--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

9 causas da tragédia e o que fazer para evitar sua repetição

9 causas da tragédia e o que fazer para evitar sua repetição
Por: Aline Ribeiro, Maurício Meireles e Leopoldo Mateus
Época - 17/01/2011

Especialistas apontam os fatores que contribuíram para ampliar as
proporções do desastre e as ações preventivas que precisam ser
adotadas com urgência

1. O que transformou uma chuva comum no verão em uma catástrofe?
Um acúmulo de umidade ronda os morros da região serrana do Rio de
Janeiro. Seu nome: Zona de Convergência do Atlântico Sul. É uma
concentração de nuvens que sai do sul da Amazônia, passa pelo
Centro-Oeste, chega ao Sudeste e se move para o oceano. Ela ocorre nos
meses quentes, entre outubro e março, e ajuda a formar a umidade dos
verões. “Uma das principais características desse fenômeno é a longa
permanência”, afirma Gustavo Escobar, coordenador do grupo de previsão
de tempo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
“Ele chega a ficar até cinco dias em uma mesma região.” Na semana
passada, o fenômeno provocou um volume de chuva anormal. Num período
de 24 horas, entre a terça e a quarta-feira, 182,8 milímetros de água
caíram sobre Nova Friburgo – quase o total esperado para janeiro. E um
volume de 124,6 milímetros castigou Teresópolis. Petrópolis não tem
estação de medição. O volume de chuvas na região durante a madrugada
da quarta-feira só perde para um recorde registrado há 45 anos. “Áreas
que não seriam tecnicamente mapeadas como sendo de risco foram
totalmente destruídas pela força das águas”, afirma Luiz Firmino,
presidente do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea).
“Houve escorregamentos de terra até em áreas intactas do Parque dos
Três Picos, semelhantes ao que aconteceu com a pousada Sankay, no ano
passado, na Ilha Grande.”

2. Como as características do solo influenciaram o desastre?
A explicação para a tragédia não se restringe apenas à quantidade de
chuvas ou à geografia dos morros. Ela remonta à ocupação das áreas
urbanas no Brasil. Durante a formação das cidades, pouco se respeitou
o funcionamento natural do solo. As margens dos rios, responsáveis
pela absorção da chuva, foram cimentadas. Os rios que corriam sinuosos
viraram canais retos, pistas de corrida para as águas deslizarem com
velocidade. Na região serrana, muitas construções recortam as encostas
dos morros. Sem floresta nativa para fixar a terra às camadas de
rocha, o solo fica mais frágil. Quando vem a chuva, ele não consegue
absorver a água e arma a avalanche. “A região da Serra do Mar não é
para ser ocupada”, afirma o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos,
ex-diretor de planejamento e gestão do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT). “Mas as ocupações continuam aumentando sem nenhum
rigor técnico.”

Durante as últimas chuvas, a região serrana do Rio registrou um
fenômeno parecido com o ocorrido em Angra dos Reis, mas com uma
sutileza – além dos deslizamentos, houve o que os especialistas chamam
de corrida de lama. A água arrastou detritos das montanhas para os
rios dos fundos dos vales. O que eram pequenos riachos se
transformaram subitamente em rios caudalosos que arrastaram o que
havia pela frente. Em Petrópolis, o Rio Santo Antônio subiu quase 6
metros. A velocidade das águas chegou a 80 quilômetros por hora. “A
tromba-d’água de uma corrida de lama forma uma avalanche com poder de
destruição tremendo”, diz Santos.

3. Um sistema de alertas mais eficaz teria poupado vidas?
Das cidades serranas atingidas, apenas Nova Friburgo conta com um
sistema de medição pluviométrica capaz de pôr em alerta a Defesa
Civil. Ainda assim, o alarme só foi disparado quando os rios já
estavam transbordando e não havia tempo de evacuar a população em área
de risco. Mesmo zonas consideradas seguras, como o centro da cidade,
viraram cenário de destruição, como se tivessem passado por um
terremoto. “Famílias que vivem ali há um século jamais tinham
testemunhado coisa parecida”, diz Luiz Firmino. Para evitar futuras
tragédias, é preciso contar com um sistema que, além de prever, possa
avisar as pessoas para deixar áreas de risco a tempo. O Japão tem uma
tecnologia que detecta tremores e lança alertas contra terremotos. O
aviso chega aos meios de comunicação até 20 segundos antes do abalo.
Pode parecer pouco, mas é essencial para que as pessoas consigam se
proteger e evitar danos maiores. Os Estados Unidos têm um sistema de
previsão e alertas há 200 anos. Hoje, um site avisa a população das
cidades sobre nevascas, furacões e outros riscos com até quatro dias
de antecedência. “Por causa das mudanças climáticas, a volatilidade do
clima está muito maior”, diz Carlos Nobre, chefe de Ciência Terrestre
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Uma das
consequências é a concentração de águas em um período do ano. Se fosse
mais espaçado ao longo do tempo, não causaria tragédias. Por isso é
importante contar com um sistema de alerta eficiente.” Desde o dia 28,
o órgão conta com um supercomputador para aumentar a precisão das
previsões. Custou R$ 50 milhões e espera-se que ajude a prever com
mais eficácia os grandes temporais.

