ANJO
Que quereis?
FIDALGO
Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do Paraíso é esta em que navegais.
ANJO
Esta é; que demandais?
FIDALGO
Que me deixeis embarcar. Sou fidalgo de solar*, é bem que me recolhais. (*residência luxuosa)
ANJO
Não se embarca tirania neste batel divinal.
FIDALGO
Não sei porque haveis por mal que entre a minha senhoria...
ANJO
Pera vossa fantesia mui estreita é esta barca.
FIDALGO
Pera senhor de tal marca nom há aqui mais cortesia?
Venha a prancha e atavio! Levai-me desta ribeira!
ANJO
Não vindes vós de maneira para entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeira entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio.
Ireis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na tirania do pobre povo queixoso. E porque, de generoso, desprezastes os pequenos, achar-vos-eis tanto menos quanto mais fostes fumoso.
(....)
FIDALGO
Ao Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh triste! Enquanto vivi não cuidei que o i havia: Tive que era fantesia! Folgava ser adorado, confiei em meu estado e não vi que me perdia.
Venha essa prancha! Veremos esta barca de tristura.
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É Gente, façamos bem agora para que não venha a nós este triste fim, afinal, "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". É... vocês devem reconhecer isso também, que ja aproveitarei pra colocar aqui, esta maravilhasa música a qual cresci ouvindo junto de meu pai. Aproveitem...
Geraldo Vandré - Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
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é gente, de dar calafrios na mais profunda essência de algum sentimento.. abraço a todos...
Versão com outro grande mestre: www.youtube.com/watch?v=5rtU0pg-kkw
Um comentário:
esse livro é mt bom e a música melhor ainda!
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