--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Papel de Parede - Março 2012


Amigos da natureza, no ano de 2012 faremos homenagem às nossas queridas irmãs árvores, sendo que a cada mês enviaremos um papel de parede com uma espécie.

Elas fazem parte do calendário Nossas Árvores, da Editora Irdin (www.irdin.org.br), caso deseje adquiri-lo entre em contato com a editora.


Já está disponível no site do Instituto Nina Rosa para download gratuito e circulação livre, o papel de parede do mês de Março 2012.

Para baixá-lo gratuitamente, clique abaixo na dimensão mais adequada ao seu monitor, salve imagem como, clique nela com o botão direito do mouse e defina-a como papel de parede.

A reprodução é livre.

Dimensões:
800x600 / 1024x768 / 1280x800 / 1280x1024 / 1360x768 / 1440x900

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Economia criativa – uma revolução virtual


Texto: Luis Gaspar

Não é de hoje que o mercado está discutindo pirataria, copyright e outras coisas que nasceram e evoluíram lado a lado aos adventos midiáticos de distribuição da informação.

Nos últimos meses fomos atacados por novas maneiras de censura, o que é normal, tudo o que é novo assusta tudo o que é velho.

ACTA, PIPA, SOPA e o projeto de lei anti-games, que está no Senado brasileiro, me fazem pensar em diversas coisas, mas sempre acabo caindo nesse processo revolucionário que estamos vivendo no mundo.

Não faz muito tempo que o Ministério da Cultura abriu a Secretaria da Economia Criativa. Para quem não sabe do que se trata é o seguinte: com a queda de poder financeiro e o aumento do descontrole da informação o mundo chegou em um ponto onde as indústrias de produto perdem poder para o artigo humano de maior valor: o pensamento. Sim, a economia criativa trata de valores intangíveis como a criatividade artística, empreendedora, a capacidade de inovação e por que não as histórias por detrás das marcas.

Algumas cidades europeias passaram por esse processo há bastante tempo sem saber muito bem o que estava acontecendo e o resultado na época foi medido principalmente pelo turismo. A verdade é que a economia criativa é o terceiro maior setor econômico no mundo atual e que seu único “produto” já veio pronto e não existem empresas que criem mentes humanas, mas existem empresas que influenciam, organizam e até “dominam” parte dessa mente. Vide Coca-Cola, Nike, Apple e outras tantas marcas responsáveis até por pessoas viciadas que precisam de tratamento psicológico para cuidar dessa obsessão pelas marcas ou produtos.

Não há dúvidas de que nos próximos anos nós seremos obrigados a nos adaptar para sobreviver, afinal, sabemos disso desde que Darwin nos explicou tão didaticamente a Teoria da Evolução. O mercado hollywoodiano não está lutando contra os cambistas da praça da Sé, eles estão lutando por um modelo de economia capitalista que está moribundo. Não querem downloads nem cópias não por que têm medo de ficar sem dinheiro, mas porque assim como as gravadoras, tiveram de se adaptar e perder seus monopólios e conchavos políticos para o MP3 e o consumo virtual. A arte não é mais artigo de consumo “cult” ou burguês e os artistas não precisam mais passar noites na porta da Rede Globo ou do SBT para conseguir alguma visibilidade. Hoje basta internet e criatividade para tomar o lugar dos personagens mal construídos das indústrias de comunicação.

Nós, nerds, bloggers, hipsters, chame como quiser, somos os primeiros guerrilheiros dessa guerra contra o controle virtual, vivemos em um território sem dono, sem ordem, porém pacifico, onde todos dividem tudo, tudo mesmo, vivemos os tempos do “share”. E desde os primórdios todo território sem dono foi dominado pelo povo mais forte, e as indústrias seculares acham que são eles os mais fortes, mas a economia já provou que não são.Vamos lutar por uma internet mais justa!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um vulto de preto


Texto: Luciana Bender/ Foto: Divulgação

Minha última ida ao cinema, para assistir ao péssimo 3D de Star Wars, rendeu-me um pequeno susto antes de entrar na sala. Enquanto eu passeava pelo cinema, vendo os próximos filmes que entrariam em cartaz e seus respectivos trailers, uma mulher de preto surge sorrateiramente a minha frente. Eu, que estava tagarelando animadamente com meu namorado, fiquei muda. Ainda mais porque sob aquele manto preto com um delicado, mas gótico, véu no rosto, seus olhos fitavam-me com uma feição um tanto assustadora. 

Marketing sempre foi uma estratégia brilhante usada pelos grandes estúdios para levarem o público ao cinema, o que não garantia a satisfação dos telespectadores. Tenho um trauma recente quanto a essa jogada. Filha do Mal me ganhou pelo trailer e por toda a propaganda que foi feita em cima dele, o que não foi suficiente para apagar o fracasso do roteiro e minha revolta ao fim da sessão.

Agora vou explicar porque mencionei o marketing e a jovem de preto. Essa dama estava divulgando o novo filme de Daniel Radcliffe (o mesmo de Harry Potter), A mulher de preto. O trailer não me surpreendeu tampouco me assustou.

A história se passa no início do século XX, Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) é um jovem advogado e viúvo que parte rumo ao interior da Inglaterra para cuidar da papelada de um cliente que acaba de falecer. Típico de todos os suspenses, a construção é sombria e a todo o momento nos passa a sensação de que algo irá nos atacar ou de que algum fantasma sairá de uma das paredes.

Mesmo não tendo assistido ao filme, para mim foi difícil separar Arthur Kipps de Harry Potter. Mais complicado ainda foi imaginá-lo com um advogado viúvo, afinal, ele carrega eternamente a imagem de um jovem estudante. Talvez a escolha do protagonista tenha sido um erro, mas a questão é que o filme, não parece fugir dos tradicionais sustos e jogos de luzes que nos fazem ver vultos e em determinados momentos até não acreditar na existência do que foi visto. 

Enfim, a dama de preto que me assustou no cinema mostrou-se com muita atitude, a questão é saber se o filme terá essa mesma perspicácia.
  

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Bora, pra Bora Bora?


Texto: Luciana Bender/ Fotos: Four Seasons Bora Bora 

Aproveitando a deixa do Álvaro Diogo, resolvi escrever algo sobre um dos lugares mais paradisíacos que já vi, mas que infelizmente ainda não tive a oportunidade de visitar. Bora Bora é uma ilhota na Polinésia Francesa com uma paisagem de deslumbrar qualquer bom viajante. Celebridades sempre dão uma passadinha por esse local que mais parece um pedaço do paraíso.

