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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O inventivo Pi

Texto: Luciana Bender/ Fotos: Divulgação

Já fazia um tempo que eu queria conhecer o novo shopping classe A de São Paulo, o JK Iguatemi. E estava ainda mais curiosa para dar um pulinho na sala 4D que eles dispõem. Esse post não é para falar das grifes que enfeitam as vitrines, mas para comentar a mágica que envolve o novo longa do diretor Ang Lee: As aventuras de Pi. 

Essa é mais uma película que teve seu título mal traduzido. O roteiro é baseado no livro de Yann Martel, chamado As vidas de Pi. Infelizmente não tive a oportunidade de conhecer sua obra, mas a magia que vi no cinema, deixou-me curiosa para ler a história original.

Fiquei muito tempo imaginando como seria uma sessão 4D, o preço do ingresso, como eu já mencionei em posts anteriores, é muito alto, chegando a custar R$ 80. Para pagar esse valor e não sair reclamando do cinema teria que ser um filme muito bom, que valesse cada centavo. E foi com essa sensação que saí da sala.



Logo que o filme se inicia você fica deslumbrado com a qualidade do 3D que, por sinal, está evoluindo a uma velocidade assustadora. Mas é depois de alguns minutos que você conhece o 4D e, posso afirmar, fiquei me sentindo aquela criança que vai a primeira vez ao cinema. Encontrei-me várias vezes com um sorriso no rosto, apreciando o movimento da cadeira, o cheiro de frutas exalando em toda a sala e a água que espirrava em meu rosto. Era tudo tão mágico que parecia impossível de acreditar.

A história também é muito bonita, Pi, ou Piscine Molitor Patel, é o nosso personagem principal. Ele nasceu na Índia e tem uma piscina pública francesa como origem para o seu exótico nome. Ainda pequeno passou muito tempo tentando convencer seus colegas de classe a chamá-lo de Pi, número infinito representado pelo 3,14, visto que seu apelido era Pipi. Muito curioso, está sempre em busca de respostas e conhecimento, chegando a adotar três religiões distintas ao mesmo tempo. Criado em um zoológico pelos pais, vê uma grande reviravolta em sua vida quando, na viagem que os levaria ao Canadá, um naufrágio mata toda a família.

A tempestade que toma conta do barco em que seus parentes e seus animais encontram-se é muito forte. A todo o momento jatos de água são espirrados em nosso rosto e essa é a primeira amostra dos efeitos externos à telinha. Pi consegue sobreviver e fica à deriva em um bote acompanhado por uma hiena, uma zebra, um orangotango e um tigre de bengala. Obviamente, ele vê um a um morrer, restando apenas o tigre como companhia.

E é para esse belíssimo animal que dedico esse parágrafo. Desde que vi o trailer fiquei imaginando como teriam sido feitas as cenas com o tigre. Toda sexta-feira tenho o hábito de dar uma fuçada em sites de cinema para saber o que está estreando, e foi assim que descobri. Vocês se lembram do Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa? A mesma técnica usada para fazer o rei Aslan foi adotada aqui para fazer o Richard Packer, só que com uma qualidade ainda melhor. Ele é simplesmente perfeito. As cenas são tão bem elaboradas que ele parece um felino adestrado que contracena com Pi.

Dias se passam com Pi tendo apenas a companhia do mar e do tigre. E é quando as alucinações começam a aparecer que o visual do filme se revela. A enorme baleia que nada embaixo do barco e simplesmente pula para fora do mar é de uma beleza fenomenal. Nada é banal, tudo se transforma sob a ótica de Yann Martel, os peixes voam (e na sala que estávamos, passavam muito próximos aos nossos ouvidos), a ilha é carnívora e os animais demonstram suas emoções apenas com um olhar. Impossível não se comover ao ver a orangotango chegar ao barco, logo após o naufrágio, e dizer, apenas com uma lágrima, que ela tinha perdido seu filhote.



Enfim, escrevi esse post com uma chuva muito forte e trovões barulhentos assolando a minha janela, mesma atmosfera do momento em que Pi perde seus pais, espero ter conseguido, com minhas palavras, transmitir toda a magnitude que esperava. Para aqueles que ainda não conhecem essa nova tecnologia, corram para o JK Iguatemi. A trama é sensacional e cada elemento dessa mágica relaciona-se diretamente com a religião, servindo como uma metáfora para mostrar a nossa crença em Deus. Não saímos da sala convertidos, mas crentes de que há algo muito maior que olha por nós de formas que não sabemos explicar. Finalizo assim com uma das últimas frases ditas por Pi “Em qual história você prefere acreditar?” Se você não entendeu, assista e não deixe de comentar aqui na nossa página.

5 comentários:

Íris disse...

Concordo plenamente! Álvaro, obrigada por me presentear com um texto tão bem escrito! O filme é simplesmente sensacional. Não assisti em 4D, mas saí da sala apaixonada com o 3D mesmo. rs

Marcelo Siqueira disse...

Muito bom o texto, mas acho que me contento apenas com 3D. Essa ideia da cadeira se mexer, espirrar aguinha, apesar da induvidavel qualidade, me soa um tanto ridicula e desnecessária. Mas aceito ir no cinema 3D contigo, armado de uma pistola de agua, e uma mixirica nas mãos, para usar nos momentos extatos! Topas? Hehehehe! Mas enfim, fiquei com vontade de ver o filme por causa da matéria! Valeu.

George Ruchlejmer disse...

Iris, foi a Luciana Bender quem escreveu o texto rsrs.

Quanto ao que o Marcelo disse, mais me parece ridiculo o seu comentário, desculpe. Se você abriu rédeas para aceitar o 3D, isso que falou sobre o 4D é apenas uma teimosia inicial, a mesma que você teve com o próprio 3D.

Assisti este filme em 4D e não tenho do que reclamar, o filme é maravilho e uma ótima opção para conhecer essa nova tecnologia.

Hoje quando sai um Windows 8, quando sai uma nova versão do Android, quando sai o IOS6 (sistema operacional dos iphones e etc..), ou mesmo um 4D nas telinhas do cinema, todos ficam com receio de utilizar... possuem preconceito contra o novo. Mas é por conta dos que não tem a cabeça fechada assim que hoje vocês utilizam o windows 7 ...(sim, aquele que vocês também disseram que era uma bosta...rsrs)

Emfim, mente aberta pessoal... e sem babaquices por favor.

Luciana Bender disse...

Fico feliz que o Álvaro tenha apresentado para você o nosso blog, Íris. E que você tenha gostado do meu texto. =)

Quanto ao comentário do Marcelo, tenho que concordar com o que meu namorado disse logo acima. Esse preconceito com as novas tecnologias é algo muito comum, mas vale a pena abrir a mente e experimentar algo que possa lhe trazer novas sensações, ainda mais no que se refere ao cinema, que vem evoluindo com uma velocidade vertiginosa.

Abraços,

Álvaro Diogo disse...

Um comentário a parte da discussão aí em cima.

Ainda não vi o filme, mas fiquei transtornado em saber que usaram tigres de verdade para as filmagens, eu jurava que era tudo animação. Confesso que deu uma broxada e tanto...

http://www.anda.jor.br/06/02/2013/eu-nao-vi-pi

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