--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Papel de Parede - Junho 2012


Amigos da natureza, no ano de 2012 faremos homenagem às nossas queridas irmãs árvores, sendo que a cada mês enviaremos um papel de parede com uma espécie.

Elas fazem parte do calendário Nossas Árvores, da Editora Irdin (www.irdin.org.br), caso deseje adquiri-lo entre em contato com a editora.



Já está disponível no site do Instituto Nina Rosa para download gratuito e circulação livre, o papel de parede do mês de Junho de 2012.

Para baixá-lo gratuitamente, clique abaixo na dimensão mais adequada ao seu monitor, salve imagem como, clique nela com o botão direito do mouse e defina-a como papel de parede.

A reprodução é livre.

Dimensões:
800x600 / 1024x768 / 1280x800 / 1280x1024 / 1360x768 / 1440x900

sábado, 2 de junho de 2012

Reencontrando a mente coração

Aqui estou mais um dia, na correria e arranjando um tempinho pra postar no IN! :) Coisa que não faço há tempos!

Não, ainda não tive tempo pra escrever um post pra valer, mas achei digno vir aqui compartilhar essa leitura maravilhosa.

Estou passando por um momento de imersão e entrega para meu trabalho de graduação da faculdade e como tudo na vida isso tem seu lado bom e ruim.

O lado bom é que nunca aprendi tanto. Sentar na frente de uma pilha de livros sem um professor explicando e resolver diversas equações nunca antes resolvidas e acima de tudo compreender o conceito por trás, é uma experiência no mínimo enriquecedora.

O lado ruim é que nunca estive com tão pouco tempo livre. Ficar depois do horário no escritório e passar os finais de semana em cima do trabalho acabam nos afastando um pouco dos amigos e até de nós mesmos.

Estava pensando no meu lado técnico e como estava tendo que usar tanto a mente ultimamente para escrever e desenvolver o trabalho e a forma com que isso tinha afastado de mim um pouco de alma e coração.

Foi quando recebi esse texto de uma amada amiga que me fez tão bem, me confortou de uma forma tão especial e logo resolvi postar aqui para que vocês possam desfrutá-lo também. Foi excelente para lembrar-me de observar minha própria mente com mais astúcia, de dedicar-me um pouco mais a mim e me levar mais sério,  de penetrar mais pacientemente nas minhas emoções, de me atentar para as coisas que posso levar adiante com liberdade e principalmente me lembrou de despertar, para então sonhar.

O autor, Breno Xavier, escreve no Blog de Notícias do Raiar onde há muitos outros textos excelentes e vale a visita!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com


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Amáveis,

Por onde começamos? Nós começamos por onde estamos. E onde estamos? Aqui. E onde é aqui? Aqui é onde você está. E quem é você? Quem?

Certa vez, uma mulher cuja vida foi uma de violência e privação se levantou perante um monge e disse: “Essa compaixão e esse amor dos quais você tanto fala, eu nunca os tive em minha vida!” Por um instante, o monge silenciou. Então, assumindo uma postura irada de mãe amorosa, o monge respondeu: “Aos dezoito anos eu estava sentado entre líderes mundiais que riam da minha cara. O meu país foi destroçado, as pessoas esquartejadas. Meus parentes, amigos e professores foram mortos. Estou impedido de voltar para minha casa.” A mulher ouvia, o coração palpitava. O monge prosseguiu: “Não há nada que eu possa fazer para aliviar a sua dor. Mas talvez eu possa oferecer algo.” Então, o monge levantou-se e, abrindo passagem por entre as demais pessoas, foi ter com a mulher. Ao se aproximar, deu-lhe o mais poderoso dos abraços maternos.

Para a grande maioria de nós, o mundo é sofrimento. Grande parte do tempo debatemo-nos em sensações angustiantes de insatisfação, frustração e impotência. Aquilo que chamamos de prazeres são, para quase todos nós, um mero intervalo entre uma tensão e outra. Não há descanso neste mundo. Tudo é trabalho. Tudo é esforço. Tudo é fome. A saciedade é quase sempre tão efêmera quanto minúsculas aleluias. Bebemos para ter sede. Subimos para descer. Acumulamos para perder.  Nunca estamos protegidos, apesar de nossos muros. Todo encontro é uma despedida. Todo investimento em nossos corpos se paga com o envelhecimento, doença e morte. Não há paz, mas conflitos. Não há amor, mas apego. Não há compreensão, mas fuga e desespero.