Essa viagem dos sonhos é para poucos. Os custos com passagem e hospedagem são altos: uma diária em um desses bangalôs sobre águas, não sai por menos de R$ 1.500. Portanto, prepare-se para gastar!

Difícil encontrar palavras para descrever tamanha beleza, por isso investi nas fotos ao longo do texto, assim vocês poderão tirar suas próprias conclusões. Obtive-as no site de um dos maiores resorts do mundo: o Four Seasons. Deixando claro que ele não é a única opção para quem vai a Bora Bora, pois em virtude da grande procura de casais em lua de mel e celebridades, a ilha conta com hotéis de três a cinco estrelas, portanto, os preços irão variar de acordo com a acomodação, o luxo oferecido e todos os extras que o hotel pode oferecer: desde sessões de massagens aos passeios de barco.

Para quem gosta de apreciar a fauna marinha, esse lugar torna-se ainda mais perfeito (se é que isso é possível), as águas límpidas permitem uma clara visão dos animais no seu habitat natural. E para aqueles que querem ir ainda mais fundo, uma opção são os mergulhos oferecidos por alguns hotéis. Os tubarões, as raias e as tartarugas já se acostumaram com a presença dos turistas e sempre dão as “boas-vindas” aos novos hóspedes.

A exótica culinária de Bora Bora é rica em peixes crus e frutos do mar (um sério problema para mim que sou alérgica a eles) e frutas.  As refeições podem ser feitas nos decks nas areias brancas da praia. Durante a noite, a animação é garantida com as apresentações com fogo.

A região não é muito indicada para quem quer curtir a noite em bares e boates, costuma-se dormir cedo para acordar com o raiar do dia.  Esse roteiro é indicado para os apreciadores das belezas naturais, ou para os mais românticos à procura do destino perfeito (já imaginou um pedido de casamento em meio a esse cenário?).

Como já tinha dito anteriormente, deixo abaixo mais fotos desse paraíso na Terra, deslumbrem-se com ele.











sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Luta contra as touradas


Texto: Luciana Bender/ Fotos: Reuters

"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."
(Arthur Schopenhauer)

Falar sobre touradas é algo muito difícil para mim. Pouco, ou quase nada, consigo assistir desses vídeos disponíveis na internet, que revelam uma covardia sem tamanho de homens que matam touros como uma forma de representação cultural.

Na semana passada, um grupo de ativistas da AnimaNaturalis reuniu-se na Cidade do México para protestar contra as touradas, ainda uma tradição na região. Os participantes da manifestação pintaram-se com tinta vermelha, representando o sangue derramado dos animais, que são mortos em meio aos brados de uma multidão que ainda se diverte assistindo a esses eventos.

Estavam presentes cerca de 250 pessoas que apóiam o projeto do congressista Cristian Vargas que luta pelo banimento das touradas no México em dezembro. Por enquanto, nada foi feito e a temporada dessas torturas aos animais já vai recomeçar.

Para quem não sabe como funciona essa “manifestação cultural” darei um breve resumo. Os touros são criados em locais especiais para se tornarem agressivos. O cavaleiro, no momento da apresentação, deve cravar o maior número possível de farpas no dorso do animal, causando sofrimento e uma morte lenta.

Não sou vegetariana, como alguns colaboradores do Ideia Nossa, apesar de estar lutando para tornar-me, no entanto, abomino qualquer forma de sofrimento aos animais. Sei que alguns dirão o quanto eles sofrem no momento do abate, eu sei disso, e por isso estou lutando para retirar a carne da minha vida. Quanto as touradas, consideradas patrimônio cultural, creio que essa seja uma das formas mais arcaicas de demonstração de covardia contra os animais. E o pior de tudo, essa carnificina é feita em prol do divertimento de um público, no mínimo sádico.

Confiram algumas fotos da manifestação do AnimaNaturalis.





quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Salvem o Parque das Hortênsias!

SALVEM O PARQUE DAS HORTÊNSIAS

¡Hola 

Como vão caros leitores do Ideia Nossa? Preparados para mais um daqueles meus posts de leitura interminável? :]

Como todos sabem o Coletivo é plural e um dos nossos objetivos é estar presente cada vez em mais lugares, mesmo que apenas com alcance virtual.

Mas como o Blog foi "fundado" em Taboão da Serra e todos os membros possuem ligação direta ou indireta com a cidade já deu pra perceber que ela torna-se pauta dos posts constantemente.

Ano passado um movimento denominado "Salve o Parque das Hortênsias" conseguiu causar certo impacto na cidade, gerando uma petição que poderá ser acessada logo abaixo e virando manchete nos jornais locais.
Divulgação do movimento que percorre as redes sociais
O tema abordado pelo grupo já foi debatido em nossas reuniões e colocado em nossos planejamentos, mas nunca deixou o plano das ideias de fato. São poucas as pessoas que tentam superar a ignorância e a inércia, mas felizmente elas existem!

Resolvi abordar um tema com um certo atraso, mas ainda está em tempo de entrar na discussão.

O blog do grupo tem poucas atualizações, mas é interessante acessar para ter ideia do que está acontecendo no parque.

Para assinar a petição clique aqui.

A movimentação nas redes sociais com direito a pressão com petição on-line e na portaria do parque gerou repercussão na mídia e fez alguns dos pré-candidatos à prefeito desse ano opinarem sobre a situação.

Defenderam a permanência do zoológico e revitalização da área, defenderam a criação de um polo cultural e até a ideia absurda de se criar um parque aquático O.o" Sim, em plena área de preservação ambiental!

Eu nem vou comentar sobre a criação de um parque aquático, pois pelos poucos conhecimentos que tenho sobre legislação ambiental, derrubar árvores nativas de uma APA ou APP para colocar em seu lugar piscinas artificiais não me parece legal.

A criação de um polo cultural na cidade é muito bem vinda, mas acredito que seria muito mais aproveitada se fosse locada no Pirajuçara, por exemplo, já que no centro já temos o Liceu de Artes, CEMUR, Praça Nicola Vivilechio e o próprio parque.

Eu concordo plenamente que o parque precisa de uma revitalização, mas sou contra a permanência do zoológico e eu como leigo no assunto não defenderei essa teoria com minhas palavras e preparei um texto extraído do Instituto Nina Rosa que diz tudo que eu planejava dizer e muito mais. Ele foi levemente alterado, com alguns grifos meus e imagens adicionadas para ilustrar, mas o original pode ser acessado no final do texto.

Sei que é uma luta difícil, mas inevitável. Já ouvi de importantes nomes da cidade que o zoológico foi uma conquista do povo e que não pode ser deixado de lado tão facilmente e eu retruco dizendo que se o povo décadas atrás queria um zoológico hoje pode muito bem não querê-lo mais e é o que está parecendo.

