seu desenvolvimento cognitivo, ainda que se tenha a sensação de perda de tempo. Mas é importante fazê-lo interagindo com a criança: deixar que manipule o livro, desenhe e colora as figuras, complete a história e responda a indagações. Uma criança familiarizada desde cedo com livros terá, sem dúvida, linguagem mais enriquecida, mais facilidade de alfabetização e melhor desempenho escolar.
A vantagem da leitura sobre a TV é que, frente ao monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado. De certa forma, a TV "rouba" a capacidade onírica dela, como se sonhasse por ela.
A leitura suscita a participação da criança, obedece ao ritmo dela e, sobretudo, fortalece os vínculos afetivos entre o leitor adulto e a criança ouvinte. Quem de nós não guarda afetuosa recordação de avós, pais e babás que nos contavam fantásticas histórias?
Enquanto a família e a escola querem fazer da criança uma cidadã, a TV tende a domesticá-la como consumista. O Instituto Alana, de São Paulo, do qual sou conselheiro, constatou que num período de 10 horas, das 8h às 18h de 1º de outubro de 2010, foram exibidos 1.077 comerciais voltados ao público infantil; média de 60 por hora ou 1 por minuto!
Foram anunciados 390 produtos, dos quais 295 brinquedos, 30 de vestuário, 25 de alimentos e 40 de mercadorias diversas. Média de preço: R$ 160! Ora, a criança é visada pelo mercado como consumista prioritária, seja por não possuir discernimento de valor e qualidade do produto, como também por ser capaz de envolver afetivamente o adulto na aquisição do objeto cobiçado.
Há no Congresso mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até proibições de propaganda ao público infantil. Nada avança, pois o lobby do Lobo Mau insiste em não poupar Chapeuzinho Vermelho. E quando se fala em restrição ao uso da criança em anúncios (observe como se multiplica!) logo os atingidos em seus lucros fazem coro: "Censura!"
Concordo com Gabriel Priolli: só há um caminho razoável e democrático a seguir, o da regulação legal, aprovada pelo Legislativo, fiscalizada pelo Executivo e arbitrada pelo Judiciário. E isso nada tem a ver com censura, trata-se de proteger a saúde psíquica de nossas crianças.
O mais importante, contudo, é que pais e responsáveis iniciem a regulação dentro da própria casa. De que adianta reduzir publicidade se as crianças ficam expostas a programas de adultos nocivos à sua formação?
Erotização precoce, ambição consumista, obesidade excessiva e mais tempo frente à TV e ao computador que na escola, nos estudos e em brincadeiras com amigos são sintomas de que seu ou sua querido(a) filho(a) pode se tornar, amanhã, um amargo problema.
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Crianças: a alma do negócio

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nina Simone - The best of

Nesta semana atrasou um pouquinho o album da semana, mas não esquecemos, Háa! Desta vez vou disponibilizar um album que vai mexer com a cabeça de vocês, vamos abrir a mente para o jazz music de qualidade e de conteúdo! Não, não são só um monte de notas jogadas no ar pra você viajarr. Nina Simone mostra muita garra no piano, na voz e em seu ativismo dos anos 60!


Espero que apreciem e abram a mente para este ótimo estilo.
Fica aqui uma prévia do talento dela.



Nina Simone - Ain't Got No / I Got Life

Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweaters
Ain't got no faith, ain't got no beard
Ain't got no mind

Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no name, ain't got no love
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God

What have I got?
Why am I alive anyway?
Yeah, what have I got?
Nobody can take away

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got the life

I got a headache, and toothache,
And bad times too like you,
I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobies
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got life, I'm gonna keep it
I've got life, I'm gonna keep it

George H. S. Ruchlejmer
@george_hsr
"Sua ideia é IdeiaNossa.blogspot.com"
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