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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

‘Para mim e para uma geração inteira, a internet é a possibilidade de existir no mercado’, diz O Teatro Mágico

Olá à todos!

Recebi esse texto maravilhoso via @oteatromágico sobre internet e pirataria do ponto de vista do próprio Teatro Mágico.
Há tempos discutimos sobre o assunto e já que a maioria aqui são fanáticos por download resolvi postá-lo.
Queria aproveitar a oportunidade e convidá-los para a reunião do Partido Pirata, que aliás defende a bandeira da democratização da cultura como também o acesso à informação, o compartilhamento do conhecimento, a inclusão digital, a transparência na gestão pública e o direito à privacidade. Para saber mais acesse o site do Partido Pirata do Brasil.

Data: Dom, 18/10/2009 - 15:00
Local: Centro Cultural São Paulo
Endereço: Estação Vergueiro do Metrô, São Paulo, SP.
Ponto de encontro: em frente à lanchonete do CCSP.
Compareça!


Já que há um tempo que ouvi falar dos piratas, andei acompanhando pela net e agora resolvi conhecer de perto, quem se interessar é só dar um toque. Estou planejando ir de bike.

Ah! Boa leitura à todos!


Álvaro Diogo "Compatilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com/ / http://www.twitter.com/alvarodiogo


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Por A cultura na era digital - http://culturanaeradigital.wordpress.com/

Fundado em 2003, O Teatro Mágico é um conjunto independente até hoje: nunca assinou com gravadora e se tornou conhecido pela rede. O grupo de Osasco já lançou dois CDs e um DVD, produzidos pela própria banda, e vendeu cerca de 85 mil cópias (os álbuns são sempre vendidos a preços entre R$ 5 e R$ 15). O Teatro disponibiliza suas músicas (de graça) no site da Trama Virtual, mantém um site que tem uma loja com camisetas e itens para os fãs, além de um perfil no MySpace, no Twiiter e no YouTube. A trupe, que têm acrobatas, palhaços, e claro, músicos, foi nossa décima quinta entrevistada.

*foto de flickr.com/alexandrechang

“Para mim e para uma geração inteira de músicos, atores, artistas plásticos, produtores culturais a internet é a possibilidade de a gente existir no mercado. Até então, a gente precisava do bom humor de alguém de uma rádio, da televisão para colocar você alguns minutos no meio de uma programação furada. Na verdade, a internet é uma maneira democrática de tornar acessível os bens culturais a todas as pessoas e isso só traz benefícios para quem é músico a alcançar outros patamares, outro público e muitas vezes a gente jamais conseguiria”, disse Fernando Anitelli em entrevista por telefone.

“O ser humano é assim, ele compartilha coisas que ele acha interessante, conceitos novos, isso é natural. Agora querem criminalizar esse hábito, isso não faz nenhum sentido, isso é incoerente. Então, para muitos autores novos a internet passou a ser um campo onde você pode minimamente gravar as idéias do seu trabalho, pode montar seu blog, pode ter sua biblioteca de fotos, de vídeos, tudo isso de maneira gratuita. Hoje, o artista tem que aprender a ser o gestor da sua própria obra, tem que parar com esta coisa de que a gravadora vai aparecer com um sapatinho de cristal e vai colocar o cara em um programa dominical para fazer sucesso. Isso não existe. O artista tem que trabalhar diariamente com seu público para fazer um trabalho com bom conteúdo, para ter o que colocar, o que falar, o que debater“.


“A gente está encabeçando um movimento de MPB, que é um movimento de Música Para Baixar e que propõe uma flexibilização na questão dos direitos autorais, mas o autor não perde o direito autoral dele. A gente tem que brigar para que ninguém seja taxado para ouvir uma música, inclusive eu sou taxado para tocar a minha música. Porque hoje, o ECAD multa O Teatro Mágico se não avisarmos com 15 dias ou 1 mês de antecedência onde vamos vai estar e quais músicas vamos tocar. Então, se o público pede um bis de uma música que eu não classifiquei, se eu tocar estou cometendo um crime. Quer dizer, um crime comigo mesmo porque eu estou tocando minha própria música. Isso é um absurdo, uma postura equivocada das instituições que se traduzem como defensoras dos músicos e da produção cultural no país. A gente quer ter a chance de debater e formar e informar novos consumidores da música, novos produtores de cultura, é isso”.

“Eu já fiz parte de uma gravadora, há uns 10 anos e caí no conto do vigário porque disseram que eu poderia gravar meu material e minha música tocaria nas rádios, o que não era aquilo. Quando a gente estava gravando a oitava música, o dono da gravadora veio e falou: ‘grava tudo agora em formato de forró, que a moda é essa’. Eles estavam preocupados com o dinheiro, só isso. Enquanto no final da ponta tinha alguém preocupado em conceber uma música, uma experimentação traduzidas com poesias, arranjos e musicalidade. Então, hoje o músico pode ter muito mais liberdade no seu trabalho, muito mais autonomia na concepção das suas coisas, na divulgação, ele é capaz de conhecer seu público, criar comunidades para isso”.

“Quem cuida do artista é o próprio público. O maior tesouro do artista é o público. Nos dias atuais, como sempre deveria ter sido, o artista tem que ficar frente a frente com o público. Tem que conversar e fazer o trabalho de formiguinha. Até hoje quando O Teatro Mágico vai a alguma cidade, a gente conversa com uma rádioweb, vai na rádio de faculdade, fala com fanzine, com comunidade local, com a Globo, com o SBT. A gente também não pode deixar de se articular nos meios, nas mídias já convencionais. Até porque são concessões que o estado fornece, ou seja, de uma certa maneira isso tudo já é nosso e deveria ser trabalhado para o público, mas não é isso que acontece”.

“[a troca de arquivos não é pirataria] O fã não é pirata. A música é livre, não é caridade, não é doação, é acesso aos bens culturais. A pirataria é pegar o seu trabalho e revender por um preço menor e aí a sacanagem começa. O Teatro Mágico tem sua música livre na internet, mas vende CD por R$ 5 (com um encarte melhorado por R$ 10) e o DVD por R$ 15. E a gente tem a prova que as pessoas baixam de graça na internet e quando vão no show compram o material, eles sabem que o músico precisa daquilo. Além do que, aquilo não está sendo empurrado goela abaixo para ele. Fã é o divulgador, o co-produtor que vai sempre nos ajudar num momento difícil. É o público que vai dar sobrevida para o artista. A gente tem que valorizar justamente essa ponta da cadeia produtiva e não a gravadora que tem um monte de dinheiro e está interessada em fazer mais dinheiro”.

“A música não pode ser só um produto, ela é um presente de celebração, ela é algo muito mais mágico e imaterial que estão imaginando. Então, tratar a música como um pedaço de cadeira, que é um objeto que você usa, gasta e aquilo morre, está equivocado porque quanto mais se ouve a música, mais ela se torna famosa. O cara que trabalhava fazendo o marketing do nazismo disse que uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade. Num paralelo com a música, uma música ruim tocada mil vezes se torna um sucesso. Você acaba acreditando que o que tem de cultura no nosso país é isso que estão mostrando. Então a gente tem que parar com essa comodidade de achar que o que é colocado para a gente é o que nos resta, o que nos sobra, porque não é isso”.

Um comentário:

Álvaro Diogo disse...

Quem quiser ir no show do TM esse fds é melhor correr pois os ingressos estão esgotando!

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