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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sustentabilidade e Reforma Agrária no SWU

Semana passada ocorreu em Itu o SWU, evento que prega a sustentabilidade, apesar de alguns ciclistas terem dificuldades em entrar no evento com um modal realmente sustentável. O que me faz crer que o evento foi apenas mais uma ferramenta publicitária ecocapitalista, onde parecer sustentável é muito mais lucrativo do que realmente ser sustentável.

Mas vim aqui registrar dois textos que recebi do nosso camarada Xuxu, que inclusive esteve no show. O texto foi retirado do site do MST e fala das manifestações do Rage Against the Machine e do Teatro Mágico à favor da real sustentabilidade e da reforma agrária.

Outros textos interessantes para leitura sobre o evento está no final do post.

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com/

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Rage Against the Machine dedica música ao MST em show em São Paulo

O Rage Against the Machine fez uma apresentação no Festival SWU, em Itu, na noite deste sábado. Zack de la Rocha, vocalista da banda, dedicou a música "People of the sun" ao MST.

Ele disse o seguinte: "Esse som vai para os irmãos e irmãs do MST: People of the sun".

Durante a música "Wake Up", o guitarrista Tom Morello vestiu o boné do MST.

Misteriosamente, a TV Globo cortou a transmissão que fazia ao vivo da apresentação.

Durante encontro com militantes do MST, Zack de la Rocha afirmou que vai doar parte do cachê da banda ao movimento. "O MST tem uma experiência muito importante de solidariedade humana e na criação de espaços fora do modelo capitalista, e é muito importante para muitos de nós que, nos EUA, estamos lutando pelas mesmas coisas. Eu acho que MST já criou um exemplo maravilhoso de luta por justiça social e econômica, é um grande exemplo para nós", declarou.

O Rage Against the Machine é uma banda de rock norte-americana, uma das mais influentes e polêmicas da década de 1990. Uma forte característica é a mescla de hip-hop, rock, funk, punk e heavy-metal, com letras enérgicas e politizadas. Junto com a música de protesto, demonstraram a luta pela causa política, contra a censura, a favor da liberdade e em defesa dos mais pobres. O som do grupo é bastante diferenciado, devido ao estilo rítmico e vocal de Zack de la Rocha e as técnicas únicas de Tom Morello na guitarra.

"Não se fala em sustentabilidade sem Reforma Agrária"


"Não se fala em sustentabilidade sem se falar em reforma agrária, sem se falar em agricultura familiar. Fica uma coisa meio... assistencialista", cutucou, à luz do dia, Fernando Anitelli, o líder do grupo paulista O Teatro Mágico.

Por baixo dos trajes de palhaço circense, ele usava uma camisteta vermelha do Movimento dos Sem-Terra (MST), que deixou bem à mostra no final do show.

O MST é bandeira antiga e constante do grupo paulista (de Osasco) que se notabilizou por misturar no palco música e artes circenses - e por conquistar uma legião assombrosa de fãs apoiado em circuito exclusivamente independente.

O SWU parecia concluir um ciclo na existência do grupo. "Com vocês... Vocês!", repetia Fernando, num bordão bem TM, dando finalmente tradução brasileira para o termo "Starts with U" que batiza este festival do capitalismo sustentável.

Apoiado em bordões que por vezes resvalam no clichê, o grupo enfrenta, desde sua criação no final de 2003, certa resistência (quando não desdém ou franca antipatia) por parte da mídia e da crítica musical mais comercial.

Talvez isso se deva ao uso, por parte da trupe, de um conjunto de motes comumente considerados anacrônicos e ultrapassados naqueles mesmos circuitos. O TM transborda de signos circenses, ciganos, poéticos, indígenas, afrobrasileiros, de teatro de rua, de Commedia dell'Arte - a temida bandeira do MST se incluiria, certamente, na lista.

Para desconsolo de quem prefira ignorar a força do Teatro Mágico, tais símbolos se ajustaram surpreendentemente ao espírito pretendido pelo SWU.

Quem olhasse ao redor enquanto soavam os violinos e sanfonas do TM veria por toda parte estilizações mais ou menos luxuosas de símbolos circenses/ciganos/mambembes/sem-terra/sem-teto: acampamentos (ainda que luxuosos), barracas, trailers, gruas e parafernália televisiva, tendas para shows e debates, assentos feitos de pneus usados, blocos de latas e papeis recolhidos por catadores, casas na árvore, telhados de folhas...

Na "vida real", a rica fazenda que sedia o festival talvez não aceitasse bem a proposta de reforma agrária e agricultura familiar levantada diante de um imenso descampado por Fernando Anitelli.

Não há muito embate acontecendo por aqui, exceto por raras exceções - certa atmosfera de eco-assistencialismo selvagem talvez explique, por exemplo, as ameaças do "povão" hippie-de-butique de derrubar os gradeados da área dita "vip" dos palcos principais (onde, não à toa, se posiciona a mídia).

Em tempo: para incômodo de críticos liberais, ecocapitalistas & outros bichos-grilos do século XXI, O Teatro Mágico foi recebido de modo consagrador pelo público que os ciceroneou à luz do dia ("com vocês, vocês!").

Diante de tal reação (e do impacto que o TM causa por onde passa), talvez caibam duas perguntas. Por que essa trupe mambembe agrada tanto? Seriam mesmo anacrônicos e ultrapassados os malabaristas, os acrobatas, os cuspidores de fogo e os poetas populares do Teatro Mágico?

Outras leituras:
300 - Dont Drink the Water
ANDA - Festival SWU estressou milhares de peixes em lagos junto aos palcos
EKOMALUKO - 6 dicas de como ser sustentável no próximo SWU

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