O que acho mais engraçado é ouvir de pessoas que trabalham dentro do parque comentários especistas como: "você não pode falar que os animais estão sendo maltratados ou que não tem espaço ou que não se sentem felizes, isso é 'humanizar' os animais e nós estamos tomando todos os cuidados que eles merecem."

Não é questão de humanizar animal nenhum, aliás, tem muito "animal irracional" muito mais humano que muita gente. É só questão de se colocar no lugar do próximo. Imagine-se um leão vivendo a vida toda em uma jaula de 30m². Difícil imaginar? Então pense em você, vulgo "humano sábio", vivendo a vida inteira em uma jaula de 30m² servindo apenas para entretenimento alheio? É legal? Está sendo bem tratado, bem alimentado, foi criado em cativeiro, não precisa de espaço mesmo, não é? Que tal?!

Bom, não vou entrar no mérito da discussão, pois o texto abaixo o fará muito bem por mim.

O que nós queremos para o parque?

Resolvi criar esse post principalmente para enriquecer a discussão, pois tem muita gente entrando na onda de reclamar do parque, mas não percebem o grande problema que não está no parque e sim no zoológico.

Eu espero que esse título do post traga muitos leitores direcionados pelo google quando procurarem mais sobre esse movimento que continua se expandindo e quero a deixar minha posição a respeito e acredito que é a mesma posição do coletivo como um todo:

A área por ser uma das poucas áreas remanescentes da mata atlântica poderia ser muito bem aproveitada como um Centro de Educação Ambiental, trabalhando de maneira similar ao CEA da Sociedade Ecológica Amigos do Embu que existe na Fonte dos Jesuítas no Embu das Artes ou mesmo como a UMAPAZ no Ibirapuera.

Acho que essa devia ser a ideia central para a área, já que essa é uma atividade que engatinha na cidade e região e que ainda ajudaria a preservar não só essa área mas os outros fragmentos espalhados na cidade como o Pq. Laguna.

Mas trata-se de uma área grande e sabemos que é difícil reverter verbas para o meio ambiente, me parece que isso não gera muitos votos (sic!). 

Pois bem, a área abrigaria muito bem um centro de educação como esse, compartilhando espaço, quem sabe, com um Centro de Educação de Trânsito, ou com o pessoal da Saúde Mental (como já ocorre nos dias de hoje), ou quem sabe ainda abrigar um palco para shows ao ar livre (quem sabe abrigar o retorno do Cultura Rock Taboão), ou mais outras atividades provenientes de X pastas diferentes.

Ideias pipocam aqui e ali na cidade a todo tempo! Resta nossos governantes aprenderem a ouvir aqueles que representam e começarem a se movimentar com vontade. Sair da inércia e da ignorância.

E encerro esse texto embalado ao ritmo dos Panteras Negras: "Power to the People!" E vamos salvar o Parque das Hortênsias!

Boa leitura!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com



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PASSEIO AO ZOOLÓGICO: SOB OUTRA ÓTICA, SOB OUTRA ÉTICA , 
por Marcela Teixeira Godoy* 

“quando se trata de como os humanos exploram os animais, o reconhecimento de seus direitos requer abolição, não reforma (...) a verdade dos direitos animais requer jaulas vazias, não mais espaçosas”.
(Tom Regan, em Jaulas Vazias)

Como Bióloga e Educadora, sempre acreditei nos Zoológicos como ferramenta deseducativa. Meu repúdio a esse tipo de atividade, fez com que eu me afastasse, durante anos, de uma visita a esses verdadeiros redutos de infelicidade animal. Tive a oportunidade de fazer uma visita técnica a alguns desses redutos recentemente (a menos de uma semana, para ser mais exata). Assim como a aquários, oceanários, serpentários e afins. Foi um tour dos horrores, considerando toda minha aversão a qualquer forma de confinamento animal para a satisfação de egos humanos. Mas, com o passar do tempo, minha aversão que antes era representada pela negação, foi substituída pela coragem de encarar os fatos como eles são: os animais sofrem. Ao nosso lado. Todos os dias. E nos fazem a todo o tempo, um apelo silencioso. Não é possível ignorar essa realidade pelos melindres de não querer sofrer, de não querer olhar.  O sofrimento deles é infinitamente maior. Nessa visita técnica, foram incluídos locais que os visitantes “comuns” não tem acesso, como cozinhas, biotérios, áreas de cuidados veterinários e etc. Fui convidada por uma colega de trabalho, a conduzir com ela (que também não é fã de Zoológicos), a visita (sou professora universitária) e temos uma turma em comum, a qual nos acompanhou. A curiosidade de saber a quantas anda a exploração legitimada dos animais que tiveram sua liberdade seqüestrada, na prática, foi um dos fatores que me levou a decidir ir. Outro fator importante foi a certeza de ter minhas concepções biocêntricas renovadas. Mesmo à custa do meu sofrimento. Banal, como já mencionei, perto do sofrimento de inúmeros animais que lá encontrei.  Antes de “ver” os animais e durante as “visitas”, em todos os locais, há uma explanação teórica/logística por parte dos monitores. Parece que são treinados todos no mesmo lugar, pois as frases feitas a respeito do bem-estarismo animal são quase que idênticas. Tais explanações me remetiam inevitavelmente ao “Ensaio sobre a Cegueira” de Saramago. Pensava: as pessoas estão mesmo acreditando nisso? (Acho que vou escrever um “Ensaio sobre a surdez”). Outro pensamento recorrente: na ocasião de uma palestra do Seminário da Agenda 21, no Paraná, em 2009, a filósofa Sônia Felipe mencionou a seguinte frase: “BICHO NÃO É VITRINE DE SHOPPING”. Considerei extremamente relevante. Me fez pensar além.

Zoológicos com objetivos de recuperação e reintrodução de espécies no meio, sem exposição ao público, que respeitam o que o animal nasceu, de fato, para ser, merecem nosso reconhecimento. Não são, infelizmente a maioria deles. A maioria ainda se baseia em concepções especistas e antropocêntricas para justificar sua existência e conseqüente sofrimento animal. Algumas falácias são facilmente identificadas no discurso daqueles que defendem o Zoológico “vitrine” como “ferramenta educativa”. Aliás, podemos, sim, fazer dos Zoológicos, ferramentas extremamente educativas se mudarmos a análise e a perspectiva. Analisando sob a ótica da Ética Biocêntrica, podemos enumerar algumas falácias que são repetidas como mantras a respeito dos animais confinados. Vamos a algumas delas:

- “o Zoológico é importante porque nós devemos conhecer as espécies para preservar/respeitar”.

