--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ciclocoisa não. Ciclovia até o Taboão já!

Por Ciclistas e moradores do Butantã, Taboão e região pelo uso seguro da bicicleta

Nós ciclistas da cidade e moradores da região do Butantã mais uma vez vamos às ruas pela ciclovia na avenida Eliseu de Almeida, prometida desde 2004 como interligação do Taboão da Serra com a região da Vital Brasil, no Butantã.
Projeto Ciclo Rede Butantã. Fonte: Vá de Bike
Estamos prestes a comemorar 10 anos sem a ciclovia e, após um ano intenso de audiências e negociações com a subprefeitura, com o legislativo e órgãos do governo municipal, vemos uma promessa de execução da ciclovia ser iniciada.

O que deveria ser festa, no entanto, ainda é coberto de dúvidas e insegurança. A promessa, várias vezes repetida pelo subprefeito do Butantã, de realizar a ciclovia até o Taboão da Serra está em risco. A obra que se iniciou no final de novembro, segundo o próprio subprefeito, deve se encerrar nas proximidades do Shopping Butantã, deixando mais uma vez os moradores que mais precisam dela – pois percorrem o trecho mais perigoso -, sem estrutura alguma.

Lembramos que a prefeitura do Taboão construiu, com dinheiro do Ministério das Cidades, uma ciclovia prevista em seu plano diretor, que foi desativada no início deste ano. Um dos argumentos dados foi que a cidade de São Paulo não fez a ciclovia prometida até o município vizinho. Um passo à frente, dois atrás.

As obras na Eliseu estão em andamento, sem projeto executivo, e contemplam somente o piso, deixando sinalização, iluminação, acessos e outros tratamentos fundamentais para a segurança em segundo plano. Para nós a mensagem é a de sempre: qualquer coisa está bom para vocês, ciclistas. Mas será?? Temos visto em São Paulo a multiplicação de CICLOCOISAS, estruturas feitas de forma precária, sem a devida finalização, que muitas vezes não levam a lugar algum. Isso é fruto de um planejamento cicloviário adequado??

Como a ciclovia será terminada se não há orçamento previsto para ela em 2014?

Temos vários exemplos de ciclovias inacabadas que não são seguras para ciclistas, sobretudo nas conversões, sinalização e acessos. Mas aqueles que optam por não utilizá-las são também ameaçados por motoristas, que não entendem o motivo de não as utilizarmos, dando finas educativas e aumentando o risco de “acidentes”. Como será garantida a nossa segurança nesse período de indefinição?

Por isso:

  • Queremos orçamento para a finalização da obra.
  • Queremos um projeto adequado, aprovado pelo órgão responsável, que é a CET e de acordo com o projeto combinado com os ciclistas nos espaços de diálogo.
  • Queremos uma ciclovia até a divisa com o Taboão da Serra.
  • Queremos acessos ao metrô Butantã, bem como um bicicletário no local.

Respeito aos ciclistas, aos espaços de participação e diálogo são fundamentais para a democracia e a mobilidade na cidade! Políticas que deem segurança para ciclistas não são favores, mas um direito. Não aceitaremos a construção de CICLOCOISAS que colocam vidas em risco e fazem do ciclista um cidadão de segunda classe. RESPEITO JÁ!

sábado, 23 de novembro de 2013

Eleições Conselho Participativo SP - André Wagner Rodrigues - 57.008

Sou um dos candidatos à CONSELHEIRO PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.

Serei defensor da contínua melhoria do EDUCAÇÃO na região do Campo Limpo! Gostaria de contar com seu voto. As eleições acontecem no dia 08 de dezembro de 2013.

Minhas propostas são:

1º Formar pólos de formação contínua de professores da rede municipal e estadual de nossa região. Acredito que podemos, assim, contribuir (num primeiro momento) para uma mudança significativa do Ensino oferecido nas escolas da região.

2º Acompanhar as políticas públicas e o investimento de verbas para a efetiva viabilização de recursos pedagógicos, técnicos e científicos para as Escolas da região de Campo Limpo.

3º Fiscalizar as ações políticas de urbanização e infraestrutura para as escolas de nossa região.

Eleições Conselho Participativo SP - Leticia Freire - 83.058

Eu sou Leticia (sem acento gráfico mesmo).

Nasci em SP e me criei no meio do mato. Primeiro em uma casa afastada em Cristina (MG), depois no sítio (do pica pau amarelo) em Vargem Grande Pta. São Paulo para mim só em dia de visita aos avos ou ao dentista (no centrão).

Vi a Raposo Tavares crescer, perder seus Ipês e balões (acreditem, haviam balões por aqui) e virar "avenida". Esse motivo, alias, fez com que a vida no meio do mato ficasse simplesmente inviável para meus pais (um professor universitário e uma jornalista). O difícil deslocamento e o transito nos aproximou da metrópole.

Meu primeiro amor em SP foi justamente o Instituto Butanta, parque tranquilo, na época sem carros. Depois viemos de vez para o pedaço e foi a Avenida Caxingui (ao lado do Instituto) que acolheu a mim e a minha família qdo eu tinha 16 p 17 anos (hoje estou com 33).

Logo descobri a festa do ciclo do Boi, no Querosene, e a casa Bandeirante... Era tudo um grande quintal urbano para mim. Mas era tudo muito diferente do que é hoje, tanto em cenário quanto em paisagem.

Vi o Pirajussara bravejar muitas vezes. Vi também seu aprisionamento (ou canalização, segundos termos técnicos).

Bicicleta mamãe só deixava do lado de cá da ponte. Do lado de lá era a cidade, que eu desconheci por muitos e muitos anos (minha referência espacial de SP ia até o Shopping Eldorado..)

Estudei administração. Trabalhei como gestora de projetos sociais (foco em criança e adolescente), mas me apaixonei pelas histórias que reportava nos relatórios. Estudei fotografia, fiz alguns trabalhos como fotojornalista. Depois, militante da área ambietal, atuei por bons anos como jornalista. Mas minha vocação/atividade é a fotografia, linguagem que escolhi para a vida.

Hoje sigo freelancer e pesquisadora da Usp.

Estudo na filosofia os indícios/vestígios do conceito mais visceral de natureza que a cidade (em sua polifonia e poliformia) oculta de nós. Converso com os grafites, com a pichação e com a arte de rua em geral. Trata-se de um trabalho de reflexão sobre a comunicação urbana.

Sou voluntária e associada do Ciclocidade, voluntária, militante e associada da Associação Filosófica ScientiaeStudia, tia do Rafael (q acaba de ganhar sua primeira bicicleta!), filha de Xangô, arquiteta descalça, aprendiz de costureira, amiga do famoso Jonny da bike e frequentadora do Cine Querosene (cinema de rua, grátis, público).

Meus irmãos me acham brava. Eu me defendo dizendo que sou uma pessoa comprometida com o que é bom, belo e justo: o que é diferente de braveza, vai? Mas as vezes fico bem brava, é verdade... Acho que fico indignada e desato a falar, falar, falar...

Gosto da vida reservada, do dia.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Avaliação Sarau de Inverno

Por Álvaro Diogo

Em julho deste ano, o Coletivo Ideia Nossa realizou o sonho antigo de realizar um sarau.

No início deste ano em uma reunião no Estúdio do Morro, os colaboradores Carine Farias e Felipe Cruz sugeriram realizarmos um evento a cada estação do ano. Portanto, em julho iniciamos o ciclo com o Sarau de Inverno.
Paulo Fonda, convidado ilustre do Sarau de Inverno, apresentou
algumas músicas do seu novo trabalho.

O sarau foi um sucesso e superou todas as expectativas, inclusive de público. Esperávamos menos de 30 participantes e contamos com 61 nomes na lista de presença (fora algumas pessoas que estavam lá, mas não assinaram a lista). 

