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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Salvem o Parque das Hortênsias!

SALVEM O PARQUE DAS HORTÊNSIAS

¡Hola 

Como vão caros leitores do Ideia Nossa? Preparados para mais um daqueles meus posts de leitura interminável? :]

Como todos sabem o Coletivo é plural e um dos nossos objetivos é estar presente cada vez em mais lugares, mesmo que apenas com alcance virtual.

Mas como o Blog foi "fundado" em Taboão da Serra e todos os membros possuem ligação direta ou indireta com a cidade já deu pra perceber que ela torna-se pauta dos posts constantemente.

Ano passado um movimento denominado "Salve o Parque das Hortênsias" conseguiu causar certo impacto na cidade, gerando uma petição que poderá ser acessada logo abaixo e virando manchete nos jornais locais.
Divulgação do movimento que percorre as redes sociais
O tema abordado pelo grupo já foi debatido em nossas reuniões e colocado em nossos planejamentos, mas nunca deixou o plano das ideias de fato. São poucas as pessoas que tentam superar a ignorância e a inércia, mas felizmente elas existem!

Resolvi abordar um tema com um certo atraso, mas ainda está em tempo de entrar na discussão.

O blog do grupo tem poucas atualizações, mas é interessante acessar para ter ideia do que está acontecendo no parque.

Para assinar a petição clique aqui.

A movimentação nas redes sociais com direito a pressão com petição on-line e na portaria do parque gerou repercussão na mídia e fez alguns dos pré-candidatos à prefeito desse ano opinarem sobre a situação.

Defenderam a permanência do zoológico e revitalização da área, defenderam a criação de um polo cultural e até a ideia absurda de se criar um parque aquático O.o" Sim, em plena área de preservação ambiental!

Eu nem vou comentar sobre a criação de um parque aquático, pois pelos poucos conhecimentos que tenho sobre legislação ambiental, derrubar árvores nativas de uma APA ou APP para colocar em seu lugar piscinas artificiais não me parece legal.

A criação de um polo cultural na cidade é muito bem vinda, mas acredito que seria muito mais aproveitada se fosse locada no Pirajuçara, por exemplo, já que no centro já temos o Liceu de Artes, CEMUR, Praça Nicola Vivilechio e o próprio parque.

Eu concordo plenamente que o parque precisa de uma revitalização, mas sou contra a permanência do zoológico e eu como leigo no assunto não defenderei essa teoria com minhas palavras e preparei um texto extraído do Instituto Nina Rosa que diz tudo que eu planejava dizer e muito mais. Ele foi levemente alterado, com alguns grifos meus e imagens adicionadas para ilustrar, mas o original pode ser acessado no final do texto.

Sei que é uma luta difícil, mas inevitável. Já ouvi de importantes nomes da cidade que o zoológico foi uma conquista do povo e que não pode ser deixado de lado tão facilmente e eu retruco dizendo que se o povo décadas atrás queria um zoológico hoje pode muito bem não querê-lo mais e é o que está parecendo.

O que acho mais engraçado é ouvir de pessoas que trabalham dentro do parque comentários especistas como: "você não pode falar que os animais estão sendo maltratados ou que não tem espaço ou que não se sentem felizes, isso é 'humanizar' os animais e nós estamos tomando todos os cuidados que eles merecem."

Não é questão de humanizar animal nenhum, aliás, tem muito "animal irracional" muito mais humano que muita gente. É só questão de se colocar no lugar do próximo. Imagine-se um leão vivendo a vida toda em uma jaula de 30m². Difícil imaginar? Então pense em você, vulgo "humano sábio", vivendo a vida inteira em uma jaula de 30m² servindo apenas para entretenimento alheio? É legal? Está sendo bem tratado, bem alimentado, foi criado em cativeiro, não precisa de espaço mesmo, não é? Que tal?!

Bom, não vou entrar no mérito da discussão, pois o texto abaixo o fará muito bem por mim.

O que nós queremos para o parque?

Resolvi criar esse post principalmente para enriquecer a discussão, pois tem muita gente entrando na onda de reclamar do parque, mas não percebem o grande problema que não está no parque e sim no zoológico.