4. Os estragos seriam menores se não houvesse desmatamento nas encostas?
Solos montanhosos já são especialmente vulneráveis, mas, quando
existem florestas conservadas, as encostas ficam mais protegidas pela
vegetação. Em áreas de escarpas rochosas e solo muito fino, é difícil
impedir o estrago. A água encharca o solo e faz com que ele deslize
sobre a rocha, montanha abaixo, na forma de lama. No vale, a falta de
drenagem, que já é um problema em circunstâncias normais,
transforma-se em pesadelo com a descida repentina da lama e das águas.
O potencial de destruição é enorme.

5. Como conter a ocupação irregular do solo?
Muitas casas são construídas sem levar em conta a vulnerabilidade do
espaço. Por causa da pobreza e da deficiência do sistema de
transporte, muitos se sujeitam a morar em áreas de risco. Essas
ocupações costumam remover a cobertura vegetal do terreno e bloquear
os canais por onde a água escorre. Sem falar na ocupação das planícies
às margens de rios, áreas proibidas para construções por inundarem
facilmente. Os moradores dessas áreas são as primeiras vítimas das
chuvas. “Uma solução é as empresas terem responsabilidade social”, diz
Willy Lacerda, engenheiro geotécnico da Coppe/UFRJ. “Elas deveriam
investir em moradias em áreas adequadas para seus funcionários quando
se instalam numa certa região.”

6. Há como evitar novas tragédias mesmo sem remover as pessoas que
vivem na região?
As chuvas fortes (e devastadoras) de verão não vão deixar de
acontecer. Elas fazem parte do ciclo natural do clima – e, com o
aquecimento global, deverão ficar ainda mais intensas. A cidade do Rio
de Janeiro já começou a se mexer para evitar catástrofes. A Fundação
Instituto de Geotécnica (Geo-Rio) terminou no final do ano passado um
mapeamento dos imóveis em situação de risco da cidade. É um
levantamento inédito. As autoridades agora sabem onde está cada uma
das 21 mil casas em solos frágeis passíveis de desabar. É o primeiro
passo para agir. A cidade também comprou um radar capaz de prever
tempestades com antecedência de uma hora. O tempo é curto, mas pode
ser suficiente para os moradores de áreas de risco deixarem suas
casas. Orçado em R$ 2,5 milhões, o equipamento vai servir a região
metropolitana do Rio. O Estado ainda não tem nada parecido.

O governo do Estado também quer fazer um mapa das áreas de risco. Até
agora, só seis cidades do Estado têm um levantamento do tipo (Nova
Friburgo, Petrópolis e Teresópolis estão nessa lista). O Serviço
Geológico do Estado do Rio de Janeiro quer ampliar esse número em mais
30 municípios. O trabalho vai custar cerca de R$ 3 milhões. “Até o
final do governo, a ideia é cobrir as 92 cidades do Rio”, diz Flavio
Erthal, presidente do Serviço Geológico. “Temos um passivo imenso.
Precisamos de uma estratégia rápida de enfrentamento.”

7. É justo culpar as prefeituras?
A maioria das prefeituras tem mapas de risco, mas o método com que
esses mapas são produzidos é contestado por especialistas. Os cálculos
são feitos com base em dados incompletos e desatualizados. Caso esses
mapas fossem mais precisos e as pessoas fossem retiradas das áreas de
risco, tragédias como a da semana passada poderiam ser evitadas. “É só
ver o tamanho do desastre e constatar que é impossível que um mapa de
diagnóstico decente não tenha observado fatores de riscos tão óbvios
nessas regiões”, diz Ana Luiza Coelho Netto, pesquisadora do Instituto
de Geociências da UFRJ.

8. Qual é a responsabilidade do governo federal?
As verbas federais precisam chegar aos municípios. No ano passado, o
Ministério da Integração só repassou 39% dos recursos disponíveis para
prever e evitar desastres naturais para as prefeituras. Uma parte
desse valor serviu para pagamento de dívidas de anos anteriores e não
para a realização de obras. O Rio de Janeiro recebeu 0,6% dessas
verbas, que foram repassadas só para três municípios. Além disso,
dados do Sistema Integrado de Gestão Financeira do Governo (Siafi)
mostram que a União não repassou os R$ 21,7 milhões previstos para
obras de drenagem. “Dependemos de vontade política. Existem
tecnologia, recursos humanos, metodologia e técnicos para realizar o
trabalho, mas a vontade ainda não chegou à área de prevenção”, afirma
Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de riscos da Coppe/UFRJ.

