--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Taboão, suor e lágrimas

Taboão, suor e lágrimas
por Sérgio Vaz

Praça Nicola Vivilechio, via PMTS

Na minha cidade a noite chega junto com os ventos que vem do sul cavalgando no pêlo macio das serras. As estrelas da minha cidade não se apresentam no céu com o rosto iluminado, elas se exibem no chão para que seus homens e mulheres possam tocá-las.
Na minha cidade Cristo fica no morro de braços abertos sorrindo o milagre do novo dia.
A minha cidade fica bem longe do mar, longe das ostras, dos veleiros, das ondas salgadas de Netuno, mas cada um que ali nasce é um cais pro futuro, um oceano, um porto seguro.
Na minha cidade as crianças entortam o mundo e desentortam ladeiras. Meninas e meninos Dançam na chuva e aprendem, desde cedo, a domarem raios e trovões. Uns enterram umbigos, outros, seus botões.
A cidade que mora em mim, desliza pelo centro e escorrega na favela. Tem caminhos estreitos e ruas desbravadas por caminhos que levam ao futuro, ou que levam a nada.
É difícil morar nessa cidade e não cometer adultério. A beleza está por todo lugar. Eu mesmo já saí com Maria Rosa, Carmelina, Salete, Helena, Virginia, Albina, Maria Helena, entre outras que não posso citar o nome. É, mas não foi só eu, o Freitas Junior, o Mituzi, o Roberto, o Clementino, o Pazzini e dizem até que os santos, Tadeu, Joaquim e Salvador também se renderam as curvas delas.
Na minha cidade a América do Sul passa a noite escrevendo poemas na BR-116. Uma via que mais parece uma veia, um viaduto que atravessa o nosso coração. Cidade louca de narinas enormes que respira São Paulo pelos olhos e a encara de peito aberto, como quem chama pra briga, como quem chama no rôdo. “É nóis!”.
Na minha cidade o cavaquinho dá o toque da alvorada e nas picapes o rap ecoa por inteiro, chacoalhando a quebrada. Os manos e as minas num rolê pelas ladeiras... Sem perder a linha, sem perder o Leme.
Na minha cidade a África tem a cara do Pirajuçara e os pés da Jamaica. O Reggae resiste quarando a roupa no varal, e o forró é o hino do nordeste que vai muito além de Luiz Gonzaga. Axé guerreiros!
A minha cidade tem o sangue Árabe correndo nos pulsos, que traz para nós as mil e uma noites num dia só. Motivo de nossa fama de povo lutador. Salam Ualakun.
A minha cidade é da hora, do minuto e de cada segundo que aqui se vive. Cada um é um universo. Cada universo, um passado, um presente, um futuro, mas acima de tudo, a eternidade. Só quem é, sabe do que eu estou falando... Tem que saber chegar.
Essa é a minha cidade, de como eu a vejo, de como eu a sinto. Entre risos e lágrimas lavo minha alma com o suor que escorre do rosto dela, do rosto desse povo lindo e inteligente cheio de calos nas mãos.
“Tamo junto!”. É tudo nosso!

Praça Luiz Gonzaga, via Jornal na Net

Fonte: O Taboanense,

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vaaaaaai coisa gostooooosa

Para o Ideia Nossa ingressar na campanha "Fim da Violência Contra Mulher", que começou sábado (20) e vai até dia 25 de novembro, deixo essa contribuição retirada do Pedalante, que por sua vez retirou do Blog das Pedalinas.

#fimdaviolênciacontramulher
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Boa leitura! Boa reflexão!
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Dicas de leitura:
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@alvarodiogo "Sexismo = Especismo = Racismo"

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Vaaaaaai coisa gostooooosa



Assédio no trânsito não é assunto novo por aqui. Agressões verbais todas nós, mulheres que pedalam, provavelmente já sofremos.

Mas vem cá, ja imaginou estar subindo uma avenida (a sumaré, no caso), em pleno domingo, feliz e contente por ter poucos carros na rua, e perceber que um carro reduz a velocidade e sentir uma palmada bem dada na bunda seguido de um “vaaaaai coisa gostooooosa” e várias risadas de um bando de playboys?

Nunca imaginou? Nem eu. Mas isso aconteceu comigo, mas o carro preto de placa 2416 e a cara do mauricinho orgulhoso de seu ato machão-ogro de camisa amarela olhando e rindo de mim no retrovisor, eu nunca vou esquecer.

Pra mim, um cara que faz algo desse tipo, é o mesmo que estupra e bate na mãe. O caráter (zero) e a certeza de que o mundo gira em volta do seu pinto são características comuns a esses seres desprezíveis.

Poderia fazer uma lista do que senti ao tomar o tapa: ódio, vergonha, humilhação, revolta, raiva, etc, etc, etc. E todos esses sentimentos juntos me deram forças nas pernas para pedalar na velocidade maior que eu pude com o intuito de alcançar o 2416, 2416, 2416 – repetia para mim mesma.

Rá! Lá estavam eles, distraídos e cantando esperando o sinal verde. Cheguei devagarzinho sem ser percebida pela direita. Com muita vontade, cuspi e vomitei na cara do de amarelo, arremesei-o para fora do carro, chutei bem no meio do seu saco. Não tive pena da sua cara de pavor, me pedindo peloamordedeus para parar. Não parei. Seus amigos-super-machões, se envergonharam do amigão que dá tapas em bundas de mulheres estar apanhando de uma de suas vítimas, e fugiram, deixando-o para trás.

Obviamente esse é o final que minha criatividade alimentada de ódio e revolta produziu.

O final real é bem diferente disso: Infelizmente (ou felizmente) todos os sinais estavam abertos, não tinha congestionamento e os perdi de vista. Me recolhi no meu suor e humilhação e engoli seco para conseguir terminar o dia sem matar um.

Postei essa foto no início do meu post, que é o resultado de uma busca no google das palavras “mulher + bicicleta”. E isso resume muito bem tudo o que escrevi. Tirem suas próprias conclusões.

Desculpem o relato meio pesado para uma segunda feira. E sorte pra todas nós, que vamos pedalar muito ainda durante toda a semana. Que pessoas como essas não cruzem nosso caminho e não estraguem nosso dia (e muito menos nossa dignidade).

Marina Chevrand

sábado, 20 de novembro de 2010

Manifesto dos Brancos - UFRGS

Por que 20 de novembro ao invés de 13 de maio? Afinal, não é a data que foi decretado o fim da escravidão? Para muitos, apesar de ser importante para a nossa História, essa data não mudou a realidade dos negros. Os escravos libertos e seus descendentes não eram tratados igualmente depois da abolição da escravatura e, até hoje, a luta pela igualdade racial continua. Por isso, uma nova data, mais representativa, foi escolhia. O nome já diz: 'consciência e protesto' para a situação de exclusão socioeconômica da população negra no Brasil passados 117 anos do fim jurídico do sistema escravista.
Por isso, dia 20 de novembro é um dia de liberdade para os corações de todos os brasileiros. Dia de refletir e conversar sobre a igualdade de direitos entre as pessoas, homens ou mulheres, negros ou brancos. Que tal refletir um pouco sobre isso?

Não poderia deixar de registrar um post dedicado ao Zumbi dos Palmares e esta data tão importante!

Gostaria apenas de reafirmar que o termo raça está superado, afinal somos todos da mesma raça, da mesma espécie: a humana, e portanto o termo para essa referência é etnia. ;)

Deixo para apreciação a maravilhosa canção "Brasil com P" do @GOGpoeta e o Manifesto dos Brancos escrito pela comunidade escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ah! Seguindo a linha dos últimos posts deixo algumas sugestões de links abaixo do vídeo.

Passei o dia lendo vários textos interessantes sobre o assunto, mas para não saturar, resolvi registrar apenas alguns posts do próprio Ideia Nossa e um texto do nosso ciclo-companheiro-mais-que-ativista @KARARYU.

Boa leitura! Boa reflexão!