Eu espero que esse título do post traga muitos leitores direcionados pelo google quando procurarem mais sobre esse movimento que continua se expandindo e quero a deixar minha posição a respeito e acredito que é a mesma posição do coletivo como um todo:

A área por ser uma das poucas áreas remanescentes da mata atlântica poderia ser muito bem aproveitada como um Centro de Educação Ambiental, trabalhando de maneira similar ao CEA da Sociedade Ecológica Amigos do Embu que existe na Fonte dos Jesuítas no Embu das Artes ou mesmo como a UMAPAZ no Ibirapuera.

Acho que essa devia ser a ideia central para a área, já que essa é uma atividade que engatinha na cidade e região e que ainda ajudaria a preservar não só essa área mas os outros fragmentos espalhados na cidade como o Pq. Laguna.

Mas trata-se de uma área grande e sabemos que é difícil reverter verbas para o meio ambiente, me parece que isso não gera muitos votos (sic!). 

Pois bem, a área abrigaria muito bem um centro de educação como esse, compartilhando espaço, quem sabe, com um Centro de Educação de Trânsito, ou com o pessoal da Saúde Mental (como já ocorre nos dias de hoje), ou quem sabe ainda abrigar um palco para shows ao ar livre (quem sabe abrigar o retorno do Cultura Rock Taboão), ou mais outras atividades provenientes de X pastas diferentes.

Ideias pipocam aqui e ali na cidade a todo tempo! Resta nossos governantes aprenderem a ouvir aqueles que representam e começarem a se movimentar com vontade. Sair da inércia e da ignorância.

E encerro esse texto embalado ao ritmo dos Panteras Negras: "Power to the People!" E vamos salvar o Parque das Hortênsias!

Boa leitura!

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"
http://www.ideianossa.blogspot.com



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PASSEIO AO ZOOLÓGICO: SOB OUTRA ÓTICA, SOB OUTRA ÉTICA , 
por Marcela Teixeira Godoy* 

“quando se trata de como os humanos exploram os animais, o reconhecimento de seus direitos requer abolição, não reforma (...) a verdade dos direitos animais requer jaulas vazias, não mais espaçosas”.
(Tom Regan, em Jaulas Vazias)

Como Bióloga e Educadora, sempre acreditei nos Zoológicos como ferramenta deseducativa. Meu repúdio a esse tipo de atividade, fez com que eu me afastasse, durante anos, de uma visita a esses verdadeiros redutos de infelicidade animal. Tive a oportunidade de fazer uma visita técnica a alguns desses redutos recentemente (a menos de uma semana, para ser mais exata). Assim como a aquários, oceanários, serpentários e afins. Foi um tour dos horrores, considerando toda minha aversão a qualquer forma de confinamento animal para a satisfação de egos humanos. Mas, com o passar do tempo, minha aversão que antes era representada pela negação, foi substituída pela coragem de encarar os fatos como eles são: os animais sofrem. Ao nosso lado. Todos os dias. E nos fazem a todo o tempo, um apelo silencioso. Não é possível ignorar essa realidade pelos melindres de não querer sofrer, de não querer olhar.  O sofrimento deles é infinitamente maior. Nessa visita técnica, foram incluídos locais que os visitantes “comuns” não tem acesso, como cozinhas, biotérios, áreas de cuidados veterinários e etc. Fui convidada por uma colega de trabalho, a conduzir com ela (que também não é fã de Zoológicos), a visita (sou professora universitária) e temos uma turma em comum, a qual nos acompanhou. A curiosidade de saber a quantas anda a exploração legitimada dos animais que tiveram sua liberdade seqüestrada, na prática, foi um dos fatores que me levou a decidir ir. Outro fator importante foi a certeza de ter minhas concepções biocêntricas renovadas. Mesmo à custa do meu sofrimento. Banal, como já mencionei, perto do sofrimento de inúmeros animais que lá encontrei.  Antes de “ver” os animais e durante as “visitas”, em todos os locais, há uma explanação teórica/logística por parte dos monitores. Parece que são treinados todos no mesmo lugar, pois as frases feitas a respeito do bem-estarismo animal são quase que idênticas. Tais explanações me remetiam inevitavelmente ao “Ensaio sobre a Cegueira” de Saramago. Pensava: as pessoas estão mesmo acreditando nisso? (Acho que vou escrever um “Ensaio sobre a surdez”). Outro pensamento recorrente: na ocasião de uma palestra do Seminário da Agenda 21, no Paraná, em 2009, a filósofa Sônia Felipe mencionou a seguinte frase: “BICHO NÃO É VITRINE DE SHOPPING”. Considerei extremamente relevante. Me fez pensar além.

