--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ESRV - Memória 03

Memória 03:

O dia seguinte a minha tentativa ineficaz de obter sucesso no problema do ESRV era um feriado da minha empresa. Era o aniversário da criação das Indústrias Bayard. Um feriado que eu mesmo criara, em homenagem direta a mim. E havia me esquecido disso.
Como de costume, o pessoal dos laboratórios superiores fizeram uma reunião informal, com a intenção de descontrair e relaxar. E como de costume também, fui o convidado de honra. Cumprimentei muitas pessoas e conversei com algumas. A festa era na casa do Rafael, o gerente administrativo da empresa. Como estava faminto (não comera nada desde o desjejum), resolvi ir até os fundos para petiscar algo. Foi quando avistei Johnson, sentado em uma mesa conversando com sua mulher. Quando me aproximei ele percebeu minha presença, e me convidou a me sentar com ele. Como queria perguntar a ele sobre o programa de teste do computador, aceitei o convite e me sentei no banco desocupado após cumpirmentar sua mulher, Joana.
Após alguns minutos de conversa, fui ficando calado. Alguma coisa estava errada. Eu podia sentir. Não! Eu sabia que algo estava errado. Apenas não sabia o quê exatamente.
Nesse momento Joana começou a conversar com Johnson sobre outros assuntos. Como estava pensando em outras coisas não prestei atenção no que diziam. Estava muito ocupado tentando decifrar o mistério que espreitava minha mente, brincando com minha imaginação, para escutar o que estavam dizendo. Mas no mesmo instante o problema se resolveu. Foi o cheiro que me despertou para a solução. O cheiro de carne assada!
E simultaneamente a conversa de Johnson com Joana ficou clara como água para mim. Eles falavam sobre instalar uma piscina multitermal em sua casa! E disseram isso com as mesmas palavras que eu já ouvira uma vez. Tudo se encaixou instantaneamente. O que chamara minha atenção no início fora a familiaridade do lugar. Eu já havia estado ali, vendo as coisas daquele ângulo. E a salada de batatas! Como eu não percebera a salada de batatas? Estava na minha frente o tempo todo, e eu não a havia notado! Eu, que tenho um intelecto único, especial, deixara passar detalhes importantíssimos. Era um absurdo!
Mas esse sentimento de humilhação deu lugar a um outro, muito pior: o medo. Foi a primeira que passou pela minha cabeça. Antes mesmo de refletir sobre qualquer possível resposta para aquilo, a única coisa que senti foi o medo. Um medo genuíno, que vem do fundo da alma. Mas usando toda minha força de vontade procurei me acalmar. Não fazia sentido algum. Como o que eu acabara de presenciar já havia sido visto, sentido, por mim mesmo? Aquilo parecia impossível! Ainda tonto pelo choque da revelação me levantei e me retirei, após algumas despedidas inevitáveis. Não é fácil ser o dono da empresa. Todos querem te bajular, puxar seu saco, esperando algo em retorno. E eu tenho que aguentar isso todos os dias, como o bom empresário que sou.
Quando cheguei em casa, bebi um bom gole de leite gelado. Leite gelado sempre me ajuda a relaxar. Então sentei em meu escritório e parei para refletir sobre o que havia acontecido. A idéia de que minha mente estava me pregando peças nunca foi levada a sério. Ora, é impossível que eu estivesse sofrendo alucinações. Não eu!
Então a única alternativa que sobrava era uma que eu também considerava impossível. A de que eu havia tido uma experiência precognitiva. Em outras palavras, visto o futuro!
Como aquilo me deixou confuso. Ao mesmo tempo em que me recusava a acreditar nessa hipótese, ela era a única que parecia possível. Passei a noite inteira remoendo os fatos, tentando achar outras explicações para o ocorrido. Porém foram horas infrutíferas. Nada de novo me ocorreu, apenas cresceu o medo em mim. Não o medo que senti quando percebi o que havia ocorrido. Mas o medo de não saber o que fazer. Estava completamente sem ação. Primeiro, não tinha certeza de nada, não sabia no que acreditar. E mesmo que acreditasse na única resposta encontrada, ainda não sabia que decisões tomar. Aquilo não era algo para o qual eu estivesse preparado.

Um comentário:

George Ruchlejmer disse...

PO, não aguenta bebe leite POHAA (como diria o Emerson [prof de história, o Hideo sabe do que eu to falando, haha]) ..... pow, esse cara é muito certinho ! huauhahua

(desculpe a falta de criatividade na crítica, é que eu não consegui me conter hehehe)

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