Após o sarau circulamos uma avaliação para termos um feedback do nosso público e cerca de 1/3 das pessoas responderam. Compartilho aqui algumas informações sobre a avaliação e disponibilizo a avaliação na íntegra no final do post. 

Irei complementando com algumas informações referentes ao próximo sarau também =)

A localização (Parque Luiz Carlos Prestes) foi muito bem avaliada, contando com 95% de ótimo ou bom, poderíamos repetir o mesmo local para o Sarau da Primavera, mas entendemos que seria interessante mantê-lo itinerante. Algumas pessoas sugeriram realizar no Vila-Lobos ou no Ibirapuera, mas acabamos escolhendo uma praça no Butantã (João Afonso de Souza Castelano), mais próxima do metrô do que o parque.

As meninas do Saraucultiei (Zona Sul) também marcaram presença.
Decoramos o espaço com algumas bandeirinhas de festa junina, origamis e xilogravuras, expondo nossa pluralidade e diversidade. Já temos algumas ideias para a próxima decoração, mas deixarei os leitores curiosos.

Houve também uma exposição fotográfica de diversos fotógrafos amadores e profissionais. Pedro Abreu, Fernanda Rezende, Carine Farias e Magali López contribuíram para a exposição, sendo que as fotos da Magali vieram diretamente de Portland, Oregon (EUA). No próximo sarau também haverá uma exposição, e a ideia é que seja uma exposição temática.

Jonas Carlos, o malabarista
Sobre as apresentações, 79% responderam que foram boas ou ótimas. Vale um destaque para a Nathalia Abreu e Priscila Soares que apresentaram o livro Corpo ao Extremo e realizaram um excelente debate entre os participantes sobre body modification. Estamos trabalhando na divulgação do próximo sarau para que cada vez mais artistas compareçam e enriqueçam as apresentações.

A duração do evento foi o ponto mais criticado. Foi quase uma unanimidade que o sarau acabou muito cedo (começo às 13:30h e terminou às 17:30h). Um dos pontos chave para escolher o próximo local era que devesse atender a este requisito: poder se alongar noite adentro. Na Praça João Castelano estamos pensando em iniciar o Sarau da Primavera por volta das 15h e encerrar entre 22h e 23h.

A divulgação do evento foi mais eficiente nas redes sociais (32%) e no boca-a-boca entre amigos e artistas (34%).

Realizamos também um escambo, onde participantes do sarau puderam trocar livros, filmes, cds, revistas e o que mais desejaram. Acho que foi o ponto máximo do evento com 100% de bom ou ótimo, sendo 84% de ótimo na avaliação, repetiremos com certeza no Sarau da Primavera.

Escambo: o clímax do Sarau de Inverno
Contamos ainda com um cardápio variado servido aos participantes, onde cada um contribuiu com alguma comida ou bebida. Avaliado em 95% bom ou ótimo pelos participantes. Ainda não definimos como será o esquema do próximo sarau, mas é certo que teremos mais opções veganas/vegetarianas como foi solicitado na avaliação.

E pra finalizar perguntamos sobre a iniciativa/organização do Coletivo Ideia Nossa em realizar o sarau e obtivemos 95% de ótimo avaliados.

Então, deixo o link para download da avaliação na íntegra: http://goo.gl/jOOkIE

E já adianto o convite para o Sarau da Primavera:

Data: 07.12.2013
Horário: 15:00h
Local: Praça João Afonso de Souza Castelano (na Av. Eliseu de Almeida, próximo a padaria Previdência do Alvarenga)

sábado, 26 de outubro de 2013

Frente Parlamentar de Mobilidade Humana - Ciclovia da Av. Eliseu de Almeida

Por Álvaro Diogo

Ontem (24 de outubro), eu e a Paola, estivemos representando o Coletivo Ideia Nossa ao lado dos colegas da Ciclocidade, Gabriel e Matias, na reunião da Frente Parlamentar de Mobilidade Humana onde o subprefeito do Butantã, Luís Felipe, iria prestar estar esclarecimentos sobre a atual situação da ciclovia prevista desde 2004 para a Avenida Eliseu de Almeida.

Os boatos que circulavam de que o projeto apresentado pela JBA Engenharia havia sido rejeitado pela CET, que além de não ser um projeto executivo, mal atendia as exigências normativas minímas para sinalização, eram verdadeiros.

Manifestação pela ciclovia da Eliseu no dia primeiro de dezembro de 2012. Fonte: Taboão em Foco.
Não, não foi dinheiro público jogado no ralo. A empresa não tinha contrato para executar o projeto da Ciclovia da Eliseu, mas é detentora do contrato para o projeto completo de repavimentação da avenida. Ao que parece ficou acordado entre a empresa e a subprefeitura uma "doação" desse projeto da ciclovia para acelerar o processo e conseguirmos utilizar as verbas previstas para esse ano (2 milhões da CET e 1 milhão e 200 mil de emenda parlamentar do Vereador Aurélio Miguel). O grande erro: a subprefeitura acreditou na empresa e nós acreditamos na subprefeitura.

Da esq. para a dir.: Álvaro (Coletivo Ideia Nossa),
Sofia (Colégio Ítaca) e Gabriel (Ciclocidade) em
reunião na Câmara Municipal de São Paulo sobre
a ciclovia. Fonte: Ciclocidade
Fato é que a empresa em todas as nossas reuniões afirmava que o projeto executivo estava em andamento no escritório, mas o que entregaram para a CET foi recusado. Recusado mais de uma vez. Assim como nós fomos enrolados mais de uma vez. Perdemos tempo, energia e ainda os dois milhões da CET que foram destinados a outra obra com projeto executivo finalizado.

O subprefeito continua mantendo o discurso de que a ciclovia será entregue esse ano. Agora vamos ao novo discurso oficial.

Uma empresa - Tecnotrans - irá executar a ciclovia sem projeto (sendo realizado posteriormente um "as built" [sic!]) onde o traçado contempla o trecho que vai do Shopping Butantã até o final da Av. Eliseu de Almeida. Trecho bem menor do que seria contemplado anteriormente que iria de Taboão da Serra ao metrô Butantã.

Para este trecho será usada a emenda parlamentar de R$150.000,00 destinadas e já disponibilizadas para utilização pelo Vereador Nabil Bonduki e com a emenda do Aurélio Miguel que deverá ser autorizada para uso neste sábado via decreto no diário oficial. Totalizando R$1.350.000,00 disponíveis semana que vem, estando a subprefeitura apta a iniciar as obras.

A interligação do final da Eliseu até o metrô já está em fase de projetos, pela mesma empresa, mas sem previsão de início e muito menos de entrega.

Há ainda as seguintes promessas, sem nenhum prazo para conclusão:
- a continuação da ciclovia até o Taboão;
- um braço da ciclovia até a futura estação de metrô Morumbi;
- ciclorotas até a Ponte Eusébio Matoso;
- interligação até o Portão 1 da USP;
- interligação com o bairro do Caxingui.

Placas utilizadas nos protestos. Fonte: Mobilize
Para a continuação da ciclovia e outras propostas acima é fundamental a atuação dos vereadores da Frente Parlamentar de Mobilidade Humana para destinar emendas em 2014 para a ciclovia. E faz-se com extrema urgência inserir na pauta das discussões sobre o Plano Diretor e da Lei de Diretrizes Orçamentárias a ciclovia da Av. Eliseu de Almeida.

Em uma das reuniões no Estúdio do Morro entre ciclistas da região pegamos o projeto da ciclovia e comentamos todas as folhas, indicando nossas alterações, críticas e sugestões. Tudo a troco de quê?

Ainda batemos na tecla de soluções emergenciais desde o ano passado para aqueles ciclistas que usam a avenida diariamente em seus deslocamentos e nenhuma delas nunca foi contemplada. Sinalização horizontal e vertical de ciclistas na via, redução e/ou controle de velocidade na via, campanhas de educação no trânsito, implantação de ciclorotas. Para quê? São ações desnecessárias, não é mesmo?