Zoológicos com objetivos de recuperação e reintrodução de espécies no meio, sem exposição ao público, que respeitam o que o animal nasceu, de fato, para ser, merecem nosso reconhecimento. Não são, infelizmente a maioria deles. A maioria ainda se baseia em concepções especistas e antropocêntricas para justificar sua existência e conseqüente sofrimento animal. Algumas falácias são facilmente identificadas no discurso daqueles que defendem o Zoológico “vitrine” como “ferramenta educativa”. Aliás, podemos, sim, fazer dos Zoológicos, ferramentas extremamente educativas se mudarmos a análise e a perspectiva. Analisando sob a ótica da Ética Biocêntrica, podemos enumerar algumas falácias que são repetidas como mantras a respeito dos animais confinados. Vamos a algumas delas:

- “o Zoológico é importante porque nós devemos conhecer as espécies para preservar/respeitar”.

Essa concepção traz embutida a desculpa de que só é possível preservar uma espécie a partir do momento que a conhecemos. Se a concepção biocêntrica predomina, o simples fato de o animal existir, já é um pressuposto que justificaria o respeito por ele. E só. Eu não conheço nenhum africano, por exemplo, mas não preciso o fazer para só depois respeitá-lo. Nunca conheci um urso polar, um tigre de bengala, uma perereca amazônica ou uma orca. Mas o fato de não vê-los ao vivo, não me impede de respeitá-los pela sua essência.

- “O Zoológico é imprescindível para estudarmos o comportamento dos animais”.

Só se for para estudar neuroses de cativeiro. Qualquer pessoa com noções básicas de Biologia sabe que o comportamento de animais em cativeiro não é o mesmo que o animal apresentaria no seu meio natural. Tenho muito respeito por estudos comportamentais. Mas por aqueles que são feitos no habitat natural do animal. Esse argumento não sustenta a existência desse tipo de Zoológico.

- “O Zoológico é importante para a reprodução e para salvar as espécies”.

Primeiro: a maioria dos animais reproduzidos em cativeiro é reproduzida para esse fim: permanecer em cativeiro. Não para ter devolvido o que lhe foi negado desde as gerações anteriores: sua liberdade. Há, entre os Zoológicos, uma espécie de escambo de espécies, onde os animais são intercambiados. Faltou uma girafa no Zoológico “x”? Já está nascendo uma no Zoológico “y”. Será separada de sua mãe e destinada ao Zoológico “x” como animal de exposição. Segundo: Privado da convivência com seus iguais e de todas as interações que lhe são possíveis em seu meio natural, ele não é mais do que a sombra dos seus ancestrais.
- “Mas os animais que nasceram no Zoo não sofrem porque não conhecem outra vida”.

Será que o fato desse animal ter nascido em cativeiro nos dá o direito de usurpar sua liberdade mais uma vez e condená-lo a uma vida miserável, privando-o da sua verdadeira liberdade?