Dicas de leitura:

@alvarodiogo "Racismo = Especismo = Sexismo"

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Manifesto dos Brancos

Este texto é um manifesto escrito e subscrito por brancos que compõem a comunidade escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é uma retumbante admissão pública, por nossa parte, de que vivemos em um contexto de exclusão estrutural de negros e indígenas dos benefícios e espaços de cidadania produzidos por nossa sociedade e onde, ao mesmo tempo, é produzida uma teia de privilégios a nós brancos, que torna completamente desigual e desumana nossa convivência. Somos opressores, exploradores e privilegiados mesmo quando não queremos ser. O racismo não é um "problema dos negros", mas também dos brancos. É pelo reconhecimento destes privilégios que marcam toda nossa existência, mesmo que nós brancos não os enxerguemos cotidianamente, que exigimos a imediata aprovação de Ações afirmativas de Reparação às populações negras e indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


"No Brasil vivemos em um estado de racismo estrutural. Já é comprovado que raça é um conceito biologicamente inadmissível, só existe raça humana e pronto. Mas socialmente, nos vemos e construímos nossa realidade diária em cima de concepções raciais. Portanto, raça é uma realidade sociológica. Não é uma questão de que eu ou você sejamos pessoalmente preconceituosos. Mas é só olhar para qualquer pesquisa que veremos como existe um processo de atração e exclusão de pessoas para estes ou aqueles espaços sociais, dependendo de sua cor. Não é à toa que não temos quase médicos negros, embora eles sejam a maioria nas filas dos postos de saúde; que quase não vemos jornalistas negros, mas estes são expostos diariamente em páginas policiais; que não temos quase professores negros, especialmente em posições com melhores salários, e vemos alunos negros apenas em escolas públicas enquanto, na universidade pública quase só encontramos brancos.

A situação dos indígenas não é diferente, quando eles ainda sofrem lutando pelo direito mínimo de ter suas terras e aldeias, mesmo isso lhes é surrupiado pelos brancos. Vamos parar com esta falácia de dizer que não aceitamos cotas raciais na universidade, porque não queremos ser racistas: se vivemos no Brasil, se fomos criados nesta cultura, se construímos nossas vidas dentro deste conjunto de relações onde a raça é um elemento determinante, somos todos racistas! Não fujamos da realidade. Não usemos a falsa desculpa de que não queremos criar divisões entre raças no Brasil. Nossa sociedade poderia ser mais dividida racialmente do que já é hoje?

O estudo de Marcelo Paixão intitulado "Racismo, pobreza e violência", compara o IDH dos brancos e dos negros dentro do Brasil. O IDH tenta medir a qualidade de vida das populações, combinando os três fatores que, por abranger, cada qual, uma imensa variedade de outros, seriam os essenciais para a medição: renda por habitante, escolaridade e expectativa de vida. Na última versão do IDH, de 2002, o Brasil ocupa o 73º lugar entre 173 países avaliados, mesmo possuindo todas as riquezas nacionais e sendo o 11º país mais desenvolvido economicamente no mundo. Porém, entre 1992 e 2001, enquanto em geral o número de pobres ficou 5 milhões menor, o dos pretos e pardos ficou 500 mil maior. [Consideram-se brancos 53,7% dos brasileiros; pretos ou pardos, 44,7%, que chamaremos, hora em diante de negros]. O estudo mostra que Brasil dos brancos seria, na média o 44º do mundo em matéria de desenvolvimento humano, ao passo que o Brasil dos negros estaria no 104º lugar!!!

Nada disso é novidade, porém, para quem aceita viver com os olhos minimamente abertos. Temos que reconhecer que vivemos num sistema estruturalmente racista, que se reproduz em cima de mecanismos constantes de exclusão e exploração dos negros e de privilégios naturalizados aos brancos. Em um sistema racista, pessoas brancas se beneficiam do racismo, mesmo que não tenham intenções de serem racistas. Nós brancos não precisamos enxergar o racismo estrutural porque não sofremos diariamente diversos processos de exclusão e tratamento negativamente diferencial por causa de nossa raça. Nossa raça (e seus privilégios) são tornados invisíveis dia-a-dia. Este sistema de privilégios invisíveis a nós brancos é que nos põe em vantagens a todo instante, por toda nossa vida, em todas as situações, e que destroça qualquer tentativa de pensarmos que estamos onde estamos apenas por méritos pessoais. Que mérito puro pode ter qualquer branco de estar no lugar confortável em que se encontra hoje, mesmo que tenha saído da pobreza, dentro de um sistema que lhe privilegiou apenas por ser branco, ao mesmo tempo em que prejudicou outros tantos apenas por serem negros?

Vamos apresentar uma breve listinha de circunstâncias em nossas vidas que expõem nossos privilégios de brancos e que, embora não percebêssemos, embora os víssemos apenas como relações naturais para nós, por sermos pessoas normais e "de bem", foram decisivas para nos trazer onde estamos (e por não serem vivenciados também por negros e indígenas, seu resultado é fazer com que seja tão desproporcional o número destas populações dentro da UFRGS, por exemplo): 1) Sempre pude estar seguro de que a cor da minha pele não faria as pessoas me tratarem diferentemente na escola, no ônibus, nas lojas, etc; 2) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca os prejudicou em termos das busca ou da manutenção de um emprego; 3) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca fez com que seu salário fosse mais baixo que o de outra pessoa cumprindo sua mesma função; 4) Posso ligar a televisão e ver pessoas de minha raça em grande número e muitas em posições sociais confortáveis e que me dão perspectivas para o futuro; 5) Na escola, aprendi diversas coisas inventadas, descobertas, grandes heróis e grandes obras feitas por pessoas da minha raça; 6) A maior parte do tempo, na escola, estudei sobre a história dos meus antepassados e, por saber de onde eu vim, tenho mais segurança de quem sou e pra onde posso ir; 7) Nunca precisei ouvir que no meu estado não existiam pessoas da minha raça; 8) Nunca tive medo de ser abordado por um policial motivado especialmente pela cor da minha pele; 9) Já fiz coisas erradas e mesmo ilegais por necessidade, e nunca tive medo que minha raça fosse um elemento que reforçasse minha possível condenação; 10) Posso ir numa livraria e perder a conta de quantos escritores de minha raça posso encontrar, retratando minha realidade, assim como em qualquer loja e encontrar diversos produtos que respeitam minha cultura; 11) Nunca sofri com brincadeiras ofensivas por causa de minha raça; 12) Meus pais nunca precisaram me atender para aliviar meu sofrimento por este tipo de "brincadeira"; 13) Sempre tive professores da minha raça; 14) Nunca me senti minoria em termos da minha raça, em nenhuma situação; 15) Todas as pessoas bem sucedidas que eu conheci até hoje eram da mesma raça que eu; 16) Posso falar com a boca cheia e ficar tranqüilo de que ninguém relacionará isso com minha raça; 17) Posso fazer o que eu quiser, errar o quanto quiser, falar o que eu quiser, sem que ninguém ligue isso a minha raça; 18) Nunca, em alguma conversa em grupo, fui forçado a falar em nome de minha raça, carregando nas costas o peso de representar 45% da população brasileira; 19) Sempre pude abrir revistas e jornais, desde minha infância, e estar seguro de ver muitas pessoas parecidas comigo; 20) Sempre estive seguro de que a cor da minha pele não seria um elemento prejudicial a mim em nenhuma entrevista para emprego ou estágio; 21) Se eu declarar que "o que está em jogo é uma questão racial" não serei acusado de estar tentando defender meu interesse pessoal; 22) Se eu precisar de algum tratamento medico tenho convicção de que a cor da minha pele não fará com que meu tratamento sofra dificuldades; 23) Posso fazer minhas atividades seguro de que não experienciarei sentimentos de rejeição a minha raça.

Esta realidade destroça meu mito pessoal de meritocracia. Minha vida não foi o que eu sozinho fiz dela. Muitas portas me foram abertas baseadas na minha raça, assim como fechadas a outras pessoas. A opção de falar ou não em privilégios dos brancos já é um privilegio de brancos. Se o racismo, e os privilégios dos brancos são estruturais, as ações contra o racismo devem ser também estruturais. Racismo não é preconceito: racismo é preconceito mais poder. Se não forçarmos mudanças nas relações e posições de poder em nossa sociedade, estaremos reproduzindo o racismo que recebemos. E agora chegou a hora de a universidade dizer publicamente: vai ou não vai "cortar na própria pele" o racismo que até hoje ajudou a reproduzir, estabelecendo imediatamente Cotas no seu próximo vestibular? Se mantivermos o vestibular "cego às desigualdades raciais" estaremos, na verdade, mantendo nossos olhos fechados para as desigualdades raciais que nós mesmos ajudamos a reproduzir sociedade afora.