Adesivo distribuído nos protestos. É comum encontrar bicicletas e carros com esse pedido na região. Fonte: Vá de Bike
Houve um esforço enorme da sociedade, incluindo aqui todos aqueles que em algum momento destes últimos 10 anos se engajaram nessa luta, de que a ciclovia fosse executada de forma exemplar para atender a atual e futura demanda de forma segura.

Bicicleta do ciclista Lauro Neri, atropelado e morto em 2012
na avenida. Fonte: Via Trolebus
Com o rumo das ações da subprefeitura estamos prestes a receber uma CICLOCOISA que pode colocar em risco à segurança de ciclistas, ao invés de resguardá-los e ainda ser sub-aproveitada já que a demanda reprimida de ciclistas poderá não se sentir segura em pedalar trecho-sim, trecho-não na ciclovia, que nem sinalização irá receber, sendo um risco principalmente nos cruzamentos.

Os ciclistas presentes na reunião consideram clara a necessidade de manutenção, ampliação e intensificação dos protestos pela ciclovia na Eliseu. Não podemos nos contentar com o que "sobra para fazer" imposta pela prefeitura. Uma reunião com o secretário de subprefeituras, Chico Macena, já está sendo agendada e caso não resolva solicitaremos mais uma vez uma reunião com o prefeito Fernando Haddad.

Queremos a ciclovia da Eliseu, não mais uma ciclocoisa na cidade. Muitos poderão exclamar: "mas pelo menos vão fazer alguma coisa!". E eu deixo a seguinte pergunta para reflexão: "até quando iremos nos contentar com migalhas do poder público e suas obras com projetos imperfeitos ou mesmo sem projetos?"

terça-feira, 22 de outubro de 2013

PL 289 - Gestão Pública de Praças

Por Paola Corassini e Diogo Baeder


Na Grécia, a Ágora Grega era o principal espaço público urbano, onde os cidadãos (diga-se: homens aristocratas) encontravam-se e debatiam ideias, o que fomentava a "democracia direta". Hoje a praça deveria fazer o papel da Ágora Grega, e ser local de manifestações públicas de qualquer tipo, totalmente ao contrário do conceito o que vimos hoje são praças como locais ermos, não ocupado, muitas vezes perigosas, sem iluminação, cuidado ou carinho. 

Há algum tempo, o Ideia Nossa conversa sobre a implantação de Hortas Comunitárias em praças, mas a participação desse tipo de atividade deve ser regular e constante, portanto vale planejamento maior e estável.

Buscando esse planejamento, a fim de dar andamento no projeto de Hortas Comunitárias em praças, o colaborador, Diogo Baeder foi à Câmara Municipal de São Paulo, em setembro, conhecer o Projeto de Lei 289, do vereador Nabil Bonduki, qual afirma a participação pública e privada na gestão das praças, e fez seu relato sobre a audiência pública:

"De forma geral, foram umas 12 pessoas, e a maioria estava mais interessada em debater os aspectos sob os quais o Projeto pode beneficiar as comunidades, embora um ou outro tenham se apegado a como o setor privado pode participar disso. A reunião durou cerca de 2h30min, discutiu-se diversos detalhes sobre o projeto, cobrou-se adendos e modificações ao mesmo de forma que possa ser mais claro e menos sujeito a causar problemas de implantação de projetos nas praças. Haverá uma segunda audiência pública, no entanto será feita em alguma praça pública, de forma mais aberta, e apresentando novo texto que contemple a discussão que aconteceu hoje.

--- Iniciativa privada ---
A busca pela parceria com o setor privado se deu pelo fato de que a verba pública para investir nesse projeto é pequena, portanto há a necessidade de equacionar isso junto à iniciativa privada de forma a viabilizar os projetos que a população criará para cada praça, através dos comitês formados para elas; No entanto, ficou claro que o setor privado não poderá atropelar os projetos criados pelos comitês gestores, embora ainda aguardemos mudanças no texto que deixem isto explícito.

--- Manutenção estrutural ---
Não ficou muito claro isto, mas aparentemente a responsabilidade por manter a infra das praças, bem como a parte vegetativa, após a construção de projetos comunitários, será mista - comunidade do entorno, Prefeitura e eventuais empresas envolvidas -. O que ficou mais claro é que haverá um esforço maior em elencar todo o material e elementos estruturais das praças, de forma que a Prefeitura tenha melhores condições de identificar quando é necessário realizar manutenção nelas.

--- Preservação e desenvolvimento ambiental ---
Todas as mudanças feitas nas praças estarão operando sob as diretrizes normais públicas a respeito da preservação ambiental da cidade como um todo; Haverá integração forte com o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para incentivar a coleta seletiva, e investimento em composteiras em algumas delas.

--- Acessibilidade ---
Foi identificada a necessidade de aumentar a acessibilidade às praças, como criação de mais faixas de pedestres nas ruas que rodeiam as praças; Ficou óbvia e unânime a escolha por manter as praças completamente livres de cercas, para ampliar seu acesso.

--- Qualidade ---
Foi identificada a necessidade de que a estrutura das praças seja composta por materiais de alta qualidade; Houve críticas aos banquinhos com assentos ondulados e sem encostos, e clamor para que as praças tivessem um apelo maior para manterem os cidadãos nelas, e para que elas sejam mais convidativas à população.

--- Saúde ---
Houve sugestão de construção de banheiros públicos, mas alguns criticaram por acreditarem ser, por um lado, inviável, e por outro, como sendo de responsabilidade da Secretaria da Saúde e não competência do PL em questão. No entanto, uma moça deu relato de uma praça pública em Manaus que tinha banheiro "quase-público", que cobrava entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por uso, e era bem higienizado.

--- Gestão em geral ---
O Nabil e acessores deixaram claro que haverá um esforço maior em descentralizar as aprovações de projetos (hortas etc) das praças às subprefeituras, em vez de passá-los sempre pelos órgãos centralizados da Prefeitura, para que eles possam ser implantados com maior agilidade e eficiência. Os problemas surgidos destes projetos (impasses, conflitos de interesses etc) serão levados diretamente às subprefeituras.
Houve também uma sugestão, bem aceita, de que sejam abertos os dados sobre custos de reformas e manutenção estrutural das praças, para que os comitês tenham insumos para orçar seus projetos.
Uma experiência interessante, relatada, foi de que uma comunidade elegeu um zelador, e passou a fornecer-lhe cesta básica em troca da boa zeladoria da sua praça. A experiência foi exitosa, segundo a relatora.

--- Cultura ---
Ficou claro que as praças devem ser locais vivos, cheios de gente, e berços de cultura; No entanto, houve também chamado de atenção ao fato de que os eventos criados por produtoras culturais (shows, festas e afins) precisarão estar sujeitos à análise pelos comitês das praças, de forma a respeitar as comunidades locais.


--- Inclusão social ---
Houve ênfase no fato de que esse programa precisa ser implantado com urgência nas comunidades de baixa renda, e um dos pontos abordados foi a necessidade de se criar mecanismos de troca de apoio entre praças de diferentes comunidades - por exemplo, se uma praça consegue um investimento financeiro maior do que o necessário, o excedente poderia ser repassado a outras praças mais carentes de investimento -.

Enfim, ainda tem muito a ser debatido com essa turma, mas o importante é que há uma abertura muito grande para a nossa participação, bem como de outros coletivos."

Ainda sobre este mesmo dia, o próprio vereador Nabil Bonduki, expôs também seu relato sobre a reunião, leia aqui.

Após essa audiência, houve ainda um segundo encontrono dia 08/10, onde alguns trechos da lei foram revisados

Estamos aguardando o agendamento de uma nova audiência pública, pois essa lei poderá enfim colocar o Horta Comunitária nas praças, e mais que isso, tornar o espaço público realmente público. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Ei! Banqueiro! Devolve o meu dinheiro!