“O mundo está em chamas”, dizemos uns aos outros. Os continentes sofrem com a peste, com as calamidades da guerra. Os oceanos estão morrendo. A civilização suspensa sobre um frágil tecido de sonho. Contudo, desde que possamos continuar comprando. Desde que possamos continuar nos distraindo em nossos jogos de conquista... Desde que possamos continuar fingindo que não há nenhum enorme paquiderme no centro de cada uma de nossas salas de estar. Mas o silêncio é importável. E as feridas coçam cada vez mais. Um simples diagnóstico.

Não há doença sem causa, assim como não há árvore sem raiz. É um grande equívoco pensar, crer, que o sofrimento existe por si mesmo. Não. O sofrimento tem causa. A angústia tem causa. A fome tem causa. O medo tem causa. A culpa tem causa. A dor tem causa. A raiva tem causa. A arrogância tem causa. Assim como uma árvore não subsiste sem uma raiz nenhum desses fenômenos existe sem uma base. Eles não existem por si mesmos. Eles não são forças imutáveis.

Não é o mundo que está em chamas. É o “eu” que está em chamas. Não é o mundo que está prestes a explodir. É o “eu” que se tornou uma panela de pressão. O que é o mundo, senão um pacto compartilhado por diferentes “eus”? Portanto, não é que as corporações não tenham um bom coração, mas que falta aos “eus” um coração bom. Não é que o trânsito seja péssimo, mas que as pessoas em trânsito já se fartam de ir sem nunca chegar. Não é que não se possa dormir em paz, é que não há paz na ignorância. As promessas que os objetos nos fazem são nossas miragens. Os encantos que buscamos lá fora são meras idealizações. O mundo inteiro é uma escolha. Não há destino que não tenha sido traçado por emoções passadas.

Não há fatalidade, apenas a reunião de causas e condições. Para que o jogo comece pelo menos um jogador é necessário. Contudo, ainda é possível se retirar do jogo. A figura mais audaciosa foi o renunciante. Ele reconheceu que um outro mundo habita o mundo. Ao que o renunciante renuncia? Ao apego. Qual a intenção do renunciante? Liberdade. Para quem? Para todos. E por quê? Não há separação. Veja em seu próprio prato de comida, em suas próprias vísceras, em sua própria mentecoração.

Você vai além de si mesmo. Si mesmo não lhe contém. Si mesmo é dependente do sol, do ar, do mar, do espaço, do amor. Si mesmo é um sonho que se conta o que dorme e sonha. Aqui é além. É glocal. Sofrimento não está lá fora. Sofrimento é o fruto do apego àquilo que não é. É o hábito que se veste para evitar a morte imaginária. É a malha que se veste e que restringe e asfixia seu portador. É a crença de que estamos sós. É a viagem delirante de que ser é ter ou, mais precisamente, de que ser é ser. É sair de um extremo para o outro. É olhar para quem sofre e não compreender que o sofrimento é mútuo. É esperar que o fruto frutifique sem plantar a semente adequada. É acreditar que a semente independe de condições para frutificar.

Eliminar a causa do sofrimento é um trabalho que cada um deve fazer. Juntos, todos os salvadores não podem impedir você de ter um coração. Isso não significa que você precisa virar um ermitão. Isso significa que cabe a você a sagrada atividade de abrir o coração. Isso pode ser feito em qualquer lugar. Antes de julgar os outros, observe sua própria mente. Antes de buscar os ensinamentos mais elevados, dedique-se a uma boa fundação. Antes de acreditar estar fazendo um bom trabalho, penetre cada uma de suas emoções. Antes de qualquer ação, reconheça o espaço de liberdade. Antes de sonhar, desperte.

Amor,

Breno Xavier
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