9. Até que ponto as mudanças climáticas têm culpa na tragédia?
Os cientistas ainda não são categóricos ao relacionar as mudanças
climáticas às catástrofes isoladas (como a da região serrana do Rio).
Segundo eles, é preciso um período de 30 anos de eventos extremos para
avaliar se há, de fato, alguma relação com o aquecimento do planeta. A
despeito do conservadorismo, os especialistas do clima já dizem que as
estiagens prolongadas e as chuvas severas vão ser mais frequentes e
intensas. A partir de 2030, as elevações de temperatura causarão
indiretamente cerca de 1 milhão de mortes por ano, segundo um estudo
apresentado na Conferência do Clima, em dezembro, em Cancún, no
México. O prejuízo ficaria em torno de US$ 157 bilhões.

“Já sabemos que não vai levar mais tanto tempo para acontecer outra
tragédia como essa”, afirma o economista Sérgio Bessermam Vianna,
especialista em adaptação de grandes cidades às mudanças climáticas.
“É obrigatório mapear as áreas mais frágeis e proteger as populações
vulneráveis.”

domingo, 23 de janeiro de 2011

Não se manifeste, vagabundo

Não se manifeste, vagabundo
Por André Pasqualini (Instituto Ciclo BR de Fomento à Mobilidade Sustentável)

Alguém mandou essa mensagem pelo Twitter: "três coisas chatas pra car#@%: ateu empolgado, emo sofredor e ciclista militante".

Na minha opinião, "chato" é todo mundo que tenta impor uma doutrina ou estilo de vida a alguém, mas não considero chato quem defenda seu estilo de vida, não importa com que intensidade o faça.

A criação do termo "ecochato" foi um pouco inspirada no "vagabundo" usado pela ditadura para reprimir qualquer tentativa de questionamento ou manifestação. Era uma máxima: "continue trabalhando e deixe que cuidemos dos vagabundos [na porrada se necessário] que insistem em atrapalhar a vida daqueles que trabalham para o país crescer." O reflexo disso se vê até hoje. Repare que ao saber de uma manifestação são poucas as pessoas que dão valor aos motivos, a maioria (em muitas situações, até a imprensa) está mais preocupada em falar sobre o transtorno ao trânsito que a manifestação pode causar.

Infelizmente, muitas pessoas acham que nosso papel de cidadão vale só na hora do voto e olhe lá. Não. Temos o dever de participar de todas as decisões públicas, assim como todos os políticos são obrigados a prestar contas à sociedade e não apenas à categoria que o elegeu.

Como essa prestação de contas ocorre? Com as pessoas participando das decisões e, se necessário, com manifestações públicas de descontentamento, como aconteceu com as obras da Nova Marginal. Não fossem as fotos e vídeos das árvores cortadas, ações na Justiça, cruzes, manifestações, não haveria nem debates sobre o tema.

Um amigo que mora em Hamburgo disse que o governo planeja construir uma linha de trem em 2014 e desde já faz consultas públicas para escolher até o banco do trem. Em São Paulo, só nos chamam para uma audiência pública quando o projeto já está pronto. Isso, quando chamam. A audiência da Nova Marginal saiu no Diário Oficial e numa notinha num jornal, que nunca encontrei.

Eu não ligo para os ecochatos, veganoschatos, ciclochatos, motorchatos e zilhões de chatos que temos por aí. Mas incomoda demais os "passivoschatos" que se escoram na desqualificação e ironia para esconder a falta de argumentos. Já passou da hora de o brasileiro exercer a cidadania na plenitude da palavra, e, se os passivoschatos não querem fazê-lo, tudo bem, mas, por favor, não atrapalhem os que querem. Olha que somos muitos.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Entrevista com Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira

Semana corrida, sem tempo para postar... :(

Hoje deixo um post "copi-cola" que recebi pelo twitter do deputado Paulo Teixeira, publicado originalmente na revista Valor. (Aliás para quem tem twitter, sigam minha lista com os candidatos eleitos na última eleição.)

Como nosso cunho sócio-ambiental existe desde o embrião do blog, achei pertinente deixar essa entrevista para leitura.

Aguardo comentários.