Nós, brancos da universidade que assinamos esta carta já nos posicionamos: exigimos cortar em nossa própria pele os privilégios que até hoje nos sustentaram. Cotas na UFRGS já!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Barack Obama: Em busca de compromissos

Hoje @apombalivre, uma twitterária de Portugal postou em seu blog (A Pomba Livre - blogue para desabafos sociais, com alguma arte, quanto mais não seja , da arte de viver) este excelente texto sobre Obama e me inspirou a vir aqui escrever o que há tempos tem mexido comigo.

Eu esperava muito mais de Obama e sempre fui contra a visão norte-americana do mundo ser um tabuleiro de war. Mas nada parece estar mudando significativamente por lá. Pelo contrário, foram enviadas mais tropas! Uma Guerra Perdida.

Suas promessas de campanha de tirar as tropas do Iraque ou de reformar o sistema de saúde estão longe de sair do plano das ideias. Uma pena.

Perseguimos tanto o Mr. Obama aqui no blog no período eleitoral, discutimos tanto suas falas e posições, eu até dissequei seu discurso de posse. Mas parece que as fichas foram uma aposta perdida. Suas ações já estavam estáticas e agora com a perda da maioria na câmara... Quem poderá nos ajudar? Chapolim Colorado? Afinal os países da américa-latina estão enfrentando estes anos de crise bem melhor.

Deixo então o texto para leitura e alguns links para quem quiser se aprofundar mais.

E o slogan continua o mesmo: "Change we need".

Dicas de leitura:

PSI: Compreende-se NOTA como OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)
PSII: Já passou da hora de dissecar o discurso da Presidenta Dilma, não?
PSII: O Texto abaixo é de autoria da @VONE79 co-autora do blog da @apombalivre

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

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Barack Obama: Em busca de compromissos - Portugal - DN

A Democracia também se preserva nas Ruas por isso é necessária toda a segurança montada contra a fúria daqueles que defendem a violencia em vez da PAZ.
Eu sou pacifista defendo a paz em todo mundo, sou contra todas as guerras, venham elas da esquerda, da direita dos fascistas deste mundo odeio guerras Em todas as suas dimensões, a guerra é a política do Império para fora das suas fronteiras, sempre hostil, provocadora e extremamente violenta.
Mas a guerra do Império – ou o Império da Guerra – não seria completa sem um braço militar, que é a uma máquina de força bruta com uma enorme capacidade aniquiladora.
Com a intervenção no Iraque, inaugura-se o perigoso conceito de “legítima defesa preventiva”. Apesar da diplomacia, não foi possível desta vez gerar um consenso sobre mais esta guerra, que acabou por ser desencadeada por uma coligação formada por apenas alguns membros da NATO.
As guerras do Iraque e do Afeganistão foram provas da tese do imperialismo global, segundo a qual as guerras da era da globalização não são choques entre potências imperialistas nem meras excepções num processo de pacificação global, mas a guerra unida das potências contra os povos.
A invasão do Afeganistão numa suposta caça aos terroristas acabou por se transformar numa pedra no sapato dos EUA e da própria NATO. Tal como aconteceu na guerra do Iraque, os governos dos países participantes viram as suas opiniões públicas elevar os custos políticos da sua decisão. Sobretudo na Europa, revela-se difícil para as populações compreender porque razão estão os seus países, os seus recursos e os seus exércitos envolvidos em guerras longínquas, justificadas por um conceito de segurança ao qual não são próximas.

No entanto acredito no Presidente Obama e acredito que ele não tem nada a ver com o Bush. Barack Obama: Em busca de compromissos - Portugal - DN

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Plano Municipal de Saneamento de Taboão da Serra

Água, esgoto, lixo, enchentes... Vamos buscar soluções?
Venha participar do Calendário de Discussões sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico de Taboão da Serra!

Todas as cidades do Brasil estão pensando o Plano Municipal de Saneamento (PMS), que vai dizer como lidar com o esgoto, lixo (resíduos sólidos), água e drenagem, atendendo à Resolução n° 33, de 10/05/2007, do Conselho das Cidades, ligado ao Ministério da Cidades.


A Prefeitura de Taboão da Serra, através da Secretaria de Obras e Infraestrutura, convida você a participar das discussões sobre o Plano Municipal de Saneamento de nossa cidade.


A cidade de Taboão da Serra já possui um Projeto de Resíduos Sólidos com informações que serão utilizadas no PMS. Esse projeto levantou, por exemplo, que a cidade produz 6 mil toneladas de lixo doméstico e 12 mil toneladas de lixo proveniente da construção civil por mês. Você sabia disso?


Um outro trabalho desenvolvido pela secretaria reúne os catadores da cidade que, através de uma cooperativa, já coletaram mais de 110 mil toneladas de lixo!


Esse material é, em grande parte, reciclado, voltando a ter utilidade e ajudando na preservação ambiental. Você também pode contribuir com esse trabalho, por isso é importante sua participação nas discussões. Observe bem a data e local onde o encontro acontecerá próximo de sua casa!


Sua participação é fundamental para que tenhamos uma cidade mais limpa, bonita e ecologicamente correta!

EMEFEM Rui Barbosa - 22/11/2010 - 19h
R. Armezinda de Jesus Pereira, 60 - Jd. Virgínia
Regiões contempladas 1 e 2

EMEF Oscar Ramos Arantes - 23/11/2010 - 19h
Av. Campinas, 720 - Vila Iasi
Regiões contempladas 3 e 4

EMEF Ugo Arduini - 24/11/2010 - 19h
R. Carlos Fernandes, 135 - Vila Carmelinda
Regiões contempladas 5 e 6

EMEF Machado de Assis - 25/11/2010 - 19h
Est. das Olarias, 704 - Jd. Guaciara
Regiões contempladas 7 e 8

EMEF Francisco Ferreira Paes - 26/11/2010 - 19h
R. José P. Nogueira Filho, 210 - Jd. Mituzi
Regiões contempladas 9 e 10

Conferência Geral - Auditório da Secretaria de Educação - 04/12/2010 - 10h
Rua Elizabeta Lips, 166 - Centro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

3G

Geração de Giringonças só servem pra te fazer Gastar mais. Ta, deixando de lado agora o massacre da 3G elétrica, nosso conterrâneo @GuilhermeBueno pediu um post falando a respeito. Vou tentar resumir o que acontece na maioria dos casos com minha humilde cota de conhecimentos a respeito.
Quem usa 3G sabe, é um saco ainda termos de discar conexão num mundo onde se abre a tela do notebook e tudo está conectado e compartilhado em todas redes sociais.

Históricos e Objetivos

A evolução da telecomunicação é algo extraordinário. (Essa é a parte que eu me empolgo) Imaginem a Marginal Tietê com 1 pista pra todo mundo, pois bem, essa era a Primeira Geração de telefonia móvel; Imensas filas de ligações, as vezes eram necessárias esperas para completar a ligação que iria ainda começar a chamar! (Sim, ja foi muito pior do que é hoje).

A Segunda geração veio para adicionarmos aí pistas infinitas na nossa marginal, mas algo ainda barrava nosso extinto de liberdade na comunicação, por mais que as pessoas tivessem agora diversos meios de comunicação (agora digitais e não mais analógicas) abrindo os horizontes para suas ativides acontecerem simultaneamente, eram de baixa capacidade lentas também.

A Terceira geração veio (em 2008) pra engajar velocidade na comunicação móvel. Nesta mesma época o wireless (ou WiFi ou WLan) vinha virando modinha e a comparação entre essas redes sem fio em relação a telefonia móvel era inevitável. Até hoje muitas pessoas comparam desta forma e isto é um erro; Enquanto a rede sem fio Wifi presa pela banda transferida, acaba comprometendo a distancia e qualidade de sinal em determinados locais, ao passo que a 3G aplica o inverso, a necessidade de englobar uma gama de usuários imensa e conecta-los à internet faz com que a banda oferecida não seja tão instantânea tampouco de porte para boas taxas de transferência de dados.