Se houver uma “visita ao zoológico”, com propósitos educativos, que sejam feitas pelo menos, as seguintes perguntas e investigações com os alunos: qual o habitat natural desses animais? Quais os hábitos desses animais em seu meio natural? Geralmente são: Nadar, correr, voar quilômetros por dia, procurar comida, defender seu território, interagir com outras espécies e com seus iguais. E em cativeiro? Quais as mudanças percebidas? Quais os impactos nefastos nos seus hábitos? Quais as conseqüências? Um pequeníssimo exemplo, entre tantos que presenciei: um leão marinho em seu habitat natural viaja centenas de quilômetros por dia. Em cativeiro, é condenado a viver em um pequeno tanque, onde passa o dia circunscrevendo voltas como que para escapar da escravidão sem fim. Sem falar na obesidade e outros transtornos de comportamento como as já mencionadas neuroses de cativeiro. Isso nos reporta à falácia seguinte:

- “Aqui no Zoológico, fazemos o enriquecimento ambiental”,

Esse novo modismo nos Zoos (proveniente de um modelo americano) traz em sua proposta, a introdução de diferentes estímulos no cativeiro para que animais não desenvolvam comportamentos repetitivos e neuróticos como automutilação, coprofagia e etc. Certamente, estímulos são melhores que a estagnação a que esses animais são condenados. Mas deve-se sempre questionar: a reabilitação e a devolução da liberdade que lhes foi negada, não seria infinitamente melhor? O tão prestigiado enriquecimento ambiental não seria mais um engodo para justificar a perpetuação do cativeiro e de interesses escusos?

- “Hoje não existem mais jaulas nos zoológicos”.

Ouvi diversas vezes essa frase dos monitores que nos acompanharam. Em vários lugares. Basta uma breve visita para, novamente, a perplexidade ao comparar o dito e o constatado ser inevitável. O ápice do menosprezo à inteligência dos presentes. Percebe-se, claramente a existência de cercados mínimos de aço, alumínio, terrários, aquários, e paredes de vidro fazendo as vezes de jaulas. Mas pergunto: não seria infinitamente melhor que jaulas, aquários, terrários e afins estejam para sempre, vazios?

- “A alimentação é balanceada”.

Isso pode soar muito bem aos ouvidos antropo e ecocêntricos. Mas nos ouvidos biocêntricos e abolicionistas dói. Até fisicamente. Uma frase que ouvi da monitora: “Os zootecnistas que trabalham no zoo e cuidam da alimentação dos animais, acham que os psitacídeos silvestres são uns chatos porque são muito exigentes, não comem qualquer coisa”. Ora, o que diriam os psitacídeos se falassem? “Chato” seria um adjetivo no mínimo elegante para qualificar quem os trancafia em um viveiro, obrigando-os a uma “loteria gastronômica”, forçada e diferente de sua alimentação natural. 

E nem tecerei aqui, comentários a respeito do estresse gerado para o animal decorrente das barulhentas “visitas”. É desnecessário.

Os animais em zoológicos são a ponta do Iceberg dessa empresa. Por trás há inúmeros fatores que formam uma cadeia de horrores para outras espécies também. Uma delas é a existência de biotérios, terceirizados ou dentro dos próprios Zôos, que são lugares específicos onde são criados animais vivos para alimentar os animais cativos. No Brasil são criados, para esse fim, ratos, porquinhos da índia, gansos, pintinhos e etc. Esses seres vivos, considerados “alimento” no contexto, são manipulados, criados e administrados com a naturalidade de quem dá uma banana a um macaco. São “coisas” como regem os preceitos do antropocentrismo e do especismo. Os ecocentricos dirão que é muito boa essa preocupação com a alimentação dos animais. E que não há dilemas morais, pois na natureza existe a relação predador/presa. Sim. NA NATUREZA. Mas, novamente a pergunta que se deve fazer é: Não existir animais enjaulados não seria infinitamente melhor?