Boa leitura!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

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Lixo e esgoto também são desafios ambientais, diz Izabella Teixeira

A bióloga Izabella Teixeira, 49 anos, fala rápido e lança questões dentro das próprias afirmações. Especialista em avaliação ambiental estratégica, a ministra do Meio Ambiente repete várias vezes a expressão “ampliar o debate” ou “construir a agenda”, traindo a base técnica de quem tem doutorado em planejamento ambiental. Talvez por isso, e por lembrar que 80% da população brasileira vive em zona urbana, Izabella mire as cidades em sua gestão. “Lixo e esgoto são dois dos principais problemas ambientais deste país”, diz, ao lembrar também que é preciso dar novo desenho à dinâmica de mobilidade das cidades brasileiras. Fala, emocionada, da invisibilidade dos catadores de lixo em um País campeão de reciclagem, mas que não os enxerga nem reconhece nas políticas públicas. “Eles, os catadores, são verdadeiros ecologistas de plantão.”

Nascida em Brasília e funcionária de carreira do Ibama há 26 anos, Izabella fala em consenso e convergência. É assim que enxerga as políticas de clima e de biodiversidade, de recuperação de áreas degradadas a partir de estudos de viabilidade econômica, das políticas ambientais em harmonia com as de desenvolvimento. “Caso contrário”, vaticina, “cada um vai para um lado.”

Braço-direito do então ministro Carlos Minc, assumiu a pasta em abril de 2010, quando ele deixou o MMA para lançar a campanha a deputado estadual no Rio de Janeiro, e foi confirmada no cargo pela presidente Dilma Rousseff. Sem o espírito midiático do antecessor e muito diferente da personalidade inspiradora de Marina Silva, a nova ministra fala em diálogo: “O Ministério do Meio Ambiente tem que ser um ministério facilitador, que formule políticas com outros parceiros. Nós não fazemos nada sozinhos”, explica em frase-síntese da marca que quer imprimir à sua gestão.

Ela parece também querer dar ares internacionais ao ministério, acompanhando a estatura que o país começa a assumir. Diz que o Brasil tem que liderar a pauta de florestas no mundo e que, aqui dentro, há que se pensar no aumento das áreas protegidas no mar. Enxerga os outros países amazônicos como parceiros e pretende trabalhar projetos em comum. Passou o último dia do ano reunida com uma delegação chinesa, falando sobre planejamento estratégico dos recursos hídricos. Tem na mesa um projeto que lhe é particularmente caro e está discutindo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – dar destino nobre ao enorme volume de madeira ilegal apreendida na fiscalização do desmatamento. Ela pretende articular um programa de construção de casas aos povos da floresta, que não vivem em habitações de alvenaria. “A partir do crime ambiental a gente traz cidadania ambiental”, imagina. A seguir, trechos da entrevista que ela concedeu ao Valor:

Valor: Quais são as suas prioridades neste início de gestão?

Izabella Teixeira: Na agenda ambiental é meio complicado dizer onde priorizar. Melhor pensar o que é estratégico.

Valor: Qual será a sua marca no ministério?

Izabella: Quero mencionar quatro ou cinco coisas que serão importantes na gestão. O Brasil tem uma importância estratégica no cenário internacional nas questões ambientais. É um líder e tem que assumir essa liderança não só no setor público como no privado. Temos que atuar entendendo quais as implicações dos grandes debates econômicos e sociais do planeta nas questões ambientais. E não ficar restritos aos fóruns tipo conferências, mas participar de reuniões que sejam importantes.

Valor: Por exemplo…?

Izabella: Se há uma discussão relevante em fóruns econômicos, ou em relações bilaterais, com a Alemanha, Portugal, China, é fundamental que o ministério participe com uma agenda sólida de debate e interlocução.

Valor: No dia 31 de dezembro, a senhora se reuniu com uma delegação chinesa. Qual a pauta?

Izabella: O chefe da delegação era o ministro dos Recursos Hídricos da China e nós fechamos um entendimento de cooperação em recursos hídricos. Aliás, temos muito interesse na cooperação ambiental com a China.

Valor: O que isto significa?

Izabella: Cooperar na experiência de gestão estratégica e de riscos no planejamento de recursos hídricos, e no uso desses recursos, em particular para a geração de energia. Nós fizemos o plano estratégico do Araguaia-Tocantins, por exemplo, em que se prevê a conciliação do uso múltiplo das águas com a agenda do desenvolvimento. Os chineses têm interesse nisto.

Valor: Eles têm interesse no jeito em que a gente faz esses estudos?

Izabella: Na maneira em que a gente faz, na formação e qualificação de quadros, na troca de experiências e de tecnologias.

Valor: E como é que vocês fazem? Olham a bacia hidrográfica e estudam seu uso?