As freqüências de radio para as bandas 3G foram leiloadas e na seqüencia burocrática da nova tecnologia vieram as obrigações impostas pela Anatel nos primeiros 8 anos (caso tenha curiosidade clique aqui) o que justifica a preocupação das operadoras em disponibilizar para todos sem ter a qualidade necessária. Este é um dos principais motivos de não possuir prioridade na melhoria da qualidade da rede.

Experiências

Bem, sobre o pouco que utilizei e presenciei das redes 3G é o que posso dizer sobre o assunto é que figura literalmente a 'internet do momento'. Isso me lembra as aulas de telecomunicações no curso de Eletrônica em quem o professor comentava das questões atmosféricas que influenciam nas ondas de rádio. Todas as ondas de rádio são afetadas por chuvas, umidade relativa, campos magnéticos e até mesmo explosões solares! O que faz da nossa internet uma verdadeira ferramenta de meteorologia rsrs. Ok, brincadeiras a parte, considerando estes fatos vê-se a utilidade dessa internet à pessoas que passam muito pouco tempo em casa e tem a necessidade imprescindível de manter-se conectado. De qualquer outro modo, acredito que os preços demorarão a baixar até que a internet 3G sirva realmente só pra lazer.

Informações Adicionais

Adiciono agora textos do HowStuffWorks a respeito do assunto, que darão noções mais técnicas a respeito.

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)declara as seguintes obrigações nos primeiros oito anos:
  • Em dois anos, todos os municípios brasileiros terão cobertura para serviços de telefonia celular. Para atender aos municípios menores, as operadoras poderão optar por utilizar rede particular - nesse caso, cada empresa terá obrigação de atender a 25% das cidades da região - ou por rede compartilhada, operada por terceiros - dessa forma, as autorizadas das quatro faixas deverão cobrir 100% dos municípios da região. É a chamada universalização do celular, com investimentos de R$ 2,5 bilhões até 2010.
  • Em dois anos, todas as capitais dos Estados, o Distrito Federal e as cidades com mais de 500 mil habitantes terão cobertura total (por definição, cobertura total corresponde a 80% da área urbana) para serviços de banda larga móvel.
  • Ao fim de quatro anos, todos os municípios com mais de 200 mil habitantes deverão estar cobertos pela banda larga sem fio. Passados cinco anos, 50% dos municípios com população entre 30 mil e 100 mil habitantes e 100% daqueles acima desta faixa estarão aptos a utilizar esses serviços.
  • Ao fim do oitavo ano, pelo menos 60% dos municípios com menos de 30 mil habitantes terão a tecnologia disponível. Ao todo, cerca de 3.800 municípios brasileiros serão atendidos com os serviços de banda larga sem fio.
Tecnologias 3G:
  • CDMA-2000 1x ou 1xRTT (1xRadio Tansmission Technology):tecnologia considerada de terceira geração por atingir taxas de transmissão superiores a 144 kbps e que preparou o terreno para as altas velocidades de dados hoje disponíveis. Permite total conexão sem fio.
  • UMTS (Universal Mobile Telecommunications Service):evolução da GSM, essa tecnologia baseada em IP (Protocolo de Internet) opera na faixa de 1900 MHz e atinge taxas de transmissão de até 2 Mbps, a velocidades médias de 220 a 320 kbps. Ela possibilita serviços de alto consumo de banda, como videoconferência, transmissão de TV, e streaming de áudio e vídeo. Como é compatível com a GPRS e a Edge, a UMTS pode operar em qualquer uma dessas redes com segurança.
  • HSPA (high Speed Packet Access): tecnologia que permite enviar e receber grandes arquivos, jogar online, enviar e receber vídeos e imagens em alta resolução, fazer download de música e permanecer conectado à Internet ou à rede IP do escritório. Pode transmitir dados a uma velocidade de até 5,7 Mbps, com taxas mínimas de transferência variando de 144 kbps a 384 bps. A sigla tem duas variações - HSDPA e HSUPA. A primeira, High Speed Downlink Packet Access, refere-se à velocidade com a qual a pessoas podem baixar arquivos de dados. A segunda, High Speed Uplink Packet Access, à velocidade para enviar pacotes de dados.
  • WCDMA (Wideband Code Division Multiple Access): protocolo de transmissão da terceira geração da telefonia celula r que utiliza o método de sinalização da tecnologia CDMA para alcançar velocidades mais altas e suportar mais usuários. A tecnologia foi desenvolvida pela NTT DoCoMo, operadora de telefonia japonesa como uma interface aérea da rede 3G da também japonesa Foma. O protocolo acabou virando parte do IMT-2000 (International Telecommunication Union), do padrão internacional da 3G. A WCDMA permite atingir velocidades de até 5,7 Mbps, dependendo do padrão adotado (HSDPA ou HSUPA).
TecnologiaTaxa de downloadTaxa de upload
GPRSde 60 kbps a 80 kbpsde 20 kbps a 40 kbps
EDGEde 177,6 kbps a 384 kbpsde 59,2 kbps a 118,4 kbps
WCDMAde 384 kbps a 5,7 Mbps
de 144 kbsp a 384 kbps






Espero ter ajudado nosso leitor Guilherme e estamos as ordens quando precisar só nos visitar.

George H. S. Ruchlejmer
@george_hsr
"Sua ideia é IdeiaNossa.blogspot.com"

Entrevista: Sérgio Amadeu (via Escrivinhador)

Para o terror das vistas cansadas e preguiçosas voltarei a postar textos mais extensos, sem problemas? :p

Hoje deixo para apreciação entrevista retirada do Escrivinhador com o Sérgio Amadeu dividida em duas partes, que ajuda a compreender sobre o Plano Nacional de Banda Larga (Eu Quero Banda Larga!) e também sobre as ameaças que rondam contra a liberdade e a privacidade na web (O AI-5 Digital).

Só deixo registrado meu repúdio pelo projeto de lei do Senador Azeredo que representa o retrocesso conservador que tanto combatemos.

Boa leitura!

@alvarodiogo "Compartilhar é o verbo do século XXI! Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com/

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Jogo complexo: a grande mídia não está sozinha
Por Juliana Sada

Há diversas iniciativas na internet hoje, desde criações individuais que se disseminam por todo o mundo até tentativas de grandes empresas de se apropriar deste espaço, passando ainda pelas ações governamentais na área.
Para discutir este amplo panorama, o Escrevinhador conversou com o sociólogo e doutor em ciência política Sergio Amadeu que falou sobre os avanços e ameaças que pairam sobre a rede atualmente. Amadeu é um dos maiores especialistas sobre o tema no Brasil e concilia em seu conhecimento a parte técnica e o debate político acerca da internet.
Nesta primeira parte da entrevista, o ativista do software livre explica o Plano Nacional de Banda Larga e sua importância no cenário de comunicação no Brasil.
Em seguida, publicaremos o debate sobre a neutralidade da rede e como sua vigência é fundamental para que a internet siga sendo um espaço de criação e comunicação.

Você poderia explicar o que é o Plano Nacional de Banda Larga e qual a sua importância?

O Plano Nacional de Banda Larga é um conjunto de ações do governo para levar a internet com velocidade razoável para todo território nacional. Hoje grande parte do nosso território tem acesso apenas à conexão discada. Isto impede que se faça uma série de coisas: acesso à prestação de serviços online, acesso à multimídia…
Portanto o Plano Nacional tenta levar as redes de alta velocidade a todos municípios, a todas periferias das grandes cidades porque as empresas operadoras de telefonia, responsáveis pela banda larga, não fizeram isso até hoje. Nada impedia que essas operadoras levassem banda larga para o nordeste ou mesmo para a Cidade Tiradentes. Há mil restrições em locais onde não é rentável ter banda larga. Aí vem a questão: a banda larga que foi implementada no Brasil é cara e de baixa qualidade, muito instável.
O Plano Nacional de Banda Larga amplia a rede de banda larga fazendo parcerias também com pequenos empreendedores, com empresas estatais e retomando a Telebrás – não como a empresa estatal que era mas como um gestor do sistema. Este será mais amplo em relação ao gerado pelas privatizações, que é um sistema de grande operadoras que querem uma alta taxa de remuneração e por isso deixam abandonadas as regiões carentes.
O Plano Nacional de Banda Larga no fundo é o reconhecimento de que a Anatel não conseguiu que a empresas operadoras, simplesmente por medidas regulatórias, expandissem a banda larga. Até porque a banda larga, ao contrário da telefonia fixa, não tem metas de universalização. Então as operadoras cobram o que querem e não são obrigadas a cobrir todo o território. Já o reconhecimento de que elas não estão dando conta dessa necessidade urgente do nosso país, fez com que o governo retomasse a Telebrás pra criar uma competição justa e importante com essas operadoras. E elas vão ter baixar preço, vão ter que ampliar sua malha.