Outro fenômeno que ocorre na maioria dos Zoológicos e confesso, para mim é novidade: a distinção entre “animais em exposição” e “animais excedentes”. Os animais em exposição (no contexto, como se fossem agora, peças de uma galeria de arte) são aqueles que o público enxerga. Aliás, a maioria deles é recolhida à noite, gerando mais estresse. Os “animais em exposição” ficam nas partes divulgáveis do Zoo. Nas áreas que estão longe dos olhos do público, existem pequenas jaulas com os “animais excedentes”, ou seja, os que sobraram da reprodução em cativeiro, ou de trocas com outros Zoológicos. Ou até mesmo os animais doentes ou que desenvolveram a (novamente ela) neurose de cativeiro. Claro que não é conveniente que o público tenha contato com comportamentos como automutilações, coprofagia, canibalismo e outros desenvolvidos em animais privados de sua liberdade. A visão desses comportamentos pode começar a atenuar a “cegueira conveniente” do grande público. Não é recomendável. Nessas áreas, até são permitidas visitas técnicas. Mas são terminantemente proibidas fotos e filmagens, por razões óbvias aos olhos da Ética Biocêntrica. Uma das monitoras, quando questionada sobre o porquê das fotos serem proibidas, disse não saber. Fiquei me questionando se a resposta foi estratégica, se foi repetida como mantra, se ela simplesmente não se importa, ou se a cegueira a acomete também. Nas áreas dos “animais excedentes”, foi possível observar em vários zoológicos que o espaço em que os animais estão confinados é bem menor que o dos animais “em exposição”. Logo nos perguntamos: o que dizer da preocupação com o “bem estar animal”, ou com “enriquecimento ambiental” para os animais dessas áreas? Também não obtive respostas convincentes. Só evasivas. Não insisti mais porque as respostas ficaram óbvias demais.

Na esteira dos Zoológicos, seguem aquários, serpentários, oceanários, circos, projetos de “preservação” e etc. que, pela tradição antropocêntrica possuem um propósito educativo “inquestionável”. Mas basta um breve passeio, com esse olhar biocêntrico, diferente do que nos foi imposto a acreditar a vida toda, para que o apelo silencioso e profundo de cada animal se faça presente e toque fundo nossa alma toda vez que visitarmos um Zoológico ou algo semelhante. Essas mudanças de perspectiva, segundo Arthur Conan Doyle, equivalem a uma conversão religiosa: nada mais será visto da mesma maneira que era antes.

Mesmo com todas essas “justificativas”, que sob minha perspectiva, não passam de falácias, ainda acredito que o “simples” fato de um animal ter sua liberdade restringida, impedida, seqüestrada para a concepção medieval de satisfazer as curiosidades e prazeres humanos, é a base do meu repúdio a esse tipo de exploração, sem mais considerações.

Mas a esperança se renovou quando vi a reação da maioria dos meus alunos, acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, durante a visita. Quando ouvi, em cada comentário a indignação, a revolta e a preocupação de fazer uma abordagem ambiental realmente crítica na escola. Quando vi em cada rosto a angústia pelos animais e a cegueira se dissipando, pensei: é um trabalho que vale a pena. Pois não deixo de mencionar em minhas aulas a importância de se olhar o outro lado. Por isso acredito na chamada Educação Ambiental Biocêntrica. E libertária. Com as pessoas livres para optar pelo modelo de Ética que pautará sua passagem pela Terra. E essa escolha, meus alunos fizeram por si. Não foi imposta. Em sua formatura, não farão de seu Juramento, outra falácia:“Juro, pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do Biólogo, exercer as minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico com justiça e paz”. (enunciado regulamentado pelo Conselho Federal de Biologia - Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983). “Defesa da vida” e “justiça e paz” entende-se, para todas as espécies.

Enquanto houver zoológicos, aquários, serpentários do tipo “vitrine”, espero que existam educadores como meus alunos, (que ainda não se formaram, mas já são biólogos de coração), capazes de fazerem com seus alunos, excursões a esses verdadeiros infernos (para os animais), capazes de realizar essas visitas com vistas a ação.  Capazes de conduzir uma discussão sob outra ótica, sob outra ética.

*Marcela Teixeira Godoy é Bióloga e Professora Universitária.

7 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com o texto da Marcela Teixeira Godoy, mas, isso é um futuro, bem longe......
Ok, vamos reservar um pedaço de nossa mata para os animais, e o homem vai caça-lo, olhe o que estão fazendo com a África, olhe o que estão fazendo com nossos índios, alguém se importa?!.
Ok, vamos acabar com o cativeiro, daqui alguns anos nossos filhos conheceram animais empalhados.
Sou contra prender animais, mas não faço nem executo as leis.
Ok, fechamos o zoo do parque das Hortênsias, para onde iram os animais?.....outro zoo!!......
Ok, adaptamos o parque para a cultura, os políticos de Taboão não se importam com cultura, o Liceu de Artes (citado no texto) está fechado por suposta corrupção da ONG que ali administrava.

