--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Brisas de Outono Pt. V

O que realmente aconteceu? Tudo parecia uma realidade ilusória e ao mesmo tempo uma ilusão real. Já não sabia distinguir o real da ilusão, o certo do errado, nem as cores vivas da indumentária das crianças do alaranjado contagiante do outono. A melodia tornou-se um caos. Tanto a da canção como a da vida. Vida que ganhou novo ritmo – meu coração se encantava novamente – a melodia estava de volta. Do horizonte as brisas serpentavam e rodopiavam em minha direção, estavam intactas, triunfantes. Lá ao fundo as nuvens negras-metálicas dissipavam e davam lugar ao céu azulado típico de outono, as nuvens pareciam abatidas e seus ventos não sopravam mais. Além da linha do horizonte as brisas haviam ensinado o certo aos ventos errantes.
O relógio no parapeito ao lado da minha caixa de remédios voltou a tiquetaquear quando a música novamente se acalmou. Agora, alguns minutos depois, não tenho certeza se ele realmente parara ou se com toda a agitação do momento e o presente que a canção fornecia alimentando a atmosfera de trilha sonora, me impedia de ouvi-lo.
As brisas sopravam lentas e gostosamente confortáveis. Arrepiei-me novamente. Elas passaram por mim e acalmaram-me de todo, meu coração sentiu-se tão encantado que gemeu de prazer.
A canção soava outonal e perfeitamente adequada à cena. Os vizinhos que saíram para ver como seus filhos estavam após a ventania pareciam se encantar assim como eu. As árvores nuas, com seus galhos gargalhando às cócegas de brisa, e todas as folhas reproduzindo um espetacular tapete laranja, por vezes, subindo e farfalhando levemente ao ritmo da canção, ao embalo das brisas. Todos olhavam encantados.
Continuava na cadeira de balanço, agora com uma mão no peito e outra ligando o lap-top, não poderia deixar de registrar uns dos melhores minutos da minha vida.

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