E que deficiências você vê no projeto do governo?

O que o governo está propondo ainda não é o ideal porque ele está trabalhando com 512k de velocidade, isso é completamente insuficiente. Em relação ao custo, não sabemos ao certo mas deve ser em torno de 15 ou 25 reais, que não é o ideal para a realidade socioeconômica brasileira. Acho que a gente tem que observar que as operadoras fracassaram nesse modelo só do mercado, nada impede ou impedia que colocassem banda larga em todo o lugar então o que o governo está fazendo é uma ação competitiva também que é necessária ao modelo de privatização que houve.
Se você tirar todos os impostos do custo de banda larga hoje, você ainda tem um dos serviços mais caros do mundo. O argumento das operadoras é que são muito tributadas, podem até ser mas não é esse o problema. O problema é que eles tem um modelo de remuneração absurdo, eles querem controlar o tráfego da rede. É uma coisa muito absurda, um dos dirigentes dessas operadoras dizia “olha vocês não podem navegar no horário que vocês querem, vocês tem que navegar no horário que tem menos tráfego”. Ora, eu pago caro e ele ainda quer dizer que horário eu devo usar.
Se deixarem que as forças de mercado atuem livremente nós estamos perdidos, nós não vamos conseguir ter atendidas as necessidades informacionais da sociedade. É básico isso. E por isso que o plano é bem interessante apesar de que espero que ele melhore, que o governo reconheça a necessidade de preços mais baixos e banda mais alta.
A retomada da Telebrás é o ponto do plano que está sendo mais atacado.
Claro, porque as operadoras queriam receber o dinheiro, queriam tirar o imposto e manter praticamente os preços que elas praticam. Ou seja, o governo daria bilhões para elas fazerem no modelo absurdo, de desrespeito ao consumidor que elas vêm praticando.
Então seguindo a lógica de vários outros países extremamente modernos,como a Holanda, o governo montou uma empresa que vai articular a competição. Daí é obvio que as operadoras disseram “não, isso é incorreto”. Incorreto para o modelo de privatização que houve no Brasil que premiou essas empresas sem exigir padrão de qualidade e baixo preço.
A Telebrás será uma empresa de gerenciamento e de articulação. Tem vários pequenos provedores de conexão que ficam sufocados por essas grandes empresas. Com a Telebrás , eles poderão competir com as grandes. Isso é bom. A Telebrás poderá ajudar também as prefeituras que desejarem abrir o sinal, já que hoje as que fazem isso são altamente taxadas pelas operadoras. Então elas sufocam as possibilidades de uso coletivo, de um programa social e de direito humano à comunicação que é dar o sinal de rede gratuitamente.

Das grandes operadoras, quantas são que dominam o mercado nacionalmente?

Elas estão se fundindo, hoje talvez sejam quatro no máximo. É um mercado oligopolizado, ou seja, poucos ofertantes de serviço. Isso é um problema. E eles tem muito dinheiro.
O processo de convergência de digital, ou seja de tudo ir pras redes digitais, gera uma economia de rede mais forte. Ou seja as empresas vão se coligar, é uma tendência mundial. E o capital é concentrador, enquanto houver capitalismo vai ser concentrador. Só uma operadora em São Paulo fatura mais que todo setor de radiodifusão no Brasil, que deve ter faturado 18 bilhões. Só uma operadora fatura mais, ou seja, tem muito mais poder econômico.

Quais obstáculos estão postos para a implementação do Plano Nacional de Banda Larga?

A Dilma ganhando, eu acho que fica tudo bem mas se ela perder, o plano vai ser feito do jeito que as operadoras querem. E para eles é uma briga econômica. Tomara que dê certo mas vai ter que dar porque isso é estratégico. As empresas já estão percebendo isso. Vai ter que ter, não tem jeito.

O que significa a democratização do acesso à internet?

Como as pessoas se beneficiam disto?Eu acho, apesar de ser bastante controverso, que as pessoas ganharam mais poder comunicativo. A internet, por ser uma rede distribuída, dá mais condições das pessoas se comunicarem, muito mais que no período antes da internet. O telefone não permitia que eu mandasse uma informação que pudesse ser vista por milhares de pessoas, hoje você tem pontos na rede que tem capacidade de dialogar com muitas pessoas. Então ela aumentou o poder comunicativo, sem dúvida nenhuma.
Por outro lado, ela reduziu este mesmo poder de grandes grupos. A Globo é muito mais poderosa que um blogueiro, não tem cabimento achar que não. Mas ela começa a enfrentar movimentos e críticas, ela começa a enfrentar ondas na rede. Como foi o #dilmafactsbyfolha . A Folha atua como um partido politico, não só ela mas principalmente. Então ela faz combinações com as campanhas de José Serra e Geraldo Alckmin, ela coloca as manchetes de acordo com a campanha…E ela fez uma manchete completamente descabida e aí gerou um reação. Ninguém sabe exatamente com quem começou mas se você for ver foi de uma pessoa comum indignada e as pessoas acharam legal e começaram a falar, a tirar sarro da Folha. A manchete era “Dilma erra e dá prejuízo de 1 milhão para consumidor” e o pessoal começou a colocar toda a culpa do que acontecia na Dilma. Isso gerou uma desmoralização da Folha de S.Paulo e isso não tende a diminuir. Esta retirada de poder dos grupos é importante. Agora isso quer dizer que vai acabar a empresa jornalistica? Claro que não. Só que essas empresas, se elas forem querer atuar achando que tem o poder que tinha antes, elas vão de dar mal. Elas terão que conviver com a rede. Então acho q isso beneficia mto a nossa sociedade.
A mídia de massas era importante por um lado porque fiscalizava os governos mas quando ela queria atuar de modo classista contra interessantes populares e democráticos, ela atua com a maior tranquilidade. Então hoje você tem um jogo mais complexo. E eu acho isso extremamente positivo, teremos uma diversidade maior de atores. Isso é o que está acontecendo hoje.

Iniciativas tentam por a internet sob controle
por Juliana Sada

Publicamos hoje a continuação da entrevista com o sociólogo Sergio Amadeu. Nesta segunda parte um dos maiores especialistas em internet no Brasil aponta quais são as grandes ameaças à privacidade e liberdade na rede.

Quais são os obstáculos que estão postos e quais iniciativas de cerceamento da liberdade na internet?

Existem governos, como o da China, e grupos de pessoas ou políticos conservadores que querem transformar os protocolos, o controle que é dado tecnicamente na internet em controle político e cultural.
É difícil a gente falar isso: a rede amplia a liberdade de expressão, amplia a capacidade de interação entre as pessoas, ela é uma rede que permite a liberdade nesse sentido. Mas ela é uma rede também de controle. Ela é uma rede cibernética: de comunicação e controle.
Atualmente você pega um grupo como o Google que conseguiu atrair a atenção e interesse das pessoas, que passaram a entregar as suas informações voluntariamente, porque era legal usar o Gmail,o Youtube, o Orkut, as aplicações, o mecanismo de busca…É uma empresa que não obrigou ninguém a passar tanta informação para eles mas eles são um repositório de informações jamais alcançado por alguém história da humanidade.
Nunca tivemos uma situação onde pudéssemos falar tanto e nunca fomos tão controlados. É uma aparente contradição mas não é. A própria rede para ser dispersa, tem que ser extremamente controlada. Mas na hora que eu transformo esse controle tecnológico, que é tipico da cibernética, em controle cultural e começo a dizer que deve passar por determinados lugares, que tem que definir o comportamento político cultural das pessoas. Daí eu tenho algo extremamente grave. Então nós estamos com um grande problema hoje. E uma das grandes expressões desse problema de transformação do controle tecnológico em controle político se dá em torno da neutralidade da rede.