Izabella: A Agência Nacional de Águas faz os planos estratégicos das bacias hidrográficas do país. Estamos discutindo agora, por exemplo, a margem direita do Amazonas. Planejamos, em função dos vários usos, sugerimos os limites e damos diretrizes de como aquilo pode ser usado. Já estão ali as usinas hidrelétricas desenhadas e as futuras. No caso do Araguaia-Tocantins, a reflexão que fizemos em relação à importância da biodiversidade local, do turismo, do abastecimento, do uso para irrigação e para a pecuária levou o presidente Lula a decidir excluir o Médio Araguaia de qualquer aproveitamento hídrico com relação à geração de energia.

Valor: E é nesse tipo de coisas que os chineses estão interessados?

Izabella: Estão interessados no uso de instrumentos como esse para tomada de decisão. Também estão interessados no nosso monitoramento de vulnerabilidade a enchentes.

Valor: A senhora tem dito que tem uma agenda imensa de trabalho. Por onde começar?

Izabella: Na pauta da biodiversidade, temos um desafio monumental de trabalho para os próximos dois anos, no pós-Nagoya, com vistas à CoP-11, na Índia, onde vamos discutir os recursos financeiros necessários. Até lá pretendemos ter consolidado nossas áreas protegidas, mas também pensado na sua expansão, especialmente nos ecossistemas marinhos e costeiros, onde está nossa maior deficiência. As metas de Nagoya recomendam que se tenha 17% de áreas protegidas nos ecossistemas terrestres e 10% nos marinhos. No mar nós só temos 1,5%.

Valor: Temos que discutir onde fazer estes parques?

Izabella: Onde, como, se são só parques, se podemos conciliar usos, como potencializar recursos. Vamos ter que discutir com toda a sociedade. Aí tem a convergência de biodiversidade com a agenda de clima. Temos que pensar onde podemos estar mais vulneráveis, onde está o risco. Sem falar nas florestas, que é um tema absolutamente estratégico para o Brasil. Somos o país com a maior extensão de florestas do planeta e temos que ter liderança nessa agenda. Precisamos pensar não só na conservação, mas na recuperação de áreas degradadas com uso econômico de maneira sustentável. Temos que pensar quais as áreas degradadas deste país e qual a economia que podemos associar a elas.

Valor: Qual é esta área, quanto temos de áreas degradadas?

Izabella: Esse número é um mistério. Já ouvi desde 20 milhões a 60 milhões de hectares. Cada um diz uma coisa porque cada um tem um conceito sobre o que é área degradada. Aqui temos que ter a visão da expansão da infraestrutura no Brasil para pensar em custos e competitividade. Podemos ter área degradada onde não se consegue implantar nada porque não se consegue transportar.

Valor: Está longe de tudo?

Izabella: Porque ali as estradas deixaram de existir ou transportar por estradas não é a melhor via. Qual é o modelo? São vários, não há um único. Mas é claro que em um país com esta extensão e que, no cenário mais conservador, tem 20 milhões de hectares de áreas degradadas, não tem sentido desmatar e perder biodiversidade. Se tivermos uma reflexão de natureza estratégica e econômica, poderíamos construir ali, a médio prazo, situações que chamamos de win-win. Temos que ver qual é a lógica de mercado, que mercado queremos induzir nessas áreas e cruzarmos com as questões sociais. Um exemplo disso é o exitoso projeto de óleo de palma, em escala menor, que o presidente Lula lançou em 2 milhões de hectares no Pará, em 2010. Queremos mostrar que é possível incrementar a produção agrícola, da agroecologia, da agricultura familiar, ter floresta plantada, ter incremento tecnológico e não provocar desmatamentos.

Valor: Isso na Amazônia…

Izabella: No Cerrado ou até na expansão urbana. Um exemplo que acho fascinante foi o que aconteceu no Rio, com a Ingá Mercantil, que faliu na baía de Sepetiba. Cada dia que chovia no Rio de Janeiro a gente achava que aquilo podia romper e contaminar de metais pesados a baía, era um enorme passivo ambiental. Fizemos um arranjo econômico, houve um leilão, aquilo está sendo modernizado. Não tive de abrir novas áreas e recuperei a baía. Quando a gente fala de área degradada não é só rural. Isto é importante, 80% da população do Brasil é urbana. Temos que discutir a qualidade ambiental urbana. Vamos resgatar, com o Ministério das Cidades, a pauta das cidades sustentáveis. Tem muito o que debater, as áreas protegidas nas áreas urbanas, que pouco se fala no Brasil, por exemplo. Não discutimos qual é o processo de expansão das cidades nos diversos biomas. A dinâmica de expansão das cidades na Amazônia não é a mesma da dinâmica de expansão de cidades no Centro-Oeste ou no Sudeste.

Valor: Cidades sustentáveis? O que tem em mente?

