--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Vento Solar - Arthur Clarke

Estava devendo um dica de leitura. Então resolvi deixar este brilhante livro que o Sr. Hideo me emprestou há algum tempo.

O Vento Solar é uma coletânea de contos de um dos mais famosos escritores de ficção científica, Arthur Clarke.

Dentre os contos temos diversos temas abordados, como a sintetização dos alimentos, a escassez dos recursos naturais, inteligência artificial, viagens espaciais e até uma tentativa de salvar terra através da mais forte vibração natural: o amor.

Para degustação deixo este conto de uma página e meia e fica minha dica sincera para leitura. Ah! Se você quer saber se vale a pena ou não ler fica uma resenha:

"O texto chama-se Reunião. Inicialmente entende-se que é uma mensagem de extraterrestres para os terráqueos. A mensagem vem de seres que parecem ter mais capacidades tecnológicas e superioridade intelectual, alem disso chamam os terráqueos de primos. Esse povo é muito antigo pois diz estar na Terra na época em que apenas répteis existiam. Esses serem consideram-se senhores do espaço. No final do texto, entende-se que eles são negros e a mensagem que passam durante o texto todo é de que uma doença contaminou os habitantes, e essa doença os desfigurava. A doença era a própria cor branca da pele das pessoas e os negros dizem ter a cura para essa doença. Além disso, falam também sobre discórdias e conflitos ocorridos após essa contaminação e a perda de contato entre os dois povos. Os serem negros afiram ter a cura para essa tal doença. A princípio, o texto é confuso, começa ficar claro apenas na segunda leitura. Parece ser uma mensagem dos negros para o mundo."

Boa leitura!

@alvarodiogo "Racismo=Sexismo=Especismo"

http://www.ideianossa.blogspot.com/

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REUNIÃO


Povo da Terra, não tenham medo. Nós vimos numa missão de paz — e por que não? Pois somos seus primos; já estivemos aqui uma vez.
Vocês nos reconhecerão quando nos encontrarmos, dentro de poucas horas. Estamos nos aproximando do sistema solar quase tão rapidamente como esta mensagem pelo rádio. Já o sol de vocês domina o céu à nossa frente. É o sol que os nossos antepassados e os seus compartilharam há dez milhões de anos. Nós somos homens, como vocês; mas vocês esqueceram a sua história, enquanto nós nos lembramos da nossa.
Fomos nós que colonizamos a Terra, no reinado dos grandes répteis, que estavam perecendo quando viemos e que não pudemos salvar. Esse mundo era então um planeta tropical, e pensamos que daria uma excelente morada para a nossa gente. Estávamos enganados. Embora fôssemos senhores do espaço, muito pouco sabíamos sobre clima, evolução, genética...
Durante milhões de estios — pois não havia inverno naqueles velhos tempos — a colônia floresceu. Isolada como era obrigada a viver, num universo em que a viagem de uma estrela à seguinte dura anos, ela se manteve em contato com a sua civilização-mãe. Três ou quatro vezes por século, era visitada por astronaves que lhe traziam notícias da galáxia.
Mas há dois milhões de anos a Terra começou a mudar. Durante milhares de milênios tinha sido um paraíso tropical; depois a temperatura baixou e o gelo começou a descer lentamente dos pólos. À proporção que o clima se alterava, também mudavam os colonos. Compreendemos agora que se tratava de uma adaptação natural ao fim do longo verão, mas aqueles que haviam feito da Terra o seu lar pelo espaço de tantas gerações acreditavam estar sendo vítimas de uma estranha e repulsiva doença. Uma doença que não matava, não causava nenhum dano físico — mas apenas desfigurava.
Entretanto, alguns ficaram imunes; foram poupados, eles e os seus filhos, pela mudança. De modo que, no espaço de poucos milênios, a colônia se cindiu em dois grupos distintos — quase duas espécies distintas —, que suspeitavam e tinham ciúme um do outro.
A divisão trouxe consigo a inveja, a discórdia, e finalmente o conflito. À medida que a colônia se desintegrava e o clima ia constantemente piorando, aqueles que puderam fazê-lo retiraram-se da Terra. Os restantes mergulharam no barbarismo.
Podíamos ter-nos mantido em contato, mas há tanto que fazer num universo de cem trilhões de estrelas! Até poucos anos atrás não sabíamos se alguns de vocês haviam sobrevivido. Foi então que captamos os seus primeiros sinais de rádio, aprendemos as suas linguagens tão simples e descobrimos que vocês tinham realizado a longa ascensão a partir da selvageria. Aqui vimos para saudá-los, nossos parentes há tanto tempo perdidos — e para ajudá-los.
Muitas coisas descobrimos durante os milênios decorridos desde que abandonamos a Terra. Se desejam que façamos voltar o eterno verão que aqui reinava antes das épocas glaciais, podemos fazê-lo. Acima de tudo, temos um remédio simples para a desagradável, embora inofensiva, epidemia que atacou tantos colonos.
Talvez o seu ciclo tenha terminado — mas, em caso contrário, temos boas notícias para lhes dar. Povo da Terra, vocês podem reunir-se mais uma vez à sociedade universal sem sentirem vergonha nem constrangimento.
Se alguns de vocês ainda continuam brancos, nós podemos curá-los.
Novembro de 1963.

2 comentários:

Nisa Benthon disse...

Acabei de ler este livro que ganhei de um amigo viciado em ficção, me apaixonei. Que bom ver alguém falando sobre, em breve escreverei uma resenha sobre a obra. beijos na alma.

Jubilon Soares disse...

Acabei de comprar esse livro, comprei também os Filhos de Matusalém e assim que chegarem irei devorá-los, sou apaixonado por ficção científica

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