Você pode explicar o conceito de neutralidade da rede?

A internet ela pode ser entendida como uma rede lógica, uma rede de informações. Para usarmos a internet, utilizamos a infraestrutura de telecomunicações, ou seja, os controles do que a gente chama de camada física da rede. Essas operadoras de telecom querem controlar o fluxo de informações que passa por seus cabos.
A internet até hoje não funcionou assim porque uma camada era neutra em relação às outras. Daí o termo neutralidade da rede. Ou seja, até hoje não era permitida a discriminação dos pacotes, seja por origem, destino, conteúdo…
Agora essas operadoras dizem “não, nós estamos com um problema: as pessoas tão baixando vídeo e compete com um tráfego importante de dados. Os vídeos tem que pagar para andar na minha rede”. É como se fossem pedágios virtuais nesse sentido. E elas querem assim: se o blog do Sergio Amadeu não tiver acordo com uma operadora americana, não vão abrir o blog com a mesma velocidade do MSN, que tem um acordo.
Então nos vamos implantar estradas pedagiadas, vamos implantar as regras de mercado dentro do ciberespaço. O ciberespaço sempre permitiu ação do mercado mas ele não é o mercado, ele é o espaço comum, onde todos eram tratados de maneira equânime. E as operadoras com essa tentativa de restrição, estão interferindo diretamente no meu interesse, na minha liberdade de me comunicar.
Isso coloca em risco a criatividade da rede. Se eu criar uma nova aplicação, o que vai acontecer? Uma operadora pode dizer “não sei o que é isso, não vou deixar passar”. O Twitter poderia não existir, o Youtube…Pois todo mundo que quiser criar algo vai ter que ser sócio deles, senão não vai poder caminhar nas redes. Isso é uma aberração.
Defender a neutralidade na rede, é defender a liberdade de expressão, de criação, de invenção. E é uma das coisas mais importantes no mundo da internet hoje.

Que iniciativas existem nesse sentido?

Nos EUA, a Justiça deu ganho de causa à empresa Conquest que alegava poder privilegiar determinados pacotes de informação em detrimento a outros em sua rede. E a FCC, a Anatel deles, está contra essa decisão e tem ações legais no parlamento americano para aprovar projetos que garantam a neutralidade na rede, contra a descriminação dos pacotes.
No Brasil colocamos no Marco Civil da Internet que um dos princípios da internet no Brasil é a neutralidade na rede. Isso colocaria, ao menos no nosso território, uma situação difícil para operadoras que começassem a interferir nos pacotes. É um movimento no qual a gente tenta aprovar leis em todos os países importantes do mundo pra garantir a neutralidade da rede.
Porque isso não depende de cada país já que o acesso não tem fronteiras, certo?
Essa questão é bem interessante. O que a gente quer fazer em cada país é garantir que a internet continue livre e não fazer uma lei para dizer “meu país é diferente”. Então é um espírito de uma parte da opinião pública mundial que luta por isso. Olha que interessante: a internet é transnacional mas se os EUA aplicarem o processo de quebrar a neutralidade, eles vão impor essa lógica no mundo inteiro pois é la que estão os maiores provedores de conteúdo e as principais redes sociais.
Então, na verdade, temos que lutar com leis contra o poder de oligopólio desse controladores das redes físicas. A rede física é que controla os cabos, satélites, cabos submarinos…Esses caras são oligopólios no mundo, é mais fácil a gente convencer o governo americano a fazer algo do que a convencermos uma operadora dessa. Porque eu não posso eleger-los, eu não posso controlar-los. Eles não se guiam por preceitos democráticos, é a ditadura do capital. Então é muito grave, daí estranhamente para defender a liberdade transnacional, a gente recorre às leis nacionais. Dizendo “neste pedaço da terra, o fluxo é livre, naquele também, naquele também” e se esses países forem os mais importantes, a gente venceu a batalha.
E qual o interesse das operadoras em fazer isso? Tem a ver com o interesse da indústria fonográfica em barrar o download de músicas, por exemplo?
O interesse maior é eles ganharem mais dinheiro, é cobrar. E aí tem a indústria do copyright, que pensa “bom, se eles puderem controlar a rede, eu faço um acordo com eles pra não passar protocolo bitorrent pela rede deles e aí eu acabo com a pirataria”. É ilusão dos caras isso. Mas o principal interesse das operadores é aumentar seu controle, eles pegam o controle técnico que tem – os computadores sabem que pacotes estão passando – e aí eles ganham mais dinheiro.
E para ganhar mais dinheiro eles destroem a liberdade de expressão, de criação. Eles passam a ter um controle grande porque se eu inventar a Web 3D, vou ter fazer um acordo com ele porque senão eles podem barrar meu conteúdo. Vamos ter cercas digitais e eles só abrem a porteira mediante pagamento ou acordo. Isso é um controle gigantesco sobre a criatividade.
No mundo, as operadoras estão se concentrando – vão ser de 10 a 12 grandes operadoras, que tem mais poder que Estados. E é um poder sobre a comunicação e então a gente tem que superar essa nossa dependência desse tipo de companhia – não sei ainda qual seria a solução mas a situação atual é grave. Essas empresas são estratégicas do ponto de vista do direito a comunicação hoje e elas tem que ter o controle social.

Quem são as grandes empresas de telecom?
Quem são esses grupos que controlam o mercado?Tem algumas empresas grandes dos EUA, a AT&T, Conquest, Verizon…Alguns grupos europeus como a Telefônica, a Vodafone e algumas alemãs. Tem duas grande chinesas, muito grandes. Mas o que está acontecendo é que essas empresas estão se coligando, então o grande perigo é essa enorme concentração. É um setor estratégico, eles tem toda a infra-estrutura da rede. Por exemplo, como é que a China faz: eles não deixam que alguns IPs sejam lidos o fluxo de alta velocidade vem e ao entrar na China, tem um computador que filtra. É o chamado grande firewall chinês, a grande barreira.
É possível haver uma regulação a nível mundial?
Alguma instância de decisão?Não, acima dos Estados Nacionais tem acordos. Seria uma boa ideia a gente tentar fazer um acordo em defesa da liberdade na internet mas é muito difícil. No momento nós temos que ganhar a opinião pública em cada país. Porque aí as sociedades em cada local brigam. Na Espanha tem uma briga forte em defesa da neutralidade da rede. Na França infelizmente a gente perdeu para o Sarkozy, que criou lei absurdas. Mas a gente tem um movimento mundial.

Você pode explicar sobre a lei aprovada na França e que foi debatida no parlamento de vários países europeus?
A grande iniciativa hoje é chamada “three strikes”, são as três batidas. Eles identificam que você está baixando, por exemplo, um arquivo de música. Então ele violam a sua privacidade para ver que tipo de arquivo você está baixando. Se for um arquivo protegido pelo copyright, ou melhor dizendo cerceado pelo copyright, eles te mandam um aviso “você está violando a lei” – é a primeira batida. Se você continuar, eles te mandam um segundo aviso e na terceira vez eles cortam a sua conexão, em geral por um ano.
Qual o problema disso? Pense na minha casa que tem três pessoas usando a internet, só eu baixei a música. Na hora que me desconectam, são prejudicadas outras pessoas que não tem nada a ver com isso. Quer dizer, é uma lei inexequível. Tanto é que na França ela foi aprovada há mais de um ano mas não foi aplicada.
A grande questão em relação ao IP [Internet Protocol, número de identificação de um computador na rede] é a seguinte: para você navegar na internet você tem que ter um número de IP, então é muito fácil identificar o IP, a máquina e a região em que está. O grande problema é você individualizar o IP, ou seja, vincular um IP a uma identidade civil. Daí toda aquela navegação, tudo o que aquele IP fez pode ser rastreado por outros e não só autoridades. Basta que eu sabia que o IP x é do Sergio Amadeu. Eu acabo seguindo o rastro digital. Então é uma coisa bem complicada do ponto de vista da privacidade.

domingo, 14 de novembro de 2010

Como cultivar a exclusão social em SP

Mais um grande achado no Blog do Miro !