Izabella: Temos que trabalhar a mobilidade nas cidades e a poluição do ar associada a isso, e ainda, relacionar com um tema maior, que é o clima. Precisamos dar coerência às políticas ambientais. É importante que tenham coerência e convergência com as políticas de desenvolvimento. Caso contrário, cada um vai para um lado. Há uma pauta riquíssima em saneamento, em resíduos sólidos. O cidadão brasileiro tem que se apropriar da temática ambiental além da fronteira da fiscalização e do licenciamento. Isso tem a ver com a qualidade de vida dele, principalmente de quem vive nas grandes cidades

Valor: O que quer dizer?

Izabella: Tem que compreender que é parte da construção dessas soluções. Fizemos uma pesquisa em 2009 sobre produção e consumo sustentáveis, que mostra o que as pessoas pensam sobre meio ambiente. A reciclagem, todo mundo acha ótimo, é surpreendente. Em 11 capitais, em todos os perfis de renda, todos concordam que a reciclagem é um passo estratégico para o ambiente. E quando se pergunta quais são os atores responsáveis pela reciclagem, 63 % apontam os catadores. Mas não se fala qual é o papel do catador nas grandes cidades brasileiras. Se os tirarmos das ruas, e eles são 800 mil, quanto temos que adicionar de serviço público? Essa é uma pergunta que nunca ninguém faz. Há um grande preconceito social em relação ao catador, as políticas públicas não o enxergam, não se inclui o catador na economia formal, as prefeituras não os remuneram. E isso é um desafio, reconhecer esses ecologistas de plantão. Sem falar que temos pela frente uma grande provocação.

Valor: Uma provocação? Qual?

Izabella: Os grandes eventos que o Brasil vai sediar nesta década. Temos a Rio +20, a Copa, as Olimpíadas. São grandes intervenções que vão falar de temas ambientais. Vamos falar de sustentabilidade olhando para o futuro. Somos um país urbano.

Valor: Mas algum dia vamos enxergar que as estradas da Amazônia são os rios?

Izabella: Temos que enxergar. As culturas locais têm que ser respeitadas. Vamos trabalhar com as populações tradicionais, com os assentados, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Temos um projeto de habitação rural que leva em conta que eu tenho 1 milhão de metros cúbicos de madeira apreendidos. Quero transformar isso em casas de madeira para populações tradicionais e assentados. Vamos ver se é viável e fazer. Temos responsabilidades com esse pessoal, eles cuidam da floresta para a gente e o Ministério do Meio Ambiente não cuida só da fauna e da flora. Assim, a partir do crime ambiental a gente traz cidadania ambiental, na forma de casas dignas para as populações extrativistas. E respeita a sua cultura. Eles não vivem em casas de alvenaria.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Creative Commons – pela livre circulação de ideias

Quer post mais a cara do Ideia Nossa do que este?

Retirado do Blog Brasil e Desenvolvimento que ficaram famosos pela campanha #votoserrapq... Aliás, você não assistiu estes vídeos? Em breve postarei todos na íntegra, então...

PS: Quando vamos inserir o "cc" no logo do Ideia Nossa?

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

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Creative Commons – pela livre circulação de ideias
Por Edemilson Paraná

Colaboração através do tempo e do espaço, co-autoria criativa com pessoas que você nem conhece, contar com a colaboração dos seus pares: esta é essência da internet.

O velho modo de regulamentar o direito autoral, no entanto, continua avesso a lógica fluída e descentralizada da internet, restringindo a livre circulação de ideias e criações.

Você já ouviu falar da licença Creative Commons?

Ela foi criada em 2001 nos EUA pelo advogado e professor de Stanford, Lawrence Lessig para estimular a livre propagação de criações e ideias.

O objetivo é favorecer a cultura do copyleft em detrimento do copyright, que restringe a criação por meio da proteção. Tudo pode ser mais fácil quando você não precisa de intermediários.

Veja o vídeo e conheça como funciona a licença. É simples. Utilize-a, propague-a, e ajude-nos a construir um mundo mais livre e criativo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 - Fevereiro

Fevereiro

O ano começou com muitas polêmicas na pacata cidade de Taboão da Serra.

Muitos leitores podem estar por fora do ocorrido, mas como a maioria do autores do blog residem em TS sabemos muito bem a repercussão que o assunto tomou.

O seguinte post foi emprestado do Allan dos Reis do site "Taboão em Foco" e as imagens descontraídas do "Treta".

O aumento afetou principalmente a parte "nobre" da cidade, enfurecendo m
oradores dos bairros Jd. Maria Rosa, Pazzini, Pq. Monte Alegre, Pq. Laguna e demais bairros próximos.

A prefeitura dizia ser necessário tal ajuste, uma lei de iniciativa popular barrando o aumento foi entregue à câmara que por sua vez negou sua aprovação.

e neste começo de ano todos irão lembrar do fato mais uma vez quando chegar o carnê do IPTU... O que você acha disso tudo?