Essa concepção traz embutida a desculpa de que só é possível preservar uma espécie a partir do momento que a conhecemos. Se a concepção biocêntrica predomina, o simples fato de o animal existir, já é um pressuposto que justificaria o respeito por ele. E só. Eu não conheço nenhum africano, por exemplo, mas não preciso o fazer para só depois respeitá-lo. Nunca conheci um urso polar, um tigre de bengala, uma perereca amazônica ou uma orca. Mas o fato de não vê-los ao vivo, não me impede de respeitá-los pela sua essência.

- “O Zoológico é imprescindível para estudarmos o comportamento dos animais”.

Só se for para estudar neuroses de cativeiro. Qualquer pessoa com noções básicas de Biologia sabe que o comportamento de animais em cativeiro não é o mesmo que o animal apresentaria no seu meio natural. Tenho muito respeito por estudos comportamentais. Mas por aqueles que são feitos no habitat natural do animal. Esse argumento não sustenta a existência desse tipo de Zoológico.

- “O Zoológico é importante para a reprodução e para salvar as espécies”.

Primeiro: a maioria dos animais reproduzidos em cativeiro é reproduzida para esse fim: permanecer em cativeiro. Não para ter devolvido o que lhe foi negado desde as gerações anteriores: sua liberdade. Há, entre os Zoológicos, uma espécie de escambo de espécies, onde os animais são intercambiados. Faltou uma girafa no Zoológico “x”? Já está nascendo uma no Zoológico “y”. Será separada de sua mãe e destinada ao Zoológico “x” como animal de exposição. Segundo: Privado da convivência com seus iguais e de todas as interações que lhe são possíveis em seu meio natural, ele não é mais do que a sombra dos seus ancestrais.
- “Mas os animais que nasceram no Zoo não sofrem porque não conhecem outra vida”.

Será que o fato desse animal ter nascido em cativeiro nos dá o direito de usurpar sua liberdade mais uma vez e condená-lo a uma vida miserável, privando-o da sua verdadeira liberdade?

Se houver uma “visita ao zoológico”, com propósitos educativos, que sejam feitas pelo menos, as seguintes perguntas e investigações com os alunos: qual o habitat natural desses animais? Quais os hábitos desses animais em seu meio natural? Geralmente são: Nadar, correr, voar quilômetros por dia, procurar comida, defender seu território, interagir com outras espécies e com seus iguais. E em cativeiro? Quais as mudanças percebidas? Quais os impactos nefastos nos seus hábitos? Quais as conseqüências? Um pequeníssimo exemplo, entre tantos que presenciei: um leão marinho em seu habitat natural viaja centenas de quilômetros por dia. Em cativeiro, é condenado a viver em um pequeno tanque, onde passa o dia circunscrevendo voltas como que para escapar da escravidão sem fim. Sem falar na obesidade e outros transtornos de comportamento como as já mencionadas neuroses de cativeiro. Isso nos reporta à falácia seguinte:

- “Aqui no Zoológico, fazemos o enriquecimento ambiental”,

Esse novo modismo nos Zoos (proveniente de um modelo americano) traz em sua proposta, a introdução de diferentes estímulos no cativeiro para que animais não desenvolvam comportamentos repetitivos e neuróticos como automutilação, coprofagia e etc. Certamente, estímulos são melhores que a estagnação a que esses animais são condenados. Mas deve-se sempre questionar: a reabilitação e a devolução da liberdade que lhes foi negada, não seria infinitamente melhor? O tão prestigiado enriquecimento ambiental não seria mais um engodo para justificar a perpetuação do cativeiro e de interesses escusos?

- “Hoje não existem mais jaulas nos zoológicos”.

Ouvi diversas vezes essa frase dos monitores que nos acompanharam. Em vários lugares. Basta uma breve visita para, novamente, a perplexidade ao comparar o dito e o constatado ser inevitável. O ápice do menosprezo à inteligência dos presentes. Percebe-se, claramente a existência de cercados mínimos de aço, alumínio, terrários, aquários, e paredes de vidro fazendo as vezes de jaulas. Mas pergunto: não seria infinitamente melhor que jaulas, aquários, terrários e afins estejam para sempre, vazios?

- “A alimentação é balanceada”.

Isso pode soar muito bem aos ouvidos antropo e ecocêntricos. Mas nos ouvidos biocêntricos e abolicionistas dói. Até fisicamente. Uma frase que ouvi da monitora: “Os zootecnistas que trabalham no zoo e cuidam da alimentação dos animais, acham que os psitacídeos silvestres são uns chatos porque são muito exigentes, não comem qualquer coisa”. Ora, o que diriam os psitacídeos se falassem? “Chato” seria um adjetivo no mínimo elegante para qualificar quem os trancafia em um viveiro, obrigando-os a uma “loteria gastronômica”, forçada e diferente de sua alimentação natural. 

E nem tecerei aqui, comentários a respeito do estresse gerado para o animal decorrente das barulhentas “visitas”. É desnecessário.

Os animais em zoológicos são a ponta do Iceberg dessa empresa. Por trás há inúmeros fatores que formam uma cadeia de horrores para outras espécies também. Uma delas é a existência de biotérios, terceirizados ou dentro dos próprios Zôos, que são lugares específicos onde são criados animais vivos para alimentar os animais cativos. No Brasil são criados, para esse fim, ratos, porquinhos da índia, gansos, pintinhos e etc. Esses seres vivos, considerados “alimento” no contexto, são manipulados, criados e administrados com a naturalidade de quem dá uma banana a um macaco. São “coisas” como regem os preceitos do antropocentrismo e do especismo. Os ecocentricos dirão que é muito boa essa preocupação com a alimentação dos animais. E que não há dilemas morais, pois na natureza existe a relação predador/presa. Sim. NA NATUREZA. Mas, novamente a pergunta que se deve fazer é: Não existir animais enjaulados não seria infinitamente melhor?