Por Diogo Baeder (fotos por Auditoria Cidadã da Dívida - Núcleo SP)

Terça-feira, dia 15 de outubro de 2013, foi um dia marcado por manifestações diversas; ato pela educação, protesto do MTST na Câmara Municipal de São Paulo e a manifestação da qual participei, em defesa da auditoria cidadã da dívida pública. Um dos pontos mais interessantes disto é que as primeiras duas manifestações que mencionei são lutas contra problemas sociais que, em boa parte, são decorrentes de problemas explicitados pela terceira manifestação.

Palestra

Na parte da manhã fomos agraciados por uma palestra, na Câmara Municipal (antes que o protesto do MTST tivesse chegado lá), a respeito da dívida pública do Município de São Paulo. Todos os vereadores foram convidados mas, dentre estes, apenas o Vereador Toninho Vespoli (PSOL) esteve presente. Não fomos informados do motivo da ausência dos outros vereadores.

Ministraram a palestra os ativistas Mauro Alves da Silva, Carmen Bressane, Marco Ferreira e o próprio Vereador Toninho. Mauro fez uma breve introdução à palestra e ao assunto, Carmen falou um pouco mais sobre a dívida pública da União, e Marco entrou na história e detalhes econômicos da dívida municipal - como ela se formou, quais foram as falcatruas engendradas pela dupla Maluf/Pitta que fizeram com que a dívida aumentasse ainda mais, como poderíamos diminuir a dívida da cidade através de auditoria e mudança de índices econômicos para refinanciamento e outros aspectos -.

Carta ao Prefeito

Dirigimo-nos, depois, à Prefeitura, para protocolar carta ao Prefeito solicitando providências do mesmo para que a auditoria da dívida municipal seja instaurada.

No caminho, fizemos uma parada para estender a faixa da manifestação por uma passarela, na tentativa de expor o assunto a mais cidadãos.

Pausa para almoço e preparação para a manifestação, que daria início na parte da tarde.

A Manifestação

Chegamos no vão do MASP, onde já se encontravam algumas pessoas se concentrando para o Ato. Não demorou muito e a turma da bateria chegou para animar ainda mais o clima que já estava muito positivo. Alguns se preocuparam com os pedidos da Polícia Militar por documentos, mas aparentemente nada fora do padrão de atuação do órgão, que alegou estar presente para prover segurança à manifestação.

Estava presente, na manifestação, Marcelo Aguirre, assessor de Ivan Valente (PSOL), para nos dar apoio e ajudar a engrossar a massa. Pessoa simpaticíssima, fiquei batendo um papo com ele e conhecendo um pouco mais sobre sua corrente no Partido.

Decidimos tomar parte da Paulista e andar em direção à Praça do Ciclista; acertamos com a PM que a manifestação ocuparia as faixas de carro da Avenida, deixando a de ônibus livre.

Fizemos breves paradas quando passamos por agências bancárias, para provocações diversas - algumas divertidas, outras mais ácidas, como as dirigidas ao banco Itaú -.

O ápice da manifestação foi quando chegamos no Banco Central; resolvemos parar por lá por mais tempo, para deixarmos clara nossa mensagem para a instituição.

Desfecho

Chegando na Praça do Ciclista, estendemos a faixa no chão, e conversamos um pouco mais, convocando os manifestantes para participarem mais ativamente do Núcleo de SP para que possamos fortalecer a propagação de conhecimento acerca deste assunto, que é tão caro à sociedade brasileira.

Toda a manifestação ocorreu na maior tranquilidade, tendo sido absolutamente pacífica em todo o seu trajeto; a única violência cometida foi aquela continuamente praticada pelo conluio entre Governo Federal, Banco Central e bancos privados, que farão com que, no ano de 2014, mais de 42% do dinheiro do nosso país vá para as mãos destes bancos, em vez de serem investidos em áreas sociais - entre elas Educação, para nossos professores e estudantes, e Moradia, para nossos irmãos e irmãs do MTST -.

Queremos auditoria da dívida pública já!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Feliz Dia dos Professores

Por Paola Corassini e Felipe Cruz 

Nosso colaborador, professor e cidadão, Felipe Cruz saiu às ruas hoje no Dia dos Professores, 15 de outubro de 2013, não para se ferir, ou ferir alguém, Felipe só estava lutando por melhores condições aos da sua classe, quais se dedicam e se empenham pelo futuro de todos.

O ato legitimo busca pautas importantes:
1 - Reajuste de 36,74% salarial para os professores da rede estadual.
2 - Cumprimento de jornada estabelecida pela lei do Piso: no mínimo 33% do piso da jornada de trabalho para atividades de formação e preparação de aulas.
3 - DIRETAS JÁ NA USP!
4 - Explicações por parte do governo estadual sobre a contaminação no terreno da USP Leste.
5 - Fim da progressão continuada ou “Aprovação Automática”, pedimos a intervenção da lei federal , pelo Estado de São Paulo.

Como todos vimos, mais uma vez a polícia arbitrária de Alckmin destratou e reprimiu o direito de manifestação de nossos professores, tratando-os à gás de efeito "moral" e muita violência.

Abaixo, o relato do nosso colaborador:

"Estive na manifestação em frente ao metrô Faria Lima. 
Caminhamos pela Eusébio Matoso e fomos para a Marginal Pinheiros. Onde Caminhávamos rumo ao Palácio dos Bandeirantes... 
Em frente a loja da Tok & Stok em plena Marginal, um grupo de policiais fez uma barreira no sentido que caminhávamos, e outra barreira foi feita no sentido contrário, ou seja atrás de nós. Ficamos num "quadrado". Logo, cercados não tivemos pra onde correr! E sofremos com as bombas explodindo ao nosso lado e os efeitos dos gases. (Graças aos Black blocs) Pulamos o cercado da loja, e os funcionários deixaram que atravessássemos para a rua de trás, onde podíamos voltar em direção a USP. 
Não satisfeitos, os policiais armaram outra emboscada naquela rua, o Resultado vocês podem conferir na foto ao lado.
Vale ressaltar que manifestantes do grupo Black Blocs fizeram uma linha de frente para atrasar os policiais que avançavam ensandecidamente jogando bombas de efeito moral no que restou dos militantes.
Se não fossem os Black Blocs, poderia ser pior.
O que dói mais, é saber que haverá impunidade, pois o MELIANTE era eu.
O que dói menos, é saber que balas e bombas não destroem ideias!

Peço que compartilhem! Parece pouco, mas a dor é TERRÍVEL!"


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

VAGA VIVA do IDEIA NOSSA

Por Paola Corassini

Coletivo Ideia Nossa também participou da Virada da Mobilidade da cidade de São Paulo. A Virada aconteceu nos dias 21/09/2013 e no Dia Mundial sem Carro, 22/09/2013. O fim de semana fez parte ainda da Semana da Mobilidade, onde diversas entidades debateram a questão da mobilidade.

Para também abrir reflexões e diálogos, o Ideia Nossa, instalou uma VAGA VIVA na Praça Elis Regina, onde também acontecia o Festival de Artes de Rua Praça Elis Regina. A Vaga Viva consiste em se apropriar de uma vaga de carro, temporariamente, gerando qualidade de vida à todos em atividades distintas que podem acontecer nesse "pequeno-grande" espaço.

Despertamos com uma prática de Yoga na Vaga, com a instrutora Carine Farias.
Durante o dia, as pessoas que iam para o festival trocaram livros, revistas e ideias no escambo da vaga, sentavam-se, aconchegavam-se e se apropriavam do espaço que foi produtivo por algumas horas. Encerramos com a prévia do que será o disco do nosso colega Paulo Fonda.

Por duas vezes carros passaram querendo estacionar onde estávamos, mas ao perceber a atividade recuaram e entenderam a proposta. Aos poucos a experiência de estar tão exposto aos veículos se tornou natural e tranquila, foi quando mais de 12 pessoas dividiam o espaço de um único carro, conversando sobre as ações futuras para mobilidade, a desativação da Ciclovia do Taboão, ou o imaginando o próximo Sarau do Coletivo.