- Aumento do IPTU - SPTV faz matéria sobre aumento do IPTU. Por Allan dos Reis.

Desde de pequeno vejo nos jornais o eterno confronto entre Palestina e Israel, e mesmo sim nunca entendi direto o que se passava por lá.

Achei um texto e um vídeo muito interessante que na hora resolvi compartilhar aqui no blog.

- Palestina Livre! - A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.

O legado Lula nos deixou várias novidades nunca antes vistas neste país.

Uma delas foi a Conferência Nacional de Comunicação, na qual não tive oportunidade de participar pessoalmente como gostaria, mas acompanhei as discussões pela internet e compartilhei neste post.

- Resultados da COFECOM - “Podemos ter um modelo de inclusão digital inédito, mas isso tudo dependerá de um marco regulatório. Temos a possibilidade de entrada das
teles, que detêm tecnologia, mas precisamos regular, se não os serviços se canibalizam. Por outro lado, simplesmente vetar a entrada dessas empresas é abrir mão da tecnologia”

Destaque do Mês

"Parabéns à você! Nessa data querida..."

Dia 4 de fevereiro é o aniversário deste tão querido blog. E em 2010 ele completou 2 anos com direito a presente especial idealizado por mim e produzido pela @bruhessel. Foram mais de oito tentativas até chegarmos na que está sendo utilizado até hoje no cabeçalho do blog substituindo a versão antiga desenhada pelo Hideo que ainda se encontra abaixo da coluna direita >>>

A Bah também preparou um post-presente para nós: 2 anos de IN! \ô/


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Contra o fechamento do Cine Belas Artes!

Muita gente percebeu, eu praticamente abandonei meu Orkut e respondo apenas pelo Facebook. Muitos motivos, o layout é mais simples, tudo me parece muito mais pratico e além de manter contato com o povo do Brasil, também falo com meus amigos daqui (EUA). E, eu participo de um aplicativo de chama Causes, que me avisa sobre petições e protestos. Foi assim que fiquei sabendo sobre o nosso querido Cine Belas Artes.

O cinema Belas Artes, após quase 68 anos de funcionamento,
está prestes a ser fechado. Uma decisão judicial, datada de 30/12/2010, prevê que o imóvel onde está localizado o cinema seja devolvido ao proprietário, Flávio Maluf, razão pela qual o cinema está prevendo fechar as portas no dia 27/01/2011.
Lutemos contra o descaso com a cultura e história paulistana!
Que a nossa união sensibilize
o proprietário do imóvel a abrir mão de maiores lucros com a possível abertura de uma loja no local, renovando o contrato de locação que tem com os donos do Belas Artes.
Que, além disso, possamos entrar com requerimento junto aos órgãos competentes (CONDEPHAAT, CONDESP, IPHAN) para tombar o uso do imóvel em questão, assegurando-se que não seja desenvolvida outra atividade no imóvel que não a de cinema. DE PREFERÊNCIA ANTES DO DIA 27/01!


Confira a programação do Cine
14/01
18:30h. “As Bicicletas de Belleville” (França, 2003; de Sylvain Chomet)
21:00h. “Amores Expressos” (China, 1994; de Wong Kar-wai)
15/01
18:30h. “Morte em Veneza” (Itália, 1971; de Luchino Visconti)
21:00h. “O Encouraçado Potemkin” (Rússia, 1925; de Serguei Eisenstein)
16/01
18:30h. “Paixão Selvagem” (França, 1976; de Serge Gainsbourg)
21:00h. “A Regra do Jogo” (França, 1939; de Jean Renoir)
17/01
18:30h. “Meu Tio” (França, 1958; de Jacques Tati)
21:00h. “Segunda-Feira ao Sol” (Espanha, 2002; de Fernando León de Aranoa)
18/01
18:30h. “O Ilusionista” (EUA/República Tcheca, 1976; de Neil Burger)
21:00h. “Música e Fantasia” (Itália, 1976; de Bruno Bozzetto)
18:30h. “Noites de Cabíria” (Itália, 1957; Federico Fellini)
21:00h. “Lúcia e o Sexo” (Espanha, 2001; de Julio Medem)
20/01
18:30h. “ Cría Cuervos” (Espanha, 1976; de Carlos Saura)
21:00h. “O Balão Vermelho” (França, 1956; de Albert Lamorisse)
21/01
18:30h. “As Bicicletas de Belleville” (França, 2003; de Sylvain Chomet)
21:00h. “A Lei do Desejo” (Espanha, 1987; de Pedro Almodóvar)
22/01
18:30h. “Pai Patrão” (Itália, 1977; de Paolo e Vittorio Taviani)
21:00h. “Apocalypse Now” (EUA, 1979; de Francis Ford Coppola)
23/01
18:30h. “Gritos e Sussurros” (Suécia, 1972; de Ingmar Bergman)
21:00h. “O Passageiro – Profissão: Repórter” (Itália, 1975; de Michelangelo Antonioni)
24/01
18:30h. “Z” (França, 1969; de Costa-Gravas)
21:00h. “Quanto Mais Quente Melhor” (EUA, 1959; de Billy Wilder)
25/01
16:00h. “A Guerra dos Botões” (França, 1962; de Yves Robert)
18:30h. “ Crônica do Amor Louco” (Itália, 1981; de Marco Ferreri)
21:00h. “A Guerra dos Botões” (França, 1962; de Yves Robert)
26/01
18:30h. “Johnny Vai á Guerra” (EUA, 1971; de Dalton Trumbo)
21:00h. “Vestida Para Matar” (EUA, 1980; de Brian de Palma)
27/01
18:30h. “Possessão” (Alemanha/França, 1981; de Andrzej Zulawski)
21:00h. “A Malvada” (EUA, 1950; de Joseph L. Mankiewicz)