Quando o passo o domingo navegando me dá uma vontade de postar vários textos aqui no blog, mas para não superlotar e tornar cansativa as leituras por aqui acabo enviando alguns por e-mail e outros indico via twitter ou orkut... Pois bem. Mas sempre tem aquele texto que mexe contigo e na hora dá vontade de compartilhar no Ideia Nossa, sabe como é?

Quem me conhece e anda ou pedala comigo sabe o quanto reclamo da nossa anti-cidade e desumana São Paulo. Eu amo SP e por amar SP que a critico tanto e quero tanto seu bem!

Não quero antecipar o que o Sakamoto conseguiu redigir em seu manual, então fico por aqui, mas fica a minha perplexa indignação e um pedido para que os leitores que estejam perambulando por aqui reflitam bastante após sua leitura.

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

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Como cultivar a exclusão social em SP

Reproduzo artigo de Leonardo Sakamoto, publicado em seu blog:

Daqui a uma geração, quando estudarem a arquitetura de nossa época, além dos prédios em forma de melancia e dos espigões de aço e vidro azul, outra coisa, menos bonita por certo, chamará a atenção. Temos gasto muito tempo e inventividade para criar formas de excluir do convívio da cidade aqueles para os quais nunca abrimos as portas dos direitos econômicos – e isso não passará despercebido.

Reuni alguns desses métodos informais em forma de manual. Apesar de não estarem publicados e não seguirem padrões da ABNT, existem e fazem vítimas diariamente, ainda mais em noites frias e chuvosas como essas pelas quais estamos passando. Registrar isso serve para lembrar o quanto somos ridículos e ajudar o pessoal que vai nos julgar amanhã. Espero que não tenham dó ou piedade.

1) Áreas cobertas em viadutos, pontes, túneis ou quaisquer locais públicos que possam receber casas imaginárias do povo de rua devem ser preenchidas com concreto. A face superior não deve ficar paralela à rua, mas com inclinação suficiente para que um corpo sem-teto nela estendido e prostrado de cansaço e sono role feito um pacote de carne velha até o chão.

1.1) Outra opção, caso seja impossível uma inclinação acentuada, é o uso de floreiras, cacos de vidro ou lanças de metal. É menos discreto, mas tem o mesmo resultado.

2) Prédios novos devem ser construídos sem marquises para impossibilitar o acúmulo de sem-teto em noites chuvosas.

2.1) Caso seja impossível por determinações estéticas do arquiteto, a alternativa é murar o edifício ou cercá-lo. A colocação de seguranças armados é outra possibilidade, caso haja recursos para tanto.

2.2) Em caso de prédios mais antigos, uma saída encontrada por um edifício na região central de São Paulo e que pode ser tomada como modelo é a colocação de uma mangueira furada no teto, emulando a função de sprinklers. Acionada de tempos em tempos, expulsa desocupados e usuários de drogas. Além disso, como deixa o chão da calçada constatemente molhado, espanta também possíveis moradores de rua que queiram tirar uma soneca por lá.

3) Bancos de praça devem receber estruturas que os separem em três assentos independentes. Apesar disso impossibilitar a vida de casais apaixonados ou de reencontros de amigos distantes, fará com que sem-teto não durmam nesses aparelhos públicos.

4) Em regiões com alta incidência de seres indesejáveis, recomenda-se o avanço de grades e muros para além do limite registrado na prefeitura, diminuindo ao máximo o tamanho da calçada. Como é uma questão de segurança, o fiscal pode “se fazer entender” da importância de manter a estrutura como está.

5) Cloro deve ser lançado nos locais de permanência de sem-teto, principalmente nas noites frias, para garantir que eles não façam suas necessidades básicas no local. Caso não seja suficiente, talvez seja necessária a utilização de produtos químicos mais fortes vendidos em lojas do ramo, como vem fazendo algumas lojas no Centro da cidade. A sugestão é o uso de um aspersor conforme o item 2.2, mas instalado no chão.

Já que não se encontra solução para um problema, encobre-se. É mais fácil que implantar políticas de moradia eficazes – como uma reforma urbana que pegue as centenas de milhares de imóveis fechados para especulação e destine a quem não tem nada. Ou repensar a política pública para usuários de drogas, hoje baseada em um tripé de punição, preconceito e exclusão e, portanto, ineficaz.

Muitos vêem os dependentes químicos como lixo da sociedade e estorvo ao invés de entender que lá há um problema de saúde pública. As obras que estão revitalizando (sic) a região chamada de Cracolândia, têm expulsado os moradores da região – para outros locais, como a Barra Funda e Santa Cecília. Contanto que fiquem longe dos concertos da Sala São Paulo, do acervo do Museu da Língua Portuguesa e das exposições Estação Pinacoteca uó-te-mo.

Melhor tirar da vista do que aceitar que, se há pessoas que querem viver no espaço público por algum motivo, elas têm direito a isso. A cidade também é deles, por mais que doa ao senso estético ou moral de alguém. Ou crie pânico para quem acha que isso é uma afronta à segurança pública e aos bons costumes. Em vez disso, são enxotados ou mortos a pauladas (sem que ninguém nunca seja punido por isso) para limpar a urbe para os cidadãos de bem.

PS: Recado à turma que entalou um “tá com dó leva para casa” na garganta: cresçam.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

26/11 - Sexta-Feira Mundial Sem Pele

Mais uma dica do Xuxu. A próxima espero que ele mesmo venha postar ;)

Fica uma imagem para reflexão e um convite.

Abraços, ótimo feriado à todos!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com/

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"Nem todos evoluíram."


26/11 - Sexta-Feira Mundial Sem Pele

No próximo dia 26 acontece em todo o mundo a terceira edição da Sexta Feira Mundial Sem Pele [Worldwide Fur Free Friday] - um dos protestos de ação global de maior relevância na luta pelos direitos animais. No último ano foram realizados protestos em mais de 120 localidades ao redor do mundo pedindo o fim do cruel comércio de peles de animais.
A data foi criada pela International Anti-Fur Coalition (Coalizão Internacional Anti-Pele) em parceria com o movimento Fur-Free Friday (Sexta-feira sem pele), que é muito popular nos Estados Unidos e acontece logo após o Dia de Ação de Graças (25).
Estilistas que insistem no uso de pele animal em suas coleções são alvos de críticas dos manifestantes.
Junte-se a nós!
O objetivo é informar a população sobre o que se esconde por trás da indústria da pele. Milhões de animais continuam sendo mortos em nome da moda. Muitos são esfolados ainda vivos, incluindo cães e gatos, tudo em nome da vaidade e do consumo sem medidas, seja para um casaco, um brinquedo ou um enfeite qualquer.
Participe da Sexta-Feira Mundial Sem Pele!Você pode fazer a diferença neste movimento contra o sofrimento dos animais!

São Paulo, Av. Paulista em frente ao Masp
Dia 26 de novembro a partir das 11h.

Realização: Holocausto Animal http://holocaustoanimalbrazil.blogspot.com/
Idealização: http://www.antifurcoalition.org/

Fonte: Holocausto Animal e Lobo Repórter

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Quando nos falta inspiração, podemos apelar para a piração!
Ou até para a Arqueologia. Foi o que fiz e deu nisso: Um resgate histórico dinossáurico.
Divirtam-se! Se tiverem coragem...
Música que recomendo : A Guitarra É Uma Mulher.

ERASMO CARLOS - ROCK'N'ROLL

Por Rita Lee
Rock não é coisa para maricas. Erasmo está aí que não me deixa mentir. Ao ouvir esse último trabalho imagino o “gentle giant” cantando no palco vestido de couro preto da cabeça aos pés enquanto marca o beat da música com a mão na coxa. Desde Marlon Brando e James Dean sou chegada num bad boy. Erasmo era o bad boy da Jovem Guarda, o que para mim significa ser ele o verdadeiro pai do rock brasileiro. E no meio dos trocentos clones que poluem as atuais paradas de sucesso com suas mesmices, eis que nosso Tiranossaurus Rex abre alas só com inéditas.