Aproveitamos e descobrimos quantas ideias se mobilizam, quantas coisas acontecem, quantas pessoas cabem.. tudo isso, em uma só vaga...
Gostaríamos de agradecer à todos que foram e fizeram a Vaga Viva do Ideia Nossa ser o que foi, a única depois da ponte, longe do centro expandido, e cheia de coisas boas....

"Ainda vão me matar numa rua.
Quando descobrirem,
principalmente,
que faço parte dessa gente
que pensa que a rua
é a parte principal da cidade."

                                              
- Paulo Leminski

domingo, 15 de setembro de 2013

O que você faz por um mundo melhor? Recicle seus pensamentos

Por Carine Farias

Você tem contribuído para melhorar o mundo de alguma forma? Não estou me referindo a ações como ser voluntário em um lar de idosos ou abrir uma ONG de proteção animal ou doar parte de sua renda para instituições de caridade. Claro que não condeno nenhuma dessas práticas, pelo contrário, acho todas lindas e louváveis. Mas esses não são o único jeito de ajudar a cultivar um mundo mais feliz e agradável. Na verdade, sua contribuição pode ser muito mais fácil e prazerosa do que você imagina. Já ouviu aquela frase que diz algo do tipo “se cada um varrer a sua calçada, teremos uma cidade limpa”? Então, é mais ou menos por aí... Acredito que antes de buscar ajudar os que estão lá fora, em situações muitas vezes mais difíceis do que a nossa, precisamos cuidar do nosso lado de dentro. Em que você anda pensando? Sobre o que tem conversado com os outros? Que tipo de comentários tem feito sobre o mundo?  Esse tipo de pergunta nos ajuda a perceber de que forma estamos contribuindo para manter nosso ambiente “limpo”, livre de toxinas e de poluição. Sim, nosso comportamento mental e nossos pensamentos podem poluir o ambiente, em uma outra esfera, mais energética do que material, mas também está poluindo. Pessoas que estão sempre reclamando da vida, que têm dificuldade de ver o lado bom das coisas e sempre fazem comentários pessimistas ou destrutivos acabam, mesmo que sem querer, “contaminando” um ambiente, criando uma atmosfera pesada e triste. É muito melhor ser contagiado por alguém espirituoso, que está sempre bem humorado e que é capaz de fazer piada com tudo. Porém, deixemos os extremos de lado, o importante é lembrar que aquilo que eu penso é aquilo que eu vibro e é o que estou transmitindo às pessoas e ao ambiente ao meu redor. Devemos procurar sempre que possível cultivar pensamentos e emoções positivas, cuja vibração é mais elevada e pode nos proporcionar estado de espírito também mais elevado, favorecendo a paz nos pensamentos, palavras e ações, gerando assim ambientes e relacionamentos mais leves, puros e felizes.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Comum a todos Ou Comunismo?

Por Felipe Cruz do Peleja Cultural

Ouso acreditar num mundo utópico. Onde a pessoas sejam socialmente iguais e humanamente diferentes e, portanto livres.

Em que elas possam realizar aquilo que gostem de fazer. E não aquilo que sejam obrigadas a fazer.

Um lugar em que as pessoas possam ser elas mesmas sem mentiras pra si. E, consequentemente, que isso seja benéfico tanto a elas quanto à sociedade.
Sem a ideia pré-estabelecida pelos economistas clássicos que se aproveitam do viés que define a natureza do Homem como perversa.

Tal qual é pintada até os dias atuais por muitos (ou quase todos).
• A natureza humana é individualista.
• A natureza humana é egoísta,
• A natureza humana é por sua essência cruel.
• …

Prefiro pensar que o que faz do Homem individualista é o fato dele acreditar que ao educar seu filho, mostrar o que é certo e errado contando com que os outros pais também o façam, seja o suficiente para que do individual se desenvolvam bons frutos para a sociedade. Ou seja, se deparar com o conceito que educação, respeito, humildade, altruísmo e todas as “qualidades” e “benesses” sociais se fazem primeiramente em casa sem se preocupar com o que ocorre no exterior. Afinal, no que isso ajuda?

Prefiro acreditar que o Homem é egoísta por possuir algo em que ele crê ser de valor e, automaticamente, se envaidece de tê-lo. Logo, não pode esperar que outro a valorize tanto quanto ele. Ou que exista algo que a substitua.

Prefiro idear que o Homem é cruel em decorrência desse mercado capital ser uma extensão dessa suposta natureza humana em que o consumismo desenfreado submete o querer, o sonhar alto, o prosperar a qualquer custo.

Cria-se o sentimento de revolta. Por que ele merece ter aquilo que eu não posso ter? Ele realmente trabalhou mais do que eu pude por isso? Por que crer que existe um ser superior que dará o que todos merecem no tempo certo? Mas afinal, por que me fazem acreditar que não estou no tempo certo?
Perguntas que seriam extintas se houvesse o respeito mútuo, o bem estar social recíproco, as mesmas chances de caminhar sobre os obstáculos impostos pela vida.

E quando você disser que estou louco e que isso nunca será possível. Eu lhe respondo:

Ouso acreditar num mundo utópico. Onde a pessoas sejam socialmente iguais e humanamente diferentes e, portanto livres…

domingo, 1 de setembro de 2013

Relato da Manifestação por Ciclovias no Eixo Taboão-Eliseu

Texto: Gabriel Di Pierro / Fotos: Álvaro Diogo, Luiz de Campos e Rodrigo Martins

Quinta-feira (29/09) colocamos mais uma ghost bike na cidade, Rua Ari Aps, beira da Raposo. Foi só o começo da jornada. A manifestação voltou à sub do Butantã, onde encontramos o Subprefeito Luis Felippe, que garantiu que o projeto da ciclovia da Eliseu chegou ontem na CET para aprovação ( nada como um protesto agendado).











Na frente da sub, o tradicional 'piti' de motorista que saiu do carro para arranjar briga reclamando da via "fechada" e conseguiu brigar com a GCM e depois com o próprio subprefeito, que pediam calma ao distinto senhor. A manifestação preferiu deixá-lo obstruir o trânsito sozinho e foi-se em direção ao Taboão.

Passamos pela antiga ciclovia desativada no começo de 2013 pelo atual prefeito daquela cidade, Fernando Fernandes Filho (PSDB), em desrespeito à lei n° 132/2006 do Plano Diretor vigente. O dinheiro investido era do Ministério das Cidades, veio do governo federal. Antes de chegar na Prefeitura já éramos acompanhados de cerca de 5 viaturas da PM. Apesar de termos enviado o convite da manifestação à equipe do governo e de ser 19:30h apenas, não havia ninguém ali trabalhando, segundo os seguranças com quem fomos obrigados a protocolar nosso manifesto.

Assim, decidimos ir em frente à casa do prefeito, onde no primeiro semestre uma mesma manifestação havia sido barrada e ameaçada pessoalmente pelo co-cunhado do prefeito, por acaso secretário de segurança (não se assuste, nepotismo ainda mais claro é o filho do prefeito ser secretário de esportes). 

Dessa vez a recepção foi mais calorosa: além de GCMs de escopeta estava também a mesma PM na entrada da rua impedindo o nosso direito de se manifestar pacificamente. A tensão cresceu e deu pra sentir a agressividade geral dos agentes de segurança, ameaçando a todo tempo os ciclistas. Apesar disso apresentamos ao comandante da PM, o único que buscou o diálogo, a proposta de ir uma pessoa rua acima para trazer uma carta assinada pelo prefeito com o compromisso de uma audiência em menos de trinta dias. Mas o secretário de segurança recusou a proposta, mesmo que o comandante a tivesse aceito. Voltamos a pressionar pela passagem e passamos o primeiro bloqueio para ficar de frente com a GCM enfileirada.