Cine Belas Artes: Rua Consolação, 2423 – Consolação. São Paulo-SP. Informações: (11) 3258-4092


link para Causes -

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 - Janeiro

Mais um ano se foi e em 2011 o Blog Ideia Nossa completa 3 anos de vida!

O que começou como um espaço para 3 amigos trocar ideias atingiu uma proporção nunca antes imaginada e agora nossas ambições são ainda maiores e você se quiser, venha fazer parte dessa trupe, suas ideias são bem vindas, compartilhe-as!

Resolvi fazer uma retrospectiva citando três posts de cada mês e destacando um para lembrarmos do que vivemos, lemos, assistimos e compartilhamos durante o ano de 2010.

Farei um post para cada mês e se alguém estiver disposto a dar continuidade na retrospectiva criando seu próprio post do mês ou com um método novo fiquem à vontade...

Estão prontos para viajar no tempo?

Abraços!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

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Janeiro

2009 terminou com poucos posts. Nossas vidas turbulentas impediram posts diários e foi assim que 2010 começou e passou seu primeiro semestre: em baixa.

Mas apesar dos poucos posts as discussões propostas foram muito ricas!

Comecei o ano com duas assinaturas mensais de revistas (FAPESP e Vegetarianos) e foi da Resvista FAPESP que saiu o primeiro post do ano!

(Ah! Só para constar: não renovei nenhuma das assinaturas ainda, mas penso em deixar de assinar a FAPESP e assinar a Caros Amigos ou a Fórum ou a Revista do Brasil... Estou na dúvida, se alguém puder ajudar agradeço! :])

O estilo que determinei de comentar antes do post acabou se solidificando e todos os posts do ano escrevi dessa forma, além de inserir a assinatura com meu twitter, slogan e URL do blog.

- Mudança Veloz - Transferência de renda e acesso à educação são pilares da queda da desnutrição infantil no Nordeste

Semana passada trocando ideias com o Toninho decidimos criar uma espécie de compêndio com tecnologias ambientais simples e como projeto piloto utilizarmos nossas próprias casas!

Esse mês sentaremos e começaremos a traçar nossas metas. O engraçado é que o Ge já havia proposto algo semelhante em janeiro do ano passado e aparentemente ao mesmo tempo nosso leitor Vladimir do blog Neurônio Frito teve a mesma ideia como comentado nesse post aqui.

Química perfeita? Talvez...

- Mãos à obra? - Em um dos bairros mais pobres e povoados do Cairo, Hussein Soliman e sua família vivem em um pequeno apartamento que é modelo de convivência com a energia limpa. (...) Pretendo pesquisar sobre estas práticas e pratica-las! Me acompanham?

Compartilhamento é a palavra-chave do Blog Ideia Nossa!

E o mestre em achados sensacionais de downloads na internet é o Ge!

Conhecia esta música na versão do mestre Oswaldo Montenegro, mas saber pelo blog que hoje ainda é dia de rock na voz do trio Sá, Rodrix e Guarabira foi "bão demais"!

- Eu também descobri que hoje ainda é dia de rock! - Sem Zé Rodrix, o rock ficou sem graça. Ficou triste. Em riste... A esperança tirou o óculos! É morto José Rodrix Trindade. Cantor, compositor, cigano, trovador, publicitário, escritor e ícone do rock rural do tamanho da paz.

Destaque do Mês

E post destaque que me tira o sono até hoje e me faz mudar de canal toda vez que me deparo com esta criatura é o seguinte: Bóris Cazoy é uma vergonha!

Com preguiça de clicar no link e ler o texto? Assista o vídeo e tire suas próprias conclusões:


*Para ler todos os posts do mês de janeiro clique aqui.*
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