Outro fenômeno que ocorre na maioria dos Zoológicos e confesso, para mim é novidade: a distinção entre “animais em exposição” e “animais excedentes”. Os animais em exposição (no contexto, como se fossem agora, peças de uma galeria de arte) são aqueles que o público enxerga. Aliás, a maioria deles é recolhida à noite, gerando mais estresse. Os “animais em exposição” ficam nas partes divulgáveis do Zoo. Nas áreas que estão longe dos olhos do público, existem pequenas jaulas com os “animais excedentes”, ou seja, os que sobraram da reprodução em cativeiro, ou de trocas com outros Zoológicos. Ou até mesmo os animais doentes ou que desenvolveram a (novamente ela) neurose de cativeiro. Claro que não é conveniente que o público tenha contato com comportamentos como automutilações, coprofagia, canibalismo e outros desenvolvidos em animais privados de sua liberdade. A visão desses comportamentos pode começar a atenuar a “cegueira conveniente” do grande público. Não é recomendável. Nessas áreas, até são permitidas visitas técnicas. Mas são terminantemente proibidas fotos e filmagens, por razões óbvias aos olhos da Ética Biocêntrica. Uma das monitoras, quando questionada sobre o porquê das fotos serem proibidas, disse não saber. Fiquei me questionando se a resposta foi estratégica, se foi repetida como mantra, se ela simplesmente não se importa, ou se a cegueira a acomete também. Nas áreas dos “animais excedentes”, foi possível observar em vários zoológicos que o espaço em que os animais estão confinados é bem menor que o dos animais “em exposição”. Logo nos perguntamos: o que dizer da preocupação com o “bem estar animal”, ou com “enriquecimento ambiental” para os animais dessas áreas? Também não obtive respostas convincentes. Só evasivas. Não insisti mais porque as respostas ficaram óbvias demais.

Na esteira dos Zoológicos, seguem aquários, serpentários, oceanários, circos, projetos de “preservação” e etc. que, pela tradição antropocêntrica possuem um propósito educativo “inquestionável”. Mas basta um breve passeio, com esse olhar biocêntrico, diferente do que nos foi imposto a acreditar a vida toda, para que o apelo silencioso e profundo de cada animal se faça presente e toque fundo nossa alma toda vez que visitarmos um Zoológico ou algo semelhante. Essas mudanças de perspectiva, segundo Arthur Conan Doyle, equivalem a uma conversão religiosa: nada mais será visto da mesma maneira que era antes.

Mesmo com todas essas “justificativas”, que sob minha perspectiva, não passam de falácias, ainda acredito que o “simples” fato de um animal ter sua liberdade restringida, impedida, seqüestrada para a concepção medieval de satisfazer as curiosidades e prazeres humanos, é a base do meu repúdio a esse tipo de exploração, sem mais considerações.

Mas a esperança se renovou quando vi a reação da maioria dos meus alunos, acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, durante a visita. Quando ouvi, em cada comentário a indignação, a revolta e a preocupação de fazer uma abordagem ambiental realmente crítica na escola. Quando vi em cada rosto a angústia pelos animais e a cegueira se dissipando, pensei: é um trabalho que vale a pena. Pois não deixo de mencionar em minhas aulas a importância de se olhar o outro lado. Por isso acredito na chamada Educação Ambiental Biocêntrica. E libertária. Com as pessoas livres para optar pelo modelo de Ética que pautará sua passagem pela Terra. E essa escolha, meus alunos fizeram por si. Não foi imposta. Em sua formatura, não farão de seu Juramento, outra falácia:“Juro, pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do Biólogo, exercer as minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico com justiça e paz”. (enunciado regulamentado pelo Conselho Federal de Biologia - Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983). “Defesa da vida” e “justiça e paz” entende-se, para todas as espécies.

Enquanto houver zoológicos, aquários, serpentários do tipo “vitrine”, espero que existam educadores como meus alunos, (que ainda não se formaram, mas já são biólogos de coração), capazes de fazerem com seus alunos, excursões a esses verdadeiros infernos (para os animais), capazes de realizar essas visitas com vistas a ação.  Capazes de conduzir uma discussão sob outra ótica, sob outra ética.

*Marcela Teixeira Godoy é Bióloga e Professora Universitária.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

África do Sul - Uma Viagem Incrível

Bom dia, caros leitores!

Eu, ao contrário da Luciana Bender, não ando muito inspirado para escrever. Estou tentando concentrar meus esforços para iniciar a minha dissertação para o Trabalho de Graduação do meu curso... mas, porém, todavia, entretanto, sobretudo, whatever, eu ando contando com a ajuda de colaboradores mais que especiais! :D

E dessa vez quem resolveu atender meu convite para escrever foi justamente uma pessoa do meu curso que começou a contar um pouco da sua viagem para a África do Sul e logo pensei que seria maravilhoso ter essa experiência compartilhada com os leitores do Ideia Nossa. Aproveito e deixo aberto os comentários para possíveis questionamentos sobre a cultura sul africana e sei que a Ana irá respondê-las com o maior prazer.

Ah! Eu ainda ganhei uma Savana Dry de lembrancinha da minha querida amiga Ana! *.*

Fiquem com essa excelente leitura e boa viagem!

Álvaro Diogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com


"Bravo não é quem não sente medo, é quem o vence"
- Nelson Mandela

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África do Sul - Uma Viagem Incrível
por Ana Paula Silveira*

No início, o intuito da viagem era estudar inglês, e continuou sendo um belo objetivo de viagem. Mas quando se atravessa o oceano e se depara com tantas belezas naturais e diversidades culturais, a viagem passa a ser muito mais do que um curso de inglês, passa a ser um aprendizado em cada passo dado, em cada rosto visto.


A primeira impressão que tive ao chegar no aeroporto de Cape Town, é que a mesma se tratava de uma cidade cosmopolita. Fiquei feliz ao ver que nas mesmas ruas onde há cerca de 20 anos havia uma separação racial oficial, estavam negros, brancos, orientais, indianos e brasileiros, muitos brasileiros. Mas conforme fui conhecendo um pouco mais a cidade, acabei me chocando com algumas situações presenciadas, percebi, com a ajuda de uma senhora muçulmana, que é difícil tirar da cabeça das pessoas um preconceito plantado desde o berço, mas percebi também que essa situação separatista tem melhorado significativamente ano após ano.

Fui muito bem recebida em Cape Town. Andei tranquilamente em seus transportes públicos, caminhei muito a pé pelas ruas. Os cuidados com segurança são os mesmos que se devem ter em qualquer lugar público que se vá pelo mundo. Apesar de ser considerada a cidade mais violenta da África do Sul, não tive problema nenhum.
Acabei percebendo a ignorância de muitos brasileiros, que se preocupavam tanto com a malária e com os assaltos, que pareciam que estavam vindo de uma redoma de vidro e não de um país similar à África do Sul. Eu me cuidei, mas dei mais importância às belezas naturais e a tudo o que essa viagem estava me proporcionando.
Comi muito bem, e barato, acabei até engordando alguns quilinhos. Há comidas para todos os gostos e bolsos, desde as carnes mais refinadas às opções vegetarianas, porém, tudo é muito condimentado e apimentado (eu gosto!!!!!!).