Constatamos então que os agentes municipais, assim como vários PMs, estavam sem identificação. O secretário era um tosco truculento e ignorante, a ponto de conversar comigo e, disfarçadamente apertar um spray de gás de pimenta, achando que eu não perceberia. Ele foi intransigente e não apresentou nenhuma proposta. Fizemos muitos videos, depois de cerca de uma hora fomos embora. Soubemos então que a esposa do prefeito, deputada estadual, Analice Fernandes, ligou pessoalmente ao secretário de segurança do Estado encomendando proteção, como informou um agente da Força Tática. No fim os manifestantes se reuniram, combinando incomodar mais ainda o Sr. Prefeito e voltamos para casa com dever cumprido.

Pelas ciclovias da Eliseu e do Taboão!


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Manifestação pela Execução das ciclovias no eixo Taboão-Eliseu

Não desistiremos do direito ao uso da bicicleta! Pelas ciclovias do Taboão e da Eliseu de Almeida!

A região da subprefeitura do Butantã é uma área estratégica para a mobilidade na cidade. Faz a ligação de municípios como Taboão da Serra e Osasco e de bairros como o Campo Limpo com a região central da cidade. Por conta disso, há um grande número de pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte, fugindo dos congestionamentos. Há ainda aquelas que gostariam de utilizar este modal, mas o evitam por conta do trânsito violento.

A implantação de uma ciclovia ao longo de toda a Avenida Eliseu de Almeida (incluindo a sua extensão, a Av. Pirajussara) foi anunciada pela primeira vez em 2004, com a realização do Plano Regional Estratégico do Butantã (previsto pela Lei Municipal 13.885), que estabeleceu o ano de 2006 como data para a conclusão da obra. Em 2007 a municipalidade anunciou que a ciclovia seria concluída até 2010. Em 2012, ao fim de mais uma gestão, o poder público não deu início a viabilização de qualquer infraestrutura básica a fim de fornecer segurança e conforto para ciclistas. Acessada diariamente por mais de 600 ciclistas, a via é conhecida pela pavimentação ruim, falta de iluminação, velocidade alta de carros, ônibus e motos.

A morte do ciclista Lauro Neri, em abril de 2012, expôs a incapacidade da Prefeitura em proteger os ciclistas que circulam naquela região. Alguns meses depois, o ciclista Nemésio Trindade morria na Av. Francisco Morato, dois quarteirões de onde deveria estar a ciclovia, evidenciando mais uma vez os resultados do total descaso dos gestores públicos municipais.

Já a Prefeitura de Taboão da Serra construiu uma ciclovia ligando o bairro do Intercap até a divisa de São Paulo em 2008, após o anúncio de implantação da estrutura pela cidade vizinha. Em 2013 a atual gestão, arbitrariamente, desativou a via ciclável, contrariando o Plano Diretor do município. Além de desconsiderar uma lei municipal, a medida prejudicou o grande número de ciclistas que utilizava a ciclovia, muitos para ir ao trabalho. Moradores que protestavam contra a ordem do Prefeito foram ameaçados pelo secretário de Segurança Pública. Nada é efetivamente feito para melhorar a circulação por bicicletas no município.




Desde muito tempo nós, ciclistas e moradores do Butantã, Taboão da Serra e região, nos organizamos para assegurar as condições seguras para pedalar, previstas no Código de Trânsito Brasileiro. Em 2013 realizamos uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, que ajudou a viabilizar um projeto para a Eliseu de Almeida. Desde o início de 2013 a subprefeitura do Butantã anuncia a implantação do projeto mas não há garantias efetivas de que isso vá acontecer, e quando. Apesar da sinalização positiva, seguimos sem respostas.

Enquanto isso, a mobilidade na região metropolitana de São Paulo vai se tornando cada vez mais inviável. Mortes no trânsito, poluição, má qualidade dos serviços públicos e intermináveis congestinamentos comprometem a qualidade de vida da população, que desde junho resolveu sair às ruas para protestar. Nós também estaremos mobilizados até que tenhamos a oportunidade de usar a bicicleta com segurança. Queremos estrutura cicloviária na região e para a cidade. Queremos a ciclovia do Taboão e a da Eliseu de Almeida.

Comitê pelo Uso da Bicicleta no Butantã e Taboão da Serra



Página do evento no facebook aqui.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Varal Solidário

Por Paola Corassini e Álvaro Diogo

Amig@s,

O frio não sai da pauta e ainda temos 46 dias de inverno. Muitas ideias surgiram naquela semana fria que passamos e resolvemos colocar algumas em prática!

Convite da Aline Temoteo para o evento. Compartilhem! =)
O Rafael Massi do Emblues Beer Band, parceiro e conhecido de alguns aqui, promoveu a "Boutique de Rua" lá no Embu, lá eles irão pendurar as roupas em ganchos que recria a ideia que nossos amig@s João Paulo / Carine já colocaram no grupo:

Idéias bacanas que merecem ser plagiadas. Essa foi em Pinheiros. Via Raquel de Souza
Inspirado nisso vamos arrecadar agasalhos em um varal que ficará disposto entre os pilares da marquise da Praça do Taboão para quem estiver necessitando de conforto térmico possa recolher e quem puder doar deixar lá à disposição.

Então, levem agasalhos, gorros, luvas, etc, etc, etc.

Como bônus ainda teremos cházinhos quentes, nas LENDÁRIAS garrafas térmicas, além de músicos empunhando seus instrumentos para animar a noite! =)

Vale lembrar que amanhã será apenas o evento inaugural e que a ideia é que a estrutura siga funcionando até o fim do inverno. Então, quem não puder levar as doações amanhã passa lá outro dia, ok?

Contamos com vocês!

domingo, 4 de agosto de 2013

Mas afinal onde está a felicidade?

Por Carine Farias

Dizem que a felicidade está dentro, mas dentro do que? Dentro de um tubo em um mar perfeito? Dentro de uma geladeira lotada de gostosuras? Dentro da conta bancária gorda? Nada disso...

Muitos acreditam que só encontramos a felicidade quando atingimos algum objetivo, quando conseguimos ter ou nos tornar aquilo que desejamos. Mas se considerarmos isso uma verdade absoluta, precisaremos de incessantes conquistas para sermos felizes de verdade. Isto nos confunde e nos faz crer que a felicidade é uma sensação passageira que depende de tantos outros fatores quanto a nossa imaginação puder alcançar.


O homem moderno é um ser desejante, ou seja, está sendo constantemente induzido a ter desejos e a acreditar que tem necessidades infinitas. Primeiro quer um carro e quando consegue fica feliz, mas logo essa sensação se vai e ele se sente incompleto novamente (provavelmente no primeiro engarrafamento ou na hora de pagar o IPVA). Logo surge outra “necessidade”, ele quer uma casa, mas logo que consegue, percebe que isso também o levou a querer, um sofá novo e uma televisão maior. A cada coisa que é conquistada, surgem outras meia dúzias de coisas que também podem ser alcançadas. E assim ele vai vivendo a sua vida, contentando-se com conquistas efêmeras e com a falsa sensação de saciedade, sendo levado de desejo em desejo a lugar nenhum.

Enquanto a felicidade for considerada um sentimento que depende de coisas, ela dificilmente será obtida de fato, dificilmente ela será verdadeiramente sentida. Os ensinamentos hindus nos dizem que a felicidade já é a nossa natureza e que está dentro de nós esperando para ser sentida e nós de maneira desavisada a projetamos em coisas fora de nós. Em outras palavras, a felicidade não precisa ser buscada ou alcançada, pois ela já é nossa essência, ela é nossa natureza. Vivemos em um estado contínuo de equivocação, achando que precisamos procura-la e encontra-la em algum lugar que não o aqui agora. Esta é, segundo estes ensinamentos, nossa maior fonte de sofrimento e frustração e para saná-la é necessário que compreendamos nossa verdadeira natureza, que possamos nos conhecer e estar presentes a cada instante, atentos ao aqui agora e ao que é realmente essencial para nossa vida e que não está à venda em nenhuma loja. Ser você mesmo, se aceitar como é e acreditar que já tem o essencial são importantes passos para conhecer a verdadeira felicidade. Muitas vezes, para isso, serão necessários alguns questionamentos individuais, uns bons momentos de silêncio, alguma revisão de valores e uma boa dose de auto-conhecimento. E agora, está pronto para ser feliz?

