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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Veteranos do Vietnã: Entrevista

Yey! Soltem os fogos de artifício! Eu finalmente editei a entrevista com os veteranos da guerra do Vietnã! Sorry, num deu pra perguntar muita coisa... a gente só teve uma aula de 50 min... sendo que os primeiros 5 min e os últimos 5 min de aula são sempre bagunça... 10 min perdido =/
Segue a apresentação seguida pela entervista.

Graham R - Foi pra guerra porque quis. Alabama, onde ele morava, não tinha muito emprego. Ele teria que trabalhar na fazenda ou conseguir um emprego para o governo. Ele achou que seria inteligente conseguir uma carreira na aeronautica construindo aviões, tirando proveito da grande demanda devido a guerra. O que ele nao sabia era que de aviões, ele teria que mudar para helicópteros... e além de construí-los, eventualmente pilotaria-os (guerra do Vietnã era conhecida como a guerra dos mosquitos voadores) e bombardear cidades inteiras. "Parei de confiar nas pessoas, nos meus superiores, amigos, familia, país, governo... a única pessoa que podia confiar la era naquele que estava a minha direita e o que esta na minha esquerda." Além do vietna, fui mandado pra Laos, Cambodia, Turquia, Tailandia...
John (meldels, que horror... esqueci o nome do outro! virou John =x) - Fui recrutado... mas se quisesse recusar, eu poderia. Ia começar a faculdade em poucos meses, era só levar minha carta de aceitação. Mas tinha aquela coisa em casa. Meu irmao era soldado, meu pai esteve na 2a guerra, meu avo na 1a... não podia ser diferente comigo. Também fiquei na aeronautica, manutenção de aviões de carga. Não vi nada da guerra do lugar onde estava, era a base mais segura do Vietnã todo. Depois do Vietnã, fui pra Alemanha, onde morei por 3 anos e me juntei aos protestos anti-guerra, o que era muito arriscado pra mim. Aqui fora, você tem o direito de liberdade de expressão, todo cidadão tem (supostamente). Mas se você era do exército, marinha, aeronautica... com sorte você vai preso.

P: Sabendo o que voce sabe agora sobre a guerra, seus verdadeiros motivos... oq vc teria feito diferente?
G - Não teria entrado, definitivamente. Eu tinha apenas 18 anos, ninguém sabia do que era a guerra... a única coisa que nos disseram foi 'Uma guerra para a liberdade'
J - Eu também não teria entrado, óbvio, mas também avisaria as pessoas dos motivos da guerra, protestar. As pessoas só protestaram a guerra muito depois do nosso envolvimento no Vietna, que é muito mais antigo do que todo mundo imaginava... o Pentagon Papers* que o diga! Afinal, 7000 páginas! (que eu recomendo muitíssimo)

P: Qual foi o momento que você mais teve medo la no Vietnã?
G: Bom, eu não tive um 'momento', porque como eu falei, eu pilotava os helicopteros que jogavam bombas. Meu medo era de que o co-piloto se enganasse em algum calculo e nós caíssemos "nas mãos do inimigo".
J: Ele não teve um momento, mas eu tive. Houve uma falha num avião de carga com a gente dentro! Cena bem de filme, o avião começou a cair em altíssima velocidade... e a carga começou a escorregar! Quando eu vejo as caixas, que racharam de um modo inexplicavel, cheias de facas vindo na nossa direção, disse 'cuidado, olha as facas!' e o meu superior fala 'eu me preocuparia mais com as caixas da esquerda', cujas diziam 'CUIDADO: TNT'. Preciso falar que deu medo?

P: E quando vocês voltaram, como as pessoas trataram vocês? Houve alguem que ficou com raiva, manifestantes talvez?
G: Até que não. Fui recebido com muita festa pela minha família, todos tentaram me tratar como se nada tivesse acontecido, o que é impossível. Você não pode negar o fato de que fez parte daquela coisa horrível que foi a guerra. Manifestantes sabiam que nós também fomos enganados, que o 'chefão' era outro, poucos tentaram me agredir.
J: como ja disse, depois da guerra eu fui pra Alemanha, onde me casei, fiquei la por 3 anos protestando a guerra... me divorciei e voltei pra cá. Como tanto tempo ja tinha passado, não tive nenhum maltrato. A não ser da minha mãe, que reclamou do meu pequeno atraso (risos)

P: Muitos veteranos ficaram sem apoio algum do governo, sendo que lhes é prometido faculdade e plano de saúde. Vocês receberam esses benefícios?
G: Eu tive seis meses pra usar meu plano de saúde, consegui uns 10 dentes de ouro. Me formei na faculdade, fiz mecânica... e acabei conhecendo muitos veteranos lá, da mesma área que eu... mas engraçado que no começo, ninguém admitiu participação alguma na guerra. Com o tempo você vai provando o contrário; uma pessoa comum nunca viu um helicóptero/avião do jeito que nós vimos. Depois de muito tempo, quase no final do curso, os mais chegados reconheciam participação... agora falar do assunto, nunca.
J: O plano de saúde também tive seis meses, mas eu não aproveitei tanto. Não tinha o que ver no médico, ja que não estava 'in the field', fiz apenas uns exames gerais. Agora faculdade eu fui por apenas 3 meses, reprovei em quase tudo. Não tinha a menor dedicação... e não aconselho, viu? O Mr. Nam vai ficar bravo comigo se vocês pararem de se dedicar à aula depois da minha visita.

G: Agora eu quero que fique muito claro pra vocês. Nós não estamos aqui pra contar a nossa história porque não temos mais o que fazer. Tem um motivo. Infelizmente, nosso país sempre está involvido em guerras... muitas vezes provocadas por nós mesmos, ou melhor, nós não. Nosso governo. Se um governo está disposto a pagar sua universidade (que pra quem não sabe, é um absurdo aqui nos EUA... +/-250.000 doláres por ano letivo uma universidade meia-boca), plano de saúde, emprego sempre que você precisar... pra você invadir um país alheio e acabar com tudo que tem vida? Vale a pena? É esse o American way de resolver os problemas? É assim que nós serviremos de exemplo pro mundo inteiro, já que somos uma "grande potência"? Nós fazemos palestras pelo país inteiro, não pra choramingar a nossa experiência, mas pra que vocês aprendam com isso. Aprendam a questionar seu governo, ações, economia, miséria, mundo! Façam todas as perguntas possíveis e imagináveis antes de aceitar uma coisa tão terrível quanto a que nós aceitamos cegamente. Violência é desnecessária. Não tem um só momento na história do mundo onde uma guerra foi necessária, todas puderam ser evitadas... todas! A única forma que eu acho que talvez valha a pena, é se seu país for atacado injustamente, coisa que não se encaixa na situação dos Estados Unidos. Mais soldados morreram após voltarem pra casa do que os que morreram em combate... e não só por causa da quantidade absurda de drogas que eles tinham em seus organismos ou machucados graves. Mas porque eles ficaram loucos com as lembranças da guerra... e cometeram suicídio! Agora com toda a tecnologia que possuímos, o tanto de informação... vocês não tem como usar a desculpa "mas eu não sabia que...". Sempre que uma oportunidade for "boa demais", questione. Perguntar é o que nos faz diferentes de um rebanho de ovelhas.

3 comentários:

Maguita* disse...

Pentagon Papers: alguém já estudou sobre isso... ou eu terei o prazer de escrever um post gigantesco a respeito desse mega-escandalo? *-* (nada de pesquisar agora! >< Fechem o wiki A-GO-RA! Ò_Ó)

Álvaro Diogo disse...

meu que demais!
Adorei *.*
Vou espalhar a reportagem que a enviada do IN nos EUA conseguiu, e ainda casa com o recente post sobre paz e não-violência! Muito bom msm, parabéns!!

Curioso pra saber sobre o Pentagon Papers? Posso dar uma olhadinha no wiki?
ehaiuehaiuea

bjão!!!
vlw pelo post o/

Maguita* disse...

não pode! não deixo! Ò____Ó
eu vou escrever hoje mesmo... já tenho o esboço, só falta passar a limpo
bjooos

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