Fiz muitos passeios emocionantes, como a melhor caminhada que já fiz, nos 3Km de subida da Table Mountain, o imponente cartão postal de Cape Town. Conheci também a Robben Island, Ilha com a prisão de segurança máxima onde Nelson Mandela ficou preso durante 18 anos. Lá, as visitas são guiadas por ex prisioneiros da ilha, o que torna a visita ainda mais emocionante. Muito bom também foi sentir a brisa no ponto sudoeste mais extremo do continente africano, o Cabo da Boa Esperança, que possui um visual deslumbrante. Lá presenciei algumas situações inusitadas, como encontrar um pinguim ao lado de um gato, deitado embaixo de um carro e um avestruz perambulando pela praia.

Quando estava lá, fiz uma viagem de aproximadamente 600Km pela costa sul do país, na chamada Garden Route. No caminho, notei a qualidade impecável das estradas, que ainda contavam com uma das mais belas vistas que já pude conhecer. Durante essa viagem, fiquei hospedada num albergue incrível no meio da mata africana, onde durmi com a presença de pererecas e aranhas e acordei com o delicioso canto dos pássaros, após, fomos conhecer uma das praias mais bonitas da África do Sul, já no Oceano Índico, mas não tive muita sorte, pois no dia estava chovendo muito. No safari que fiz, presenciei uma cena linda, o nascimento de um Black wildbeest (não sei o nome dele em português) e outra cena inusitada, foi ver uma cheeta correndo nos campos da reserva.
Não poderia me esquecer também, do mergulho com o incrível tubarão branco, no barco de um projeto de conservação, um dos muitos que tem lá. Sem falar nos maravilhosos vinhos sulafricanos......
Depois de contar um pouquinho do que foi minha experiência na África do Sul, só posso dizer que foi uma viagem incrível!!!!

*Ana Paula Silveira é formada em biologia pelo Centro Universitário Fundação Santo André e está cursando Hidráulica e Saneamento Ambiental na Faculdade de Tecnologia de São Paulo, já trabalhou no Aquário de São Paulo e hoje é auxiliar docente no laboratório de saneamento e química da FATEC-SP.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sempre mágico


Texto: Luciana Bender/ Fotos: Carioca Club/ Acervo pessoal

Fazia tempo que eu não cantava tanto em um show, e acho que posso dizer o mesmo pelos colaboradores do Ideia Nossa. O Teatro Mágico revelou-se ainda mais envolvente do que eu podia imaginar. No último domingo, 12 de fevereiro, o Carioca Club recebeu a trupe criada por Fernando Anitelli em um show com mais de duas horas que contou com algumas participações especiais, como o gaitista Grégoire Maret. A má refrigeração do ambiente não foi motivo suficiente para que o público parasse de cantar, pular e aplaudir. Muito pelo contrário, a empolgação era geral.


No show anterior, que também tive a felicidade de assistir, pude conhecer um pouco mais do último disco: “A Sociedade do Espetáculo”. Com músicas como “Nosso Pequeno Castelo”, que está no playlist da Nova Brasil FM, “Você me bagunça”, uma das mais belas em minha opinião, “Além, porém aqui” e “Amanhã... Será?”, a trupe mais uma vez critica a sociedade consumista/capitalista em que vivemos, onde o público é visto apenas como mais um consumidor. 

No domingo, o grupo mesclou canções do terceiro disco com clássicos dos seus primeiros álbuns, como “Zaluzejo” com um dos versos mais lindos que já pude ouvir em uma composição: “Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz”.   

Suas apresentações mesclam essa crítica a mídia ao universo mágico que o grupo representa. Com acrobacias dignas de circo, os elementos desfilam pelo palco seja nos malabares com fogo ou nas belas acrobatas que voam pela plateia em cordas e redes.

Para aqueles que ainda não conhecem o Teatro Mágico, acessem o site e adquiram os CD’s, que são vendidos a preços populares, ou baixem as músicas e deslumbrem-se com esse universo sempre mágico. 

Quem perdeu esse show, aproveite pois já estão a venda os ingressos para a próxima apresentação em São Paulo, que ocorrerá em 18 de março, no Carioca Club de Interlagos (Av. Atlântica, 3797). 

Senti falta apenas de uma coisa: a mulher Bacon dançando um funk animadamente, que no último show arrancou muitas risadas da plateia. 








Confiram o vídeo que fizemos em meio a animação do público.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Em 3D

Texto: Luciana Bender/ Fotos: Divulgação

Sempre fui apaixonada por cinema, e antes que alguém pergunte por que optei pelo jornalismo, vou explicar. A produção cinematográfica brasileira está melhorando muito, mas ainda sofre muito preconceito (quantos aqui deixam de ver um filme hollywodiano para ver um nacional?); o custo dessa graduação em faculdades particulares é alto e o reconhecimento é baixo (não que os jornalistas sejam muito reconhecidos, apenas um grupo muito seleto se dá bem na comunicação).

Mas enfim, não resolvi escrever esse post para reclamar da vida, mas para falar da minha paixão. E como hoje é uma sexta-feira cheia de estreias, com uma que muito me interessa, resolvi falar de uma tecnologia que está em ascensão nos estúdios: o 3D. Não vou explicar sobre como ela funciona, essa não é minha praia, mas vou mostrar como ela revive a infância dentro de cada um de nós.

Eu, com meus 22 anos, ainda lembro das princesas da Disney, do Timão e Pumba e de muitos outros clássicos que me fizeram rir ou chorar quando eu ainda era muito pequena. Quando soube que poderia curtir alguns deles no cinema, e em 3D, tive um momento de nostalgia e lembrei de como eram bons aqueles filmes.

De novo você vai me perguntar por que estou falando sobre isso hoje, explico novamente. Admito que nunca fui uma super fã de Star Wars, mas assisti a todos eles e saber que poderei curtir o Episódio 1 – A Ameaça Fantasma, lançado em 1999, nas telonas e em 3D, deixa-me muito animada.

Ano passado pude assistir O Rei Leão, fato que o 3D não tinha muito a acrescentar ao filme, mas só de poder ver que grande parte do público, ao contrário do que eu esperava, estava na casa dos 20-25 anos, e cantando animadamente Hakuna Matata, já me deixou muito feliz e fez valer o ingresso. Pouco me recordo da saga Star Wars (os apaixonados que me perdoem), mas realmente espero sair do cinema com essa mesma sensação. Acredito que essa tecnologia pouco, ou quase nada, vai acrescentar à película, mas sei que vale pelas lembranças que serão suscitadas no decorrer do filme.

Enfim, finalizo com mais duas sugestões: A Bela e a Fera (que ainda está nos cinemas) e Titanic (previsto para 06/04), que mesmo não fazendo parte da minha infância, esteve na minha pré-adolescência, e tenho certeza que vai arrancar muitos suspiros das moças pelo apaixonante Jack Dawson.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Você vai desistir?