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Governo paulista rompe com aulas de Humanas e Ciências. Aprender pra quê?

Por Felipe Cruz inspirado em Carol Silva

Já vi os defensores dessa medida dizendo que isso servirá apenas para melhorar a alfabetização das crianças. Afinal muitas chegam nos níveis superiores com muita defasagem. E que por serem só nas séries inicias não influenciará no trabalho dos professores do ramo.

Que nossos jovens tem chegado com defasagens absurdas até à faculdade é verdade... A questão é: Será mesmo essa uma medida coerente? 

Mas o que é triste, e que mais incomoda é o descaso com essas disciplinas de humanas que cada vez mais são tratadas como irrelevantes. 


Implicitamente essas disciplinas que já são tidas muitas vezes como desnecessárias ou de pouca serventia, como brandam por aí, até pelo fato de haver menos aulas de história e geografia e nenhuma de filosofia e sociologia no chamado segundo ciclo ou fundamental II, na grade de horários, perdendo para o número de aulas de matemática e português. Agora simplesmente serão tidas como algo supérfluo. 


Imagina a cabeça dos jovens? 

Como se poderá mostrar que os mecanismos que podem o fazer pensar, comparar, desenvolver e criar suas ideologias estão sendo deletados da máquina do estado? 

Que a cada dia se demonstra mais que somente as exatas importam para se desenvolver o combustível pra quem já está no poder continuar a andar? 

Então, de fato! A vida é feita de "putarias"! E cabe a nós regurgitar nessa orgia.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Gigante Caiu do pé de Feijão

Texto: Douglas Nascimento / Fotos: Agência Latente

O rumo que se segue toda essa "coisa linda" está me preocupando.
A cidade é nossa, mas quem somos nós mesmos?

É tudo muito lindo, tudo muito empolgante, mas... afinal, sobre o que era mesmo que a gente protestava? contra o aumento? Ótimo, legal...mas... ou será que...

Não, não... era contra a corrupção... isso, era contra corrupção... isso, tem que cair a Dilma e o Haddad... (oi?) e leva o Lula junto...

Não, espera, era contra os partidos esquerdistas que sempre estiveram em manifestações e levantando a bandeira pela minoria, que não poderiam fazer parte da manifestação... issooo era isso...malditos comunas... não, espera... ixi, confundi tudo!

Pela redução dos impostos dos eletrônicos portáteis?
Ahhh lembrei, era contra redução de impostos, isso, agora sim, redução de impostos, afinal, pagamos impostos demais nos iphones que nos fotografam para depois postar no instagram... isso, era isso...

Aprendemos a ir para as ruas, agora só falta um foco, só falta um objetivo, e além de tudo, um ideal a seguir...


... Estou pulando contra o quê? Quais as consequências do meu pulo, do meu grito, do meu canto?...


As  manifestações, ok, força,  mas meu senso crítico me alertou que algo está estranho...

Há muitas causas a serem defendidas e manifestadas, claro, sem dúvida, menos carros, mais bikes, menos felicianos, mais amor, menos carne, mais vegetais (rs), fora bancada ruralista, fora bancada religiosa, cadê o estado laico? Legalização do aborto? Cadê? ... 

Mas precisa-se pensar que o eco de um grito, pode causar uma avalanche.

Presenciei segunda, presenciei terça... nada como provar para saber o gosto que tem...

Temos um gigante que saiu de um quadro do Escher, no qual ele acorda, vai pra frente do computador e na tela ele vê um gigante acordando e indo pra frente do computador, na qual tem um gigante indo pra frente da tela do computador... e assim vai, acordou, mas não sabe o que vai fazer durante o dia... a periferia nunca dormiu.

Está claro que tornou-se uma massa manipulável, facilmente maleável, como abelhas chamadas a um copo de refrigerante a céu aberto. 

Quem representa quem?
Sequer é refletido que a grande mídia sempre dá o seu jeitinho de manipular, sempre tem seu momento oportuno para aparecer e, ao melhor estilo criacionista, fazer brotar a manchete. Bem ela que sempre oferece os quinze minutos de fama, já foi mais que suficiente... tecendo ataques, enquanto ela própria fora atacada... mas quem precisa saber né!?...

A sofrida classe média paulistana que só fazia reclamar dos impostos pelo facebook,  finalmente vai às ruas: “Sim, saímos do facebook”, nossa chance!

Brado retumbante!

V de Vinagre
Belo exemplo de fascismo democracia estamos tendo, onde a jovem militância de um partido o qual sempre lutou pelas causas da minoria é enxotado a socos e ponta pés com seus estandartes queimados... queimar uma bandeira é queimar um ideal, tornado às cinzas por quem acordou pro mundo a cinco minutos e já quer estar em Marte. 

A proposta não é ser partidário, mas sim lutar por uma justiça, não ser oportuno e ver que o irmão que está do lado, não está em cima, mas justamente do lado, vejo milhões de máscaras do V, mas atrás da máscara, tem um “B” bem grande, de burro, pois se queriam fazer estrago mesmo, teriam que colocar a máscara do Brad Pitt no “clube da luta” e explodir todos os bancos, a fonte da desigualdade, reclamar de impostos é nada menos do que olhar para o próprio umbigo e vestir a camisa da sofrida classe média futebol clube.

Perdeu o sentido pra mim, quando a gigante ergue a faixa, assinada como #mooca, rsrs “má ôe, olha a caravana da Mooca!” pedia o fim dos impostos. Pronto, não é mais tarifa absurda e condições precárias no transporte, a questão agora é, o que fazem com o meu dinheiro... meu dinheiro, dinheiro, dinheiro...tudo gira em torno de dinheiro, alega-se, não são por apenas 20 centavos, são 20 razões... alguém me mostra as outras 19?

A que dizia respeito ao imposto eu achei...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

1º Sarau das Estações

Neste sábado (6) será realizado no Parque Luis Carlos Prestes (próximo ao Shopping Butantã) o 1º Sarau das Estações, idealizado pelo Coletivo Ideia Nossa. A edição de inverno trará manifestações culturais como poesia, música, encenações, exposições e palestras ao local, entre 13h e 17h30.

Apesar deste tipo de evento ser conhecido pelos recitais de poemas, o tema engloba todo tipo de arte e a visitação é livre para pessoas de qualquer idade e interesse. “Todos podem se inscrever e colocar em exposição o que quiserem; afinal, como dizemos, toda arte é bem vinda. Nossa principal ideia é reunir e tornar acessível a todos esse tipo de entretenimento alternativo”, afirma Paola Corassini, uma das organizadoras.

Segundo Paola, o Sarau deverá ser itinerante nas próximas edições. “Começamos no parque porque este espaço é rico em natureza, e gostaríamos de proporcionar contato entre o nosso convidado e o ambiente. No fim, acabamos unindo qualidade de vida e arte em um único espaço”, explica.

Até o momento, estão confirmadas atrações como a banda Emblues Beer Band (de músicos da região), dança de rua e leitura. Além disto, os participantes estão convidados a trazerem objetos que não utilizam mais para o “escambo” (troca).

Todas as informações completas sobre o Sarau estão disponíveis no evento do Facebook. Clique aqui para conferir.

FONTE: Mais Morumbi

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Você marcha José, para onde?