As músicas são a simplicidade com trombetas. As letras o pretinho básico com diamantes. O backing vocal um coral de anjos infernais. Os instrumentos e os arranjos são pérolas do bom gosto (rola até um Farfisa e um Hammond no meio de modernidades sonoras). E toda essa farra pilotada pela produção de Merlin Liminha. Graças aos deuses Erasmo é Erasmo, uma sacação genial se dizer cover de si mesmo no meio dos Elvis, Robertos, Rauls e Beatles, seus roqueiros porretas.
Você vai ouvir um macho apaixonado pelas fêmeas do planeta sem o menor pudor. Entre mulheres melancias, samambaias, melões e jacas, só Erasmo para proclamar aos quatro ventos que a mulher é uma guitarra.E rola de tudo no salão. Melodias lacrimejantes, harmonias delicadas, rocks gaiatos, baladas românticas, declarações rasgadas, deboches safados, conselhos para dor de cotovelo, guitarras sutis, baixos esquisitões, enfim: Erasmo Rock'n'Roll Carlos me deu uma baita inveja da leveza com que ele conduz seu barquinho por entre as tempestades e calmarias da vida. Erasmo, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!o

Por Jamari França
A Guitarra É Uma Mulher (Erasmo e Chico Amaral) - Erasmo adorou esta letra de Chico Amaral, a junção de imagens poéticas sobre a guitarra e a mulher, o instrumento e a musa inspiradora: "Muitos irão tocar as cordas da beleza/ E com certeza a mesma fome de amor/ Tantos virão que nem você num breve instante/ E deixarão uma canção nascer/ Pra que tudo seja uma ilusão." A levada tem guitarras em diversos timbres, cama de órgão e uma batida marcada bem ao estilo do rock sulista americano à brasileira, claro.Os solos são de Billy Brandão.

http://www.coqueiroverderecords.com/erasmocarlos/erasmocarlos.htm

É isso, aumenta que isso aí é rock'n'roll, um disco para se ouvir em alto e bom som do verdadeiro rei do Rock do Brasil.

PS.: Outro poeta cantou: "pro dia nascer feliz..." Que seja!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sapos não precisam mais ser dissecados!

Infelizmente minha sala dissecou feto de porco e olho de vaca (eca)! Sorte que meu professor de biologia me deixou ir pra biblioteca e fazer um trabalho alternativo... mas foi horrível por que outros professores só te deixavam sair da sala por motivo religioso, com assinatura dos pais, aluno e líder religioso (padre, pastor, etc). Agora com o LEGO, espero que as escolas comecem a adotar esse metodo.


Sapo de LEGO é dissecado para concurso

'Experiência' é bem mais interessante e ambientalmente correta!

Por Nátaly Dauer

Chega de aulas de laboratório crueis, onde alunos abrem o corpinho de animais inocentes, mesmo que em nome da ciência. Para quê tudo isso em um mundo onde existe LEGO?

As pecinhas plásticas do brinquedo já foram utilizadas na construção de veículos diversos, prédios, robôs e muito mais, mas dessa vez, serviram para a recriação perfeita de um sapo dissecado. O bichinho está muito bem representado e nenhum outro tipo de material foi usado no trabalho.

A melhor parte é poder ver por dentro de um sapo sem ter que usar um animal de verdade nada correto e um tanto desagradável. E os criadores foram caprichosos: até a mesa e os instrumentos cirúrgicos são feitos de LEGO , aponta o site Geeky Gadgets .

A obra foi feita por Dave Kaleta especialmente para as a categoria 'LEGO Anatomy' das olimpíadas do site MOC Pages , especializado em criações com LEGO , uma competição que envolve meteoros, navessteampunks, autorretratos e muito mais.



http://br.tecnologia.yahoo.com/article/05112010/7/tecnologia-sapo-lego-dissecado-concurso.html

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Orgulho de Ser Nordestino

O dia que era para ser lembrado com festividade e muita comemoração acabou sendo marcado pelo preconceito explícito de parte do povo brasileiro.

O dia que o preconceito tomou conta do twitter revela que a vitória da primeira mulher presidente do Brasil e que representa a continuidade de um governo satisfatório trouxe o preconceito da elite aos olhos de toda a web, de toda a nação.

E a punição? Considero lamentável atitudes como esta, e ainda me indago como pessoas podem pensar dessa forma nos dias atuais. Espero que todos os envolvidos sejam devidamente punidos.

Recebi via twitter do Brasil e Desenvolvimento o seguinte texto e resolvi tirar o atraso do blog para poder compartilhar com vocês.

Boa leitura!

PS-I: Dica de leitura para quem acha que a Dilma só ganhou por causa do Nordeste: O PIG e o peso do Nordeste.
PS-II: Vale lembrar que em convenção dos autores foi definido apartidarismo do blog, o que não impede que seus autores expressem suas ideias. Aqui você pode encontrar textos que criticam o Serra, tal qual charges que criticam o Lula.

@alvarodiogo "Racismo = Sexismo = Especismo. Não faça parte dessa trupe!"
http://www.ideianossa.blogspot.com

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ORGULHO DE SER NORDESTINO
Por Osvaldo de Castro

“… é muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos”. Ariano Suassuna
Expressão “orgulho de ser nordestino” surgiu como reação a mensagens discriminatórias e xenófobas postadas na internet por ensejo da eleição de Dilma, para presidente do Brasil. Antes de analisar a questão em si, faz-se necessário, desde logo, destacar que, mesmo sem os eleitores do Norte e do Nordeste, Dilma venceria Serra http://is.gd/gAyRp.
Alguns insistem que, ao se defender o “orgulho de ser nordestino”, cai-se na bobagem sectarista ou fomenta-se o discurso segregante. Afinal, “somos todos brasileiros”. Desse modo, melhor seria deixar essa segregação para lá e se fixar apenas no “orgulho de ser brasileiro”.
Orgulho de ser brasileiro não afasta o orgulho de ser nordestino. Reforçar o orgulho de ser nordestino impõe-se como analética da alteridade. Analética é a junção do grego aná, quer dizer, mais além, mais alto e logos, palavra. Portanto, analética significa a palavra que vem do outro, além do fundamento e daquele que não consegue ser cidadão em sua polis de existência. Dessa forma, a analética da alteridade “indica a razão que vem do outro negado, desconsiderado pelo processo de exclusão social e econômico, cuja tese fundamental alicerça a violência injusta destruidora da condição cidadã; a ordem dos deveres que o sistema impõe sem possibilidade de exercício dos direitos em contrapartida” (Dallabrida, 2003).
Frisar o orgulho de ser nordestino é reagir ao argumento que não aceita a exterioridade (negador do outro). Trata-se, desse modo, da tentativa de engendrar discurso a partir da libertação do outro, da afirmação da alteridade negada na totalidade.
Há na perspectiva discriminatória nítida tentativa de apresentar o outro como alteridade, destacando-o como estranho, diferente, distinto. O nordestino não pode aceitar calado ou se esconder atrás do discurso cordial, quando se apresenta em curso processo marginalizador a situá-lo fora da nacionalidade.
Os ofendidos precisam reagir. A partir da reação dos ofendidos torna-se possível inverter certa “lógica” discursiva de caráter hegemônico e exclusivista. A resistência do alijado não pode ser considerada mero discurso contrário ou birra de bobinhos que se sentem vitimizados, mas testemunho desopressor.
Sinto enorme orgulho de ser nordestino. Esse orgulho de ser nordestino não pode ser entendido como contrariedade ao orgulho de ser brasileiro, vez que sinto imenso orgulho de ser brasileiro. Pelo contrário, ele se afigura como afirmação da brasilidade nordestina que o discriminador pretende rejeitar.
O discurso segregante quer negar a brasilidade ao nordestino e o nordestino jamais sentirá orgulho de ser brasileiro, caso não sinta orgulho de ser nordestino (que é, nada mais nada menos, do que a asserção de que o brasileiro só o é enquanto o é nordestino também). O orgulho de ser brasileiro, pressupõe o orgulho de ser nordestino.
O orgulho de ser nordestino não tem o propósito de nos incluir na brasilidade, mas de revigorar nossa inclusão na brasilidade que os segregadores almejam nos negar. O discurso discriminatório quer que sintamos vergonha de nos afirmamos nordestinos, quer nos impor a ideia de que os nordestinos são diferentes dos brasileiros, numa ilação destituída de qualquer razoabilidade, salvo da razão hegemônica que se arroga, antes de tudo, o poder da distinção.
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