Texto: Luciana Bender/ Fotos: Divulgação

Sabe aqueles momentos em que você está deprimido e resolve assistir vídeos de superação para ver se melhora (ou piora de vez)? Conheci Nick Vujicic por acaso durante uma conversa que tive com minha chefe, que me mostrou um vídeo que ela tinha achado no YouTube. E achei que sua história valia um comentário aqui no Blog.

Nick Vujicic é um australiano que nasceu em 4 de dezembro de 1992 com a rara deficiência Tetra-amelia (sem braços e pernas) e hoje, ao invés de simplesmente reclamar da vida (como fariam algumas pessoas), dá palestras motivacionais sobre deficiência e esperança.

Não sou muito fã dessa coisa de “Deus isso e Deus aquilo”, o que não quer dizer que eu não possua uma religião (sou espírita há cinco anos). Nick, filho de pais cristãos, cita seu apego a Deus, mas nos conta também, como questionou o amor do Pai, como tentou suicidar-se aos oito anos na banheira de casa, como sua mãe o rejeitou até os quatro meses. São fatos como esses, que nos aproximam da sua vida repleta de dificuldades.

Ele sorri como muitas pessoas “saudáveis” não fazem, é feliz por enxergar a vida como todos deveriam enxergar. Não reclama por não ter as mãos e as pernas, mas agradece pela “asinha de frango” que o ajuda a executar tarefas rotineiras. "Houve vezes em que eu olhei para minha vida e pensei: ‘Não posso fazer isso ou aquilo. ’ E você se concentra nas coisas que desejaria ter ou nas que não desejaria ter, e aí você esquece o que tem."

Depois de ver esse vídeo fiquei pensando em “Quem sou eu para reclamar da vida?” Terminei uma faculdade, estou começando a segunda, não possuo deficiência alguma e ainda tenho a coragem de dizer que não consigo. Como assim? Nick Vujicic teria vários motivos para dizer isso, no entanto, vemos que ele possui uma vida “normal”: joga futebol, faz natação e artes marciais. Ele conseguiu, enfrentou o preconceito e esfregou na cara da sociedade que ele podia.

Finalizo com uma frase para os românticos de plantão: “Eu percebi que mesmo não podendo segurar a mão de minha esposa quando a hora chegar, poderei segurar seu coração! Eu não precisarei de mãos para segurar seu coração."

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Urbana Mata Atlântica

Aqui estou de volta a rabiscar algumas linhas tortas e tomara que em 2012 o blog ressuscite de vez!

Bom... 

Sabe aquelas pessoas que você conhece e rapidamente cria uma admiração tremenda? Foi assim quando conheci a Aline no Seminário de Mudanças Climáticas promovido pelo Instituto Pólis (post sobre o evento em andamento). 

Não era só o fato de ambos estudarmos saneamento, ou de termos trabalhado em áreas parecidas ou mesmo o espirito cicloativista presente em nós dois. Ela é mesmo uma pessoa iluminada e pude sacar isso logo de cara: admiração à primeira vista e não tem conversa.

Tanto que quando trabalhei na comissão organizadora da semana de meio ambiente da FATEC logo pensei em convidá-la para palestrar. Meu pedido foi atendido e a palestra foi um sucesso! :D

Eu estou no último ano da minha graduação e nos meus planos audaciosos estudar na Faculdade de Saúde Pública, onde a Aline estuda, seria algo fantástico. Tê-la um dia como orientadora, então...

Eu preciso voltar a escrever aqui no blog (estou totalmente fora de forma), então preparei esse "mini-prefácio" para o texto maravilhoso que é o prólogo da dissertação de mestrado dela que logo, logo será publicada.

Boa leitura e aguardo comentários!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com 

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Urbana Mata Atlântica
por Aline Matulja*



Topolândia em São Sebastião - SP por Zeca

Nasci em 1984 e fui criada na cidade de São Paulo, a maior cidade tropical úmida do planeta! Cresci ouvindo o relato heroico, mas traumático da minha mãe boiando com sua Belina na Zona Leste quando começava a carreira de professora. Famílias contando na televisão que perderam tudo, do nada que tinham. Vizinhos do Cambuci instalando comportas nos portões e pintando seus muros a cada ano para superar a lembrança de mais uma cheia.

Aprendi a andar de bicicleta nos jardins do Ipiranga onde estão as margens plácidas do hino: cada dia mais fétidas. Fechávamos os vidros para o medo do assalto e para cheiro do rio Pinheiros, ambos produto do mesmo abandono. Às vezes dava vontade de acampar com aquelas crianças numa casinha de madeira em baixo da ponte e não entendia por que eu não devia olhar nos olhos dos mendigos que moravam na praça em frente de casa. Olhava pela janela do carro e perguntava-me por que aquelas máquinas enormes dentro do Tietê; não seria melhor parar de jogar cocô ali?

Ia passar férias em Guarapari, latitude 20°S no Espírito Santo, e a cada ano que passava a cidade estava maior. Eu não podia mais ir tomar sorvete sozinha, nem passear na feirinha. Um dia toda aquela gente ficou proibida de entrar no mar por causa da bandeira vermelha e fazia muito calor. Eu perguntava pra minha mãe: “Mas quem foi que fez cocô na água?”. Não fomos mais pra lá. Agora descíamos a serra do mar paulista quando passávamos por Cubatão, onde meu pai sabia de cor cada receita para fazer soda cáustica, cloreto de alumínio, solvente clorado, etc e etc. Ele, entusiasmado, dizia que tudo que temos, incluindo minhas bonecas, dependia daquelas fábricas. Eu só achava que elas não combinavam com aquela floresta encantada entrecortada por túneis e cachoeiras e nem com o mico leão dourado que vinha no chocolate surpresa. E a ararinha azul então que, segundo a figurinha, só havia mais um casal no mundo? Torcia pra elas não se perderem uma da outra como aconteceu com minha mãe e eu no supermercado outro dia.

Já em Bertioga a gente via índios guarani e eu ficava numa emoção só! Era um sinal que estávamos num lugar sem cidade. Só achava estranho eles estarem de roupa na beira da estrada vendendo e não do rio pescando. Chegando em Camburi era uma festa só! Aqui podia tudo! Pena que chovia! Chovia tanto em São Sebastrovão, bem nas férias de verão. Eu achava que a gente tinha que ter férias em outro mês. Um dia choveu tanto que encheu a rua de casa e até que era divertido caminhar com agua na canela. No outro ano a água entrou em casa e a gente subiu tudo, perdemos só o sofá, mas foi engraçado ver até meu pai puxando lama pra fora. Foi a farra do rodo. Todo ano acontecia, o nível da água cada vez mais subia conforme Camburi crescia.

Também cresci. Fui fazer faculdade em Florianópolis, latitude 27°S em Santa Catarina. Fui morar na praia e aprendi a gostar de vento e chuva! Aprendi também o que é mangue, restinga, floresta ombrófila densa. Vi como é simples tratar esgoto, monitorei poluição de gasolina em lençol freático. Fiz amigos urbanistas que, no papel, otimizavam espaço e sugeriam materiais reciclados muito baratos para construção de casas populares. Aprendi que no mundo de tecnologias existe solução para quase tudo. Mas continuava sem entender porque aquela cidade poluía seu principal ponto turístico, a Lagoa da Conceição, e a ocupação de suas encostas crescia para locais improváveis. A condição de vida na Ilha da Magia começava a me lembrar minha cidade natal, Guarapari e o Rio de Janeiro.

Passei a frequentar audiências públicas para discussão destas questões. Via de um lado o governo respaldado de palavriado técnico e do outro, pessoas indignadas, reagindo com argumentos individuais àquela agressão coletiva. Violência mútua. E eu pensava: Por que brigam tanto se a solução só poderá ser o que é melhor para todos? Seria possível que se chegasse a um consenso? Qual é a origem do problema que estamos discutindo? Quais são as alternativas, suas vantagens e problemas? O que diz a lei sobre isto? Nada disso era respondido. Queria saber onde estavam aqueles autores que diziam o que era certo e errado naquele momento. Em suas páginas parecia tão fácil escolher e aplicar aquelas tecnologias.

Encontrei um mundo em que os interesses políticos e econômicos prevalecem ao bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida como diz o artigo 225 da constituição federal. Junto com isso a incapacidade de dialogar e uma gestão setorizada voltada para o problema imediato, em que não se olha para a causa das causas.

Faz tempo que lemos Consequências da Modernidade de Anthony Giddens (1990), mas na corrida da globalização construímos um país tropical urbano com problemas sociais e ambientais incoerentes ao avanço econômico. O discurso de o Ponto de Mutação de Fritjof Capra (1983) também já está batido, mas a importância dada a hiperespecialização alimenta a fragmentação do mundo onde somos mais robôs do que cidadãos. Segue nas próximas páginas uma tentativa em sentido contrario.


Napoleão e Aline Matulja
*Aline Matulja trabalha com mediação de conflitos ambientais e educação para sustentabilidade. É engenheira sanitarista e ambiental (UFSC) e quase mestre em saúde pública (USP). Escreve no blog criaumfractal.wordpress.com

O problema das sacolinhas

Esses dias vi muita gente reclamando das sacolas plasticas de supermercado, que é um absurdo cobrar por algo que já esta embutido nos produtos, as sacolas tem que ser de graça. O que eles não se dão conta, é que é uma necessidade parar de usar plastico e ao invés de procurar uma alternativa, ficam reclamando no Facebook.

Minha irmã encontrou um informativo da advogada e professora de Direito Dra. Alessandra Farias

Sacolas plásticas - orientações:
Os supermercados deverão fornecer meio alternativo de embalagens até 03/04 sem custo, deverão ter a opção de sacolas retornáveis até o valor de R$0,59 e fazer distribuição gratuita de sacolas retornáveis no dia 15/03 (dia do consumidor). A decisão é proveniente de um acordo entre o Ministério Público, a Associação dos Supermercados e do Procon.

Caso haja descumprimento o consumidor deverá denunciar o supermercado ao Procon através de fax ou carta, o relatório com o resultado da fiscalização será enviado ao consumidor.

FAX - 11-3824-0717 ou Carta - Caixa postal 3050, cep. 01031970 SP/SP

O consumidor deve enviar nome, rg, cpf, data de nascimento e endereço e solicitar o relatório da fiscalização. Caso prefira, a denuncia pode ser anônima, mas nesse caso não receberá o relatório.

Se ninguém reclamar, nada vai mudar. Temos que exigir nossos direitos! :)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Filha do mal, apenas mais um filme de exorcismo


Texto: Luciana Bender/ Fotos: Divulgação

Fazia tempo que eu não saía do cinema tão indignada. Mesmo pagando meia-entrada (que eu já acho um valor alto), quando o filme acabou, fiquei com aquela sensação de que ele não vale nem metade do que gastei.

A princípio, a ideia era apreciar o tão esperado Millenium – Os homens que não amavam as mulheres, mas como a sala estava lotada e teríamos que assisti-lo nas primeiras fileiras, optamos pelo que parecia um clássico do terror: Filha do mal.

Esse “terror” só merece essa classificação por mostrar ossos quebrados de forma brutal e pelos olhos brancos (que particularmente me incomodam demais). A película começa com aqueles dizeres que querem ganhar público, e gerar polêmica: “esse filme não recebeu apoio do Vaticano”, apoiar essa produção parece mais um tiro no pé. Nos Estados Unidos ele liderou as bilheterias, mas mesmo assim obteve notas muito baixas da crítica e do público.

A trama começa com a ligação de Maria Rossi (Suzan Crowley) para a emergência afirmando ter assassinado três pessoas durante um exorcismo realizado nela. Após o julgamento, ela é considerada inocente e é mandada para um hospital no Vaticano por possui doença mental. Sua filha Isabella (interpretada pela brasileira Fernanda Andrade) resolve então investigar o caso e começa a gravar um documentário.

Com filmagens ao estilo Bruxa de Blair e Cloverfield, o filme tenta (porque não consegue) nos convencer de que esse é um documentário real (ao estilo REC). Os depoimentos dos estudiosos, padres e cientistas, que têm a intenção de dar veracidade à trama, possuem pouco valor para a narrativa. A câmera balançando em grande parte do tempo incomoda-me bastante, mas como se não bastasse isso, o roteiro não convence. Falhas de ligação e pior, explicação, deixam a sensação de que o filme foi feito apenas por fazer, porque conteúdo está faltando.

Até agora não consigo entender o que Maria quis dizer com o “Conecte os cortes”, por quê? Pra quê? Não sei... e o filme não faz questão alguma de explicar. E são pequenos erros como esses que vão cansando o telespectador, que espera um momento de clímax na última parte do filme e mais uma vez é decepcionado. Saí da sala com a sensação de que a qualquer momento um demônio, simplesmente por diversão, poderia me dominar, afinal, se ele consegue fazer isso com um padre, como eu posso vencer? Bom, para aqueles que estavam ansiosos para essa estreia, como eu, assistam apenas o trailer, ele é o melhor que o filme pode oferecer

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