Por Aline Temoteo

Bom... vai ser longo³. 
Peço desculpas, não vou me sentir ofendida se ninguém ler. rs
Estou longe de ser uma pessoa 100% ativa/ engajada/ envolvida e SOBRETUDO: entendida. 
Não tenho a menor pretensão de estar mais correta do que ninguém, nem de causar discórdia ou ofensas, é única e exclusivamente minha visão de ontem, que transita entre o lado bom e ruim. 

Não vou discordar que foi lindo, diria até que foi magnífico, considero a geração atual “carente” de ideologias. Repetindo o clichê (porém lindo!) já amplamente usado nos últimos dias: ideologia, eu quero uma pra viver. E como Cazuza estava certo! Durante a passeata (que cheguei às 17h e fui embora antes do final, lá pelas 21h30, da ponte Estaiada), percebi nas pessoas uma vontade grande de altruísmo, o que me deixou surpresa, confesso que não esperava tanta gente, nem tamanho sentimento. Senti nas pessoas vontade, força, amor, esperança, incredulidade (acho que foi o que mais senti ). Numa época de relacionamentos afetivos tão frios e distantes que essa era tecnológica nos dá, ter ido à rua significou muito, tenho certeza que não só para mim, mas para muitos, até para quem viu pela tv ou web. 

Havia muitas causas juntas, talvez chamem de oportunistas (e talvez sejam mesmo, não vou discutir sobre isso, não agora), mas paro e penso em qual é realmente o grau de importância de discutir isso a ponto de sobrepor a causa. Eu, de coração, considero isso “normal”, não sou a mais experiente em passeatas, mas a impressão que fico é de um povo que SIM, ACORDOU, ou teve coragem de ir lá e andar junto, mesmo que desnorteado, movido apenas por compaixão a quem sofreu não apenas no 4º, 3º, 2º, 1º... ato do MPL, mas em toda e qualquer manifestação já ocorrida nesse país, acho tão injusto tirar esse mérito das pessoas, esperarem delas verdadeiros Che Guevaras, esperarem que a tia que serve café ou até mesmo o diretor de vendas da sua empresa ser um Mahatma Gandhi, um Luther King, um Malcom X, uma Dorothy Stang, um Chico Mendes... assim... da noite pro dia. Falo isso porque vi muito preconceito, pessoas que não aceitavam outras pessoas, por terem uma bolsa de marca ou não, por terem um óculos chic, com uma bandeira feita em tecido ao invés de cartolina e por aí vai. 

Tem gente que vai para postar foto no facebook, pra usar hashtag, pra fazer gracinha, vandalismo, pra cantar legião urbana, pra contar pros netos, pra mãe, pra ganhar uma gatinha/ um gatinho... eu me pergunto se vale TANTO a pena assim gastar energia em desmerecer os outros. Todos (ou quase todos) nós sabemos das dificuldades da educação no nosso país, sabemos como o ensino público IMPLORA por socorro; eu sempre achei que a escola (sem generalizar) não conseguia nos fazer seres efetivamente pensantes, reflexivos, envolvidos, QUESTIONADORES. Achei confuso (e fiquei confusa!)... todo (obviamente que não eram todos) aquele povo sem saber pelo que exatamente estavam lutando, com argumentos ainda frágeis... mas pra uma geração 140 caracteres... foi bonito sim! 

O que eu percebo é que muita gente ali dizia pelos olhos não apenas ‘vem pra rua, vem’ como também ‘pega na minha mão e me ensina para onde seguir, me ensina as diretrizes, me ajuda a fazer diferente’, mas quantos de nós estamos dispostos a não apontar o dedo e sim ajudar? A fazer os “arroz de passeata” a caminharem no lado certo, a conscientizar. Esperam demais de pessoas que nunca viveram uma passeata, que “nunca” leram nada além de opiniões sugestivas de jornalistas, líderes religiosos, formadores TENDENCIOSOS de opinião via rede social... 

Acredito que a maioria não estava esperando tanta gente... e com uma adesão imensa, “não planejada”, é natural – ao meu ver – que as questões se misturem, que o movimento se divida, que não se saiba direito o que gritar (e era pra Globo mesmo?), mas que mesmo assim marcha. Senti um pouco de frustração, angústia, incômodo, mas busquei entender tudo... E ainda tô tentando hahahahaha. ^^

É importante que todos os dias possamos parar e pensar um pouco ONDE ESTAMOS, PORQUE ESTAMOS, PARA QUEM ESTAMOS, PARA ONDE VAMOS, parece regra de língua portuguesa rs, mas é verdade. O povo acordou sim! Estou falando desse povo aqui e agora, não daquele povo que FELIZMENTE saiu às ruas em épocas passadas, não do povo que sempre esteve engajado, não entendamos como uma ofensa... ‘eu não estava dormindo, PORRA!’ E que bom (de coração, mais uma vez) que nunca todos estiveram dormindo! Que quem já estava acordado se sinta como uma mãe ou pai, que vai com carinho puxar o cobertor do filho pela manhã, para que ele levante e vá à escola, mesmo que ele não queira, mesmo que ele não saiba muito bem porque ele DEVE ir, mas ele sente que ele tem que ir, mesmo que seja uma obrigação ‘chata’, mesmo que seja só pra agradar a mãe/o pai, mesmo que depois ele pule o muro e vá fazer outra coisa com os amigos hahahahaha, ele levantou e foi, o que vai manter ele lá na escola é o interesse , de quem já sabe, ensinar. Ensinar com paciência, com amor, com respeito. E o interesse dele, em querer aprender. Mas acho que a grande parte da missão aqui é de quem tá ensinando... que vai ter que pegar ‘pela orelha’ e falar ‘isso é bom sim, não parece, mas você vai ver como é incrível e você vai saber fazer sozinho depois.’ E quem não aguenta tanto ‘militarismo’, cai fora, pede leite com pêra, mas talvez ele caia fora e entre um novo com muito mais vontade, talvez sem o conhecimento ainda “suficiente”, mas quem tem vontade, tem metade, como as vovós já diziam. ^^ 

Talvez eu esteja abusando das metáforas rsrs PERDÃO! Mas o sentimento maior que ficou em mim, pós passeata, foi uma necessidade de compreensão maior das pessoas, em diversos âmbitos. Vamos abraçar a causa? VAMOS! Não importa se você tem um camaro amarelo ou uma bike... Acho que fica em mim um desejo de ajudar a conduzir (sem querer ser foda, longe de mim, até porque tô aprendendo ainda, e MUITO!), falta organizar mais os motivos que nos levam às ruas, não são só 20 centavos (ou 40, pros mais engraçadinhos), então é pelo o quê? Falta deixar claro para todos (ou uma boa parcela) o que é esse tal de ‘não é só’ que tá levando eu, você, o carioca, o mineiro, o BRASILEIRO à rua.

Para distorcer os fatos/motivos, já temos as mídias, não nos percamos, não agora, vamos fechar as arestas, vamos completar essa linha ainda tracejada... essa linha feita de vontades. 
O que vem depois?

Meu profundo desejo é que o movimento tenha força e sabedoria para conduzir esse povo perdido (mais uma vez repito: nem todos! ufa!) que tenta ajudar como pode, chegamos onde chegamos, “não importa” se por modismo! Temos o contingente (que aumenta a cada dia!), o que fazemos com isso? Selecionamos ou "educamos"? A faca e o queijo estão na mão, vamos usar pro bem, há quanto tempo isso não ocorre? =]

Que todos possamos sentar na calçada juntos e que sua bandeira não seja um incomodo pra mim, desde que você ou eu, não estejamos apenas apaixonados por nossas próprias imagens e/ou cegos por nosso frouxo orgulho cívico.
Insisto no Sabotage: Um bom lugar, se constrói com humildade, é bom lembrar!

E pra terminar, Drummond (sobrenome amor rs):

“(...) Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia, 
sem parede nua
para se enconstar,
sem cavalo preto
que fuja a galope

VOCÊ MARCHA, JOSÉ!
JOSÉ, PARA ONDE?”
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