Até que possamos pensar como animais racionais precisamos alimentar os animais presos no parque, é essa a minha luta para salvar o parque.

George Ruchlejmer disse...

Post com gostinho de revolta! E justa!

O texto da Marcela Teixeira Godoy é sensacional, e me deu uma porção de idéias a serem implementadas à pauta IdeiaNossa. Belo post, valeu!

E em relação ao comentário anonimo acima, sem pé nem cabeça, vou me abster de mais palavras do que já devem estar na cabeça dos leitores do blog.

George Ruchlejmer disse...

Ah, só um adendo:

APP - Área de preservação permanente
APA - Área de preservação ambiental

Álvaro Diogo disse...

Caro, Anonymous,

Primeiro, estamos na mesma luta, não precisa esconder seu rosto :]

Vossa senhoria provavelmente se vivesse em alguns séculos atrás falaria o seguinte quando o assunto fosse libertação dos escravos: "Concordo com a libertação dos escravos, mas, isso é um futuro, bem longe......".

Não entendi o que quis dizer com homens caçando animais no Pq. das Hortênsias, mas tudo bem. É triste, sim o que os homens brancos e ditos civilizados fizeram com nossos povos indígenas, mas também não consigo fazer um link com a situação. E sobre a África... bem, deixa pra lá.

Fato é que tem muita gente que se importa, e você é uma delas. Somos poucos diante de tantos problemas, é verdade, mas não podemos nos calar e deixar as coisas para um futuro distante.

Nós já podemos conhecer animais empalhadas, no museu dentro do parque há alguns deles. E nós e nossos filhos não precisam ver nenhuma animal preso ou empalhado para aprender a respeitá-lo como o próprio texto defende.

Você, nem eu, não fazemos nem executamos as leis, mas temos representantes do legislativo e no executivo para isso. E se eles nos representam temos que nos fazer ouvir e não deixar que ouçam apenas aqueles que financiam suas campanhas.

A questão de fechar o parque é a longa prazo. Nós dois sabemos que o Ibama não tem condição de recolher todos aqueles animais e destiná-los a outro zoológico é transferir a tragédia.

Mas o zoológico pode sim ser fechado gradativamente, e não adquirir outros animais é o primeiro passo. E claro, continuar fornecendo o mínimo de bem-estar aos que carregarem o fardo de continuar exercendo função de entretenimento, já que mudanças mais radicais parecem ser inviáveis.

...mas não impossíveis. Acredito que haja trabalhos de readaptação na natureza para algumas espécies sim.

*George, compartilhe suas ideias conosco! ;)

**Ah, e obrigado pela observação sobre APP e APA. Na empolgação do texto esqueci de dizer o que significava.

Reinaldo disse...

Sr Anonimus
Tentei ligar seus argumentos ao fato ou melhor aos bichos daquele deposito/cemitério de animais, pois o fato daquele lugar chamar Mini Pq. Zoologico das Hortensias não siginifica que o seja.
O Ibama já autuou várias vezes aquele depósito de bichos afinal existem uma série de resoluções e normas para se manter animais em cativeiro as quais nem mesmo eu que sou biologo domino plenamente.
Aquela lugar tem que fechar e remover aqueles animais p/ o Depave para serem encaminhados para santuarios de animais ou serem reintroduzidos na natureza isso é plenamente possível.
Qualquer disposição contraria ao fechamento daquela espelunca é no minimo ancorar a cidade segundo a vontade de provincianos em detrimento do interesse global de devesa dos animais.

Anônimo disse...


hOMENS, caçando animais no PQ das Hortências, significa, os viados e gays que frequentam o parque para caçarem animais ( HOMENS com Instintos animais ) para satisfazerem seus prezeres na cama. ou que sabe até dentro do parque mesmo lá em cima atráz das árvores bem escondidinho ! isto é caçar animais no Parque das Hortências!

Álvaro Diogo disse...

Pelo jeito o anônimo aí em cima além de especista é homofóbico.

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