Levantamento da ONG Conexão G, e divulgado pelo site O Dia Online, revela que todos os dias pelo menos um homossexual é agredido nas comunidades carentes da Rio de Janeiro.
Pesquisa feita pelo Grupo Gay da Bahia mostra que o número de assassinatos de homossexuais cresceu 55% no País entre 2007 e 2008, quando foram identificados 190 casos, média de mais de um a cada dois dias. Doze deles no Rio. Presidente do Grupo Conexão G, Gilmar Santos alerta que este número pode ser ainda maior. “A opressão contra os homossexuais nas favelas vem aumentando a cada dia. Nas pesquisas de campo a gente descobre que a maioria dos casos não é registrada. E, mesmo quando as vítimas resolvem procurar a polícia, muitos preferem não revelar sua orientação sexual por temer mais violência”, explica.
Os países que seguem o Brasil nessa tabela são o México, que registrou 35 casos ano passado, e Estados Unidos, com 25. Números muito menores que os do Brasil.
Na Favela do Timbau, na Maré, a homofobia também vem marcando a vida dos homossexuais. Nascido e criado na comunidade, o travesti Marcela Soares, 40 anos, conta que já perdeu muitas amigas torturadas e assassinadas só por serem homo.
“Isso já está se tornando comum nas favelas. E a gente não pode fazer nada senão morre também”, lamenta Marcela, que admite sofrer com o preconceito. “A gente se sente humilhada, afinal também somos humanos como os heterossexuais e exigimos respeito”, desabafa Marcela.
O presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, ameaça denunciar o governo brasileiro à Organização das Nações Unidas e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos.
“Bater e matar homossexual já virou entretenimento popular nas favelas. Mas não vamos ficar assistindo a esse ‘homocausto’ (holocausto de homossexuais) de braços cruzados. Já que não temos força política para brigar por nossos direitos, esta é uma maneira de tentar nos proteger dessa violência”, explica Marcelo.
Fonte: O Dia Online
Um comentário:
Sim, absurdo pensar e agir tão homofobicamente, porém, não achei tão "legítima defeza" a atitude de reivindicar a segurança do governo brasileiro aos: "à Organização das Nações Unidas e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos."
Seria talvez se rebaixar demais, pedir ajuda (para conter a violência) à alguém que já assiste a violência em 99% das noticias sobre o Brasil, (sobrando 1% à Amazônia e ao Pre-sal) e lutar contra nos mesmo. Pedir ajuda externa para conter a violência interna mostra a fragilidade brasileira e a participação externa como uma nova 'divida'.
Em fim, 'inimigo do meu inimigo é meu amigo'. E acho que esse pessoal tem de continuar achando que somos um ser estranho no mundo com grande potencial, e não um amigo pra futuramente explorar.
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