Goleada com gosto amargo

Estava acompanhando na medida que possível a Copa do Mundo Sub-20 Feminina da Fifa Alemanha 2010, já que na mídia convencional não vi uma nota à respeito, restou ler as crônicas no site da FIFA.

Adoraria ver nossas meninas campeãs, já que a seleção masculina acabou sendo derrubada pela Laranja Mecânica nas quartas de final.

Pois bem, deixo a crônica que retrata a goleada sobre a Nova Zelândia, mas que não foi suficiente para garantir a permanência na competição. E fica uma dedicatória à essas guerreiras que pouco são valorizadas, mas que jogaram de corpo e alma até o apito final.

Boa leitura e que daqui quatro anos possamos comemorar em dobro, com as duas seleções campeãs.

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Goleada com gosto amargo

A primeira vitória do Brasil na Copa do Mundo Sub-20 Feminina da FIFA não foi suficiente para garantir classificação às quartas de final. Em jogo realizado na cidade de Dresden, a Seleção goleou a Nova Zelândia por 4 a 1, com dois gols de Débora e outros de Ludmila e Leah, mas acabou eliminada ainda na primeira fase após a Suécia derrotar a Coreia do Sul no outro jogo do Grupo B.

Com quatro pontos, as brasileiras terminaram na terceira colocação da chave, atrás exatamente das europeias, líderes com sete pontos, e das norte-coreanas, com seis. Esta é a primeira vez desde a criação do Mundial Sub-20 Feminino da FIFA que o país volta para casa sem passar de fase. Até então, havia acumulado dois quarto lugares, um terceiro e uma eliminação nas quartas de final na última edição, em 2008.

Na Alemanha, o Brasil se viu de cara em grupo complicado e ainda piorou sua situação com um início ruim. Na primeira rodada, o jogo equilibrado acabou com vitória por 1 a 0 da Coreia do Norte, atual vice-campeã mundial. Na sequência, as comandadas do técnico Marcos Gaspar ainda reagiram contra a Suécia e empataram em 1 a 1 no segundo tempo, mas o buraco já era grande demais. Nesta terça-feira, ainda sonhando com a reviravolta, as brasileiras foram para cima desde o início e, com Ludmila no ataque, mostraram mais volume de jogo que as já eliminadas neozelandesas. Antes dos 15 minutos, duas boas chances já haviam sido criadas, a primeira com Camila, que foi lançada no meio da zaga e chutou com perigo, e depois após escanteio e confusão na pequena área rival.

Sem qualidade para chegar tocando a bola, as neozelandesas só assustaram em bolas alçadas na área. Foi o que aconteceu em duas ocasiões seguidas, ambas em cobranças de escanteio que Rosie White apareceu com perigo.

Com a bola no pé, o Brasil abriu o placar graças a ótima jogada da camisa 10 Alanna. Após carregar a bola pela intermediária, ela achou Ludmila no meio da área. A zaga ainda tentou cortar, mas a atacante foi mais esperta, antecipou-se à goleira Erin Nayler com um belo drible e tocou para o gol vazio.

Com a vantagem, o Brasil começou a fazer contas, principalmente após saber que a Coreia do Norte havia aberto o marcador contra as suecas. Animada, a equipe seguiu melhor e teve outra chance de aumentar após falha bisonha de Nayler, que quase colocou para dentro depois de cruzamento da direita. Antes do apito, uma bola na trave da Nova Zelândia assustou a Seleção.

Na volta para o segundo tempo a situação se complicou com a virada sueca logo no início. Em campo, o Brasil aumentou a pressão e foi coroado aos 24 minutos, após outra bela jogada de Alanna, que limpou a zagueira pela direita e tocou para o meio para Leah completar.

Depois de rondar a área rival e desperdiçar seguidas oportunidades de fazer o terceiro, Marcos Gaspar colocou Débora no lugar da lesionada Ludmila e, com ela, construiu a goleada. O terceiro veio então aos 42 e o quarto já nos acréscimos, pouco após o gol de honra neozelandês com Rosie White.

O esforço, no entanto, foi em vão. Com o apito final e já cientes da vitória sueca na outra partida, as jovens atletas desabaram no campo e não conseguiram esconder a tristeza pela elminação.